Continuamos o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. Com base nos casos e
experiências reportados
nesta obra por Léon
Denis, pode-se dizer que
a manifestação dos
Espíritos é um fato
comprovado?
Sim. Diz Léon Denis que
nenhuma outra teoria, a
não ser a da intervenção
dos sobrevivos, seria
capaz de explicar o
conjunto dos fenômenos,
em suas variadas formas.
Alfred Russel Wallace,
em apoio a essa tese,
afirmou: “O Espiritismo
está tão bem demonstrado
como a lei de
gravitação”, frase que o
conhecido sábio inglês
William Crookes exprimiu
nos seguintes termos: “O
Espiritismo está
cientificamente
demonstrado”.
(No Invisível - O
Espiritismo
experimental: Os fatos -
XXI - Identidade dos
Espíritos.)
B. As provas de
identidade fornecidas
pelos Espíritos
comunicantes são
escassas, como pretendem
alguns, ou abundantes?
Segundo Léon Denis,
apesar das dificuldades
inerentes a todo gênero
de comunicação espírita,
as provas de identidade
são muito mais
abundantes do que
geralmente se acredita.
Em certas reuniões
privadas, são
diariamente fornecidas
provas da sobrevivência
dos que nos foram caros;
essas provas, porém, são
quase sempre guardadas
cuidadosamente, porque
se referem à vida íntima
dos experimentadores.
Entre estes, muitos
receiam as críticas
mordazes e não querem
expor às vistas de
indiferentes, de
cépticos motejadores, os
mais sagrados
sentimentos, os segredos
mais íntimos de seu
coração. Muitas vezes
Espíritos desconhecidos
dos assistentes vêm dar
comunicações dirigidas a
seus parentes ainda
vivos, comunicações que
contêm, não raro,
característicos
originais, provas
irrefutáveis. Essas
manifestações, todavia,
permanecem ignoradas em
sua maior parte.
Receiam-se os sarcasmos
de sábios superficiais e
as prevenções do vulgo,
sempre pronto a rejeitar
fatos que ultrapassam a
órbita dos conhecimentos
usuais. Daí resulta que
as mais peremptórias
manifestações raramente
chegam ao conhecimento
do público.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental: Os fatos -
XXI - Identidade dos
Espíritos.)
C. Mencione um fato de
identificação cuja
comprovação não deixou
dúvida nenhuma na mente
das pessoas envolvidas.
Ei-lo: O Sr. G. Owen
escreveu no “Spiritual
Record”: “Há doze anos,
contava eu entre os meus
amigos íntimos um
senador pela Califórnia,
muito conhecido, o Dr.
Knox, que era diretor de
um próspero banco em S.
José. Pensador profundo,
era também um decidido
partidário das teorias
materialistas. Sentindo
aproximar-se o termo de
sua vida, falava muitas
vezes do sono eterno. Um
dia lhe disse eu:
‘Façamos um pacto,
doutor: se no Além vos
sentirdes viver, fareis
todo o possível por me
comunicar estas simples
palavras: Vivo ainda.’
Depois de sua morte,
estando comigo um bom
médium, limpei uma
ardósia, coloquei-lhe um
lápis e encostei na
superfície inferior da
mesa. Ouvimos o ranger
do lápis escrevendo na
ardósia e, ao retirá-la,
encontramos escritas as
seguintes linhas: ‘Amigo
Owen, posto que tenha
visto completamente
desmoronadas as antigas
ideias que tinha sobre a
vida futura, foi-me
agradável, confesso-o,
tal desilusão; sinto-me
feliz, meu amigo, em lhe
poder dizer: Vivo ainda.
Sempre seu amigo W.
Knox.’ A escrita era de
tal modo igual à do
desencarnado que foi
reconhecida autêntica
pelo pessoal do banco
por ele dirigido em
vida.”
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental: Os fatos -
XXI - Identidade dos
Espíritos.)
Texto para leitura
1007. XXI -
Identidade dos Espíritos
– Acabamos de ver, pela
exposição dos fatos
espíritas até agora
feita, que a
sobrevivência está
amplamente demonstrada.
