A paz de Jesus
Todos os homens desejam
a paz. Ou pelo menos a
maioria, porque viver
sem paz é muito difícil.
Por isso mesmo buscamos
por essa paz em vários
tipos de religiões. Quem
é que gosta de perder a
paz devido a uma doença
grave? Ou, até mesmo,
por uma simples dor de
dente? Quem é que gosta
de perder a paz por um
atrito grave junto ao
marido ou a esposa, se o
lar deve ser o lugar de
repouso das lutas do dia
a dia? Quem é que gosta
de perder a paz em
virtude de um filho que
se desencaminhe apesar
das orientações que
procuramos passar a ele?
Quem é que gosta de
perder a paz devido a
uma dificuldade
financeira séria? Quem é
que gosta de perder a
paz devido à morte de um
familiar querido? Quem é
que gosta de perder a
paz porque ficou
desempregado? Podemos
afirmar que ninguém, não
é mesmo? Pois então! Por
isso afirmamos que as
pessoas procuram nas
religiões um meio de
retornarem à paz. Uns
vão ao Centro Espírita
em busca da saúde que
ficou temporariamente
perdida. Outros, em
virtude da paz do lar
que se fez ausente.
Outros, ainda, por um
filho ou uma filha que
se desencaminhou pela
vida. Enfim, buscamos o
auxílio para retornar à
tranquilidade que
tínhamos e que perdemos
por um dos motivos que a
vida se nos apresenta.
Mas que tipo de paz
buscamos? A da ausência
de problemas, de
dificuldades, sejam elas
quais forem? Queremos,
por assim dizer, um
oásis na Terra? Uma
viagem de turismo com
tudo pago em hotel cinco
estrelas? É isso que
significa para nós a
paz?
Vejamos o que nos
ensinou nosso Modelo e
Guia, Jesus, como nos
definem o Mestre e os
Espíritos superiores. Em
João, 14:27,
encontramos: “Deixo-vos
a paz, a minha paz vos
dou; não vo-la dou como
o mundo a dá”.
Observamos bem? Mas bem
mesmo? Jesus nos deixa e
nos dá a paz Dele, não a
paz conforme os padrões
do mundo! Se não
entendermos essa
afirmação do Mestre,
poderemos nos
decepcionar. Emmanuel,
no livro A Semente de
Mostarda,
psicografia de Chico
Xavier, nos traz uma
página sobre a paz do
Cristo. Vamos
relembrá-la:
“PAZ
Quem diz ‘paz em nome do
Cristo’, nem sempre
observa que a paz, na
maioria das vezes, nasce
de perigosas situações.
Pensemos em Jesus nas
últimas horas do
convívio com as
criaturas humanas. Preso
na véspera do Supremo
Sacrifício, trazia o
Espírito preocupado ante
a deserção dos
discípulos; é conduzido
ao cárcere onde sofre
agressões e vexames;
passa a noite injuriado
e açoitado pelos agentes
do Sinédrio; é vestido
pelos próprios verdugos,
de modo que a multidão
não lhe veja as feridas
que eles próprios lhe
abriram no transcurso da
noite; é duramente
humilhado na casa de
Antipas; volta ao
julgamento, e Pilatos,
perante o público que o
cobria de impropérios,
coloca-o inferior a
Barrabás, o criminoso; é
obrigado a carregar a
cruz do suplício e,
quase cambaleando, ao
peso do lenho, após
depô-lo no chão, foi
nele cruelmente
crucificado.
Esse mesmo Cristo é que
volta das sombras do
túmulo e fala aos amigos
envergonhados:
--‘A minha paz vos
dou...’
Quem estiver esperando a
paz, e especialmente a
paz de Cristo, recorde o
preço da paz obtida por
ele, o Divino Mestre e
Senhor, e acabará
reconhecendo que a paz,
muitas vezes, vem até
nós, mas através das
mais dolorosas e
difíceis situações”.
É que a paz de Jesus é a
paz interior da
consciência pacificada
pelo dever cumprido. Ele
mesmo passou por tudo o
que os homens lançaram
covardemente sobre a sua
pessoa, para dar
cumprimento ao
compromisso que tinha
assumido perante Deus.
Exatamente por isso é
bastante claro e
enfático ao afirmar que
nos deixava a paz, não
como o mundo a entende.
Não é a paz de uma vida
sem problemas, sem
dificuldades, pois é na
superação dessas
dificuldades, desses
obstáculos, que se
encontra a paz do
Mestre. É na luta
interior para não
reclamar, não
revoltar-se nos momentos
difíceis, nas horas das
provas ou expiações, que
nos tornamos incluídos
no Sermão da Montanha,
quando ele afirmou que
os sofredores seriam
consolados. Os
sofredores que souberem
– como o Cristo o fez
sem nada dever – sofrer
as dores que semearam em
seu próprio caminho, ou
as solicitaram da
Providência Divina para
o devido aprendizado, é
que encontrarão o
consolo.
Essa é a paz que a
Doutrina Espírita pode
auxiliar o necessitado a
encontrar nos momentos
de dificuldades maiores.
A paz de Jesus é a
tranquilidade absoluta,
interior, enquanto tudo
está mal fora do
indivíduo. A paz do
mundo existe em ambiente
contrário. Está fora da
pessoa. Mesmo com toda a
tranquilidade exterior,
por dentro não existe a
paz. Se, por acaso, você
busca a paz do mundo,
percorrerá toda uma
existência iludido,
pensando tê-la
encontrado. Só
descobrirá o grande
engano quando retornar
ao mundo espiritual,
como arrendatário da
vida física, a prestar
as contas ao Senhor da
Vida daquilo que fez
enquanto no uniforme do
corpo físico.
Qual é a paz que você
busca, afinal?