Nenhuma outra teoria, a
não ser a da intervenção
dos sobrevivos, seria
capaz de explicar o
conjunto dos fenômenos,
em suas variadas formas.
Alfred Russel Wallace o
disse: “O Espiritismo
está tão bem demonstrado
como a lei de
gravitação”. E Crookes
repetia: “O Espiritismo
está cientificamente
demonstrado”.
1008. No ponto de vista
objetivo ou exterior, as
provas fornecidas pelas
aparições e
materializações não
podem deixar dúvida
alguma. Entretanto, na
ordem subjetiva, no que
concerne aos outros
modos de manifestações,
subsiste uma
dificuldade: a de obter
dos Espíritos, em número
suficiente para
satisfazer aos cépticos
exigentes, provas de
identidade, indicações
precisas, que os
assistentes não conheçam
e que sejam mais tarde
verificáveis.
1009. Objeta-se muitas
vezes aos espíritas que
as comunicações, em seu
conjunto, apresentam um
caráter muito vago, são
destituídas de
indicações, revelações e
fatos bem definidos,
suscetíveis de
estabelecer a identidade
dos manifestantes e
impor a convicção aos
investigadores.
Certamente, não é
possível desconhecer
essas dificuldades. Elas
são inerentes à própria
natureza das coisas e às
diferenças de meio. Os
seres que vivem num
mesmo plano, como os
homens, dotados dos
mesmos sentidos,
comunicam entre si por
diferentes processos,
que são outros tantos
elementos de certeza.
1010. Esses diferentes
modos de observação e
verificação utilizáveis
no habitat humano, nós o
quereríamos tornar
extensivos ao domínio do
invisível, e exigimos de
seus habitantes
manifestações assaz
probatórias, de uma
precisão igual às que
asseguram nossa
convicção na ordem
física. Ora, eis aí uma
coisa quase
irrealizável.
1011. O habitante do
plano invisível tem que
vencer muitos obstáculos
para se comunicar. Os
meios de que dispõe para
nos esclarecer e
persuadir são restritos.
Ele não se pode
manifestar sem médium, e
o médium,
inconscientemente,
introduz quase sempre
uma parte de si mesmo,
de sua mentalidade, nas
manifestações.
1012. O Espírito que
quer exprimir seu
pensamento serve-se de
órgãos estranhos,
experimenta grande
embaço. É semelhante a
uma pessoa que
conversasse conosco numa
situação muito incômoda
que a privasse do uso de
suas faculdades. É
preciso conduzir-se
discretamente a seu
respeito, formular
perguntas claras,
mostrar paciência,
benevolência, a fim de
obter satisfatórios
resultados. “Meus caros
amigos – dizia George
Pelham a Hodeson e Hart
– não me considereis com
ânimo de críticos.
Esforçar-nos por
transmitir-vos nossos
pensamentos, mediante o
organismo de qualquer
médium, é como se
tentasse subir pelo
tronco de uma árvore
oca.”
1013. Robert Hyslop o
repete a seu filho:
“Todas as coisas se me
apresentam com tanta
clareza, e quando venho
aqui para exprimi-las,
James, não posso!”
1014. O que diziam os
Espíritos da Sra. Piper,
afirmava-o o Guia do
nosso grupo nestes
termos: “No Espaço, tudo
é para nós amplo,
desembaraçado, fácil.
Quando baixamos à Terra
tudo se restringe, se
amesquinha”.
1015. Outra objeção é
esta: na maior parte dos
casos de identidade
assinalados, os fatos e
as provas, por meio dos
quais se conseguiu
determinar com certeza a
personalidade dos
manifestantes, são de
natureza comum, às vezes
mesmo trivial. Ora, a
experiência tem
demonstrado que é quase
sempre impossível
proceder de outro modo.
As particularidades,
consideradas frívolas e
vulgares, parece
constituírem
precisamente os meios
mais seguros para se
firmar juízo acerca dos
autores dos fenômenos.
1016. Com o fim de
comparação e de crítica,
o professor Hyslop fez
estabelecer uma linha
telegráfica entre dois
dos edifícios da
Universidade de
Colúmbia, distantes de
500 pés, e postou nas
extremidades dois
telegrafistas
profissionais, por cujo
intermédio deviam
interlocutores
desconhecidos comunicar
entre si e estabelecer
sua identidade. Nessas
condições, que se
aproximam das da
mediunidade – valendo aí
a distância pela
diferença de plano –, o
professor pôde
reconhecer quanto era
difícil determinar a
identificação de modo
probatório. O resultado
não era alcançado na
maioria das vezes senão
mediante as mais
vulgares indicações e
narrativas sem
importância. Os
processos empregados
pelos comunicantes –
constatou o professor, –
eram absolutamente os
mesmos que os adotados
pelos Espíritos no caso
da Sra. Piper.
1017. A propósito das
dificuldades encontradas
pelos operadores, o Sr.
Hyslop assim se exprime:
“Enquanto acompanhava
essas experiências,
chamou-me a atenção este
fato, que se observa
igualmente quando apenas
dispomos de tempo
limitado para comunicar
por telefone: toda a
atenção do comunicante
está concentrada no
desejo de escolher
incidentes bem
característicos para a
identificação por um
amigo particular. E
como, para escolher, se
vê urgido pelo tempo, em
seu espírito se trava um
conflito interessante e
se produz uma confusão
que toda gente pode por
si mesma apreciar, desde
que se aplique a fazer
uma escolha de
incidentes com esse fim.
Podemos figurar-nos de
igual modo à situação de
um Espírito desencarnado
que dispõe de alguns
minutos para dar sua
comunicação, e que luta
provavelmente com
enormes dificuldades de
que não podemos fazer
ideia”.
1018. O professor Hyslop
é um observador metódico
e solerte. Cumpre,
entretanto, assinalar
que ele só estudou até
agora um caso insulado –
o da Sra. Piper. Uma
experimentação de trinta
anos tem demonstrado
que, apesar das
dificuldades inerentes a
todo gênero de
comunicação espírita, as
provas de identidade são
muito mais abundantes do
que geralmente se
acredita. Em certas
reuniões privadas, são
diariamente fornecidas
provas da sobrevivência
dos que nos foram caros;
essas provas, porém, são
quase sempre guardadas
cuidadosamente, porque
se referem à vida íntima
dos experimentadores.
Entre estes, muitos
receiam as críticas
mordazes e não querem
expor às vistas de
indiferentes, de
cépticos motejadores, os
mais sagrados
sentimentos, os segredos
mais íntimos de seu
coração.
1019. Muitas vezes
Espíritos desconhecidos
dos assistentes vêm dar
comunicações dirigidas a
seus parentes ainda
vivos, comunicações que
contêm, não raro,
característicos
originais, provas
irrefutáveis. Essas
manifestações, todavia,
permanecem ignoradas em
sua maior parte.
Receiam-se os sarcasmos
de sábios superficiais e
as prevenções do vulgo,
sempre pronto a rejeitar
fatos que ultrapassam a
órbita dos conhecimentos
usuais. Daí resulta que
as mais peremptórias
manifestações raramente
chegam ao conhecimento
do público.
1020. No mesmo sentido
se nota extrema
circunspeção e grande
reserva da parte dos
Espíritos nas reuniões
franqueadas a todos. É
principalmente na
intimidade da família e
de alguns amigos que se
reúnem os melhores
elementos para obter
boas provas. Facilitada
pela afeição e harmonia
dos pensamentos, a
confiança recíproca se
estabelece e com ela a
sinceridade e a
sem-cerimônia. O
Espírito encontra um
conjunto de condições
fluídicas que asseguram
à transmissão de seu
pensamento toda a
clareza e precisão
necessárias para levar a
convicção ao ânimo dos
assistentes.
1021. Os Espíritos
adiantados não se
prestam de bom grado às
nossas exigências. Suas
comunicações têm sempre
um caráter moral e
impessoal; seu
pensamento paira
demasiado alto, acima
das esferas da
individualidade, para
que lhes não seja penoso
aí baixar. Em sua
maioria, tiveram eles na
Terra existências de
sacrifícios, suportaram
vidas dolorosas –
condições de sua própria
elevação; – não gostam,
quando a si mesmo
aludem, de ornar-se com
seus títulos de
merecimento. Para
convencer os cépticos,
lançam mão de outros
recursos; preferem
introduzir em nossas
sessões Espíritos mais
atrasados,
individualidades que na
Terra conhecemos e que,
por sua originalidade,
seu modo de falar, de
gesticular, de pensar,
nos fornecem provas
satisfatórias.
1022. Assim procediam os
Guias do nosso grupo.
Sob sua direção,
Espíritos assaz
vulgares, mas animados
de boas intenções – uma
vendedora de legumes, um
ferreiro de aldeia, uma
velhota tagarela – e
outros ainda, falecidos
parentes de membros do
grupo, se manifestavam,
no transe, por sinais
característicos e
inimitáveis. Sua
identidade se
estabelecia por
considerável variedade
de pormenores, de
incidentes domésticos;
mas, se eram de
indubitável interesse
para os que os haviam
conhecido, seriam
considerados fastidiosos
por outros e assim não
conviria serem trazidos
a público. A
multiplicidade e
repetição cotidiana dos
pequeninos fatos de que
se compõe uma
existência, ainda que
impossíveis de
reproduzir e analisar,
terminam por
impressionar os mais
refratários e triunfar
das mais tenazes
dúvidas.
1023. Todos os dias, em
muitos grupos se obtém a
revelação de nomes,
datas, fatos
desconhecidos e mais
tarde comprovados; mas
não podem ser
divulgados, porque
interessam a pessoas
ainda vivas, que não
autorizam a sua
publicação. Ou são ainda
revelações científicas
que se obtêm, como as
que relata Aksakof, no
caso do Sr. Barkas, de
Newcastle, revelações
muito acima da
capacidade do sensitivo.
1024. Outras vezes são
fenômenos de escrita,
como os que assinalou o
mesmo autor, e
assinaturas autênticas
de personalidades que o
médium jamais vira,
como, por exemplo, as do
cura Burnier e do
síndico Chaumontet,
falecidos havia meio
século, obtidas por
Helena Smith, de
Genebra. O professor
Flournoy as atribui a um
despertar da
subconsciência do
sensitivo; é essa, como
vimos, uma teoria “ad
hoc”, muito cômoda para
explicar o que se não
compreende, ou não se
quer compreender.
1025. Em “Spirit
Identity”, Stainton
Moses relata notáveis
fatos de identidade,
obtidos pela mediunidade
escrevente e baseados em
testemunhos oficiais.
Declara possuir uns cem
casos desse gênero e
muitos experimentadores
poderiam dizer outro
tanto. Entre esses
numerosos fenômenos,
pode-se recordar o caso
citado pelo “Light”, de
27 de maio de 1899, e
devido à mediunidade de
Mrs. Bessie
Russell-Davies, de
Londres:
“Um pedido de prova de
identidade, formulado
por pessoas ligadas à
Corte de Viena, havia
sido endereçado à
aludida senhora. As
perguntas estavam
encerradas num invólucro
lacrado, que se
conservou intacto.
Depois de alguns dias de
investigações, o Guia do
médium voltou com cinco
Espíritos estranhos, que
ditaram uma resposta em
idioma desconhecido.
Feito o exame,
reconheceram os
interlocutores que essa
língua era o antigo
magiar, idioma
unicamente conhecido de
alguns eruditos. A
resposta estava assinada
por cinco personagens
que tinham vivido dois
séculos antes e eram
membros falecidos da
família húngara que
solicitara esse
testemunho.”
1026. Aqui está outra
prova, mais concludente
em sua simplicidade que
estrepitosas
manifestações. É
extraída da obra de
Watson, publicista
americano,
“Spiritualism, its
phenomenes”, Nova
Iorque, 1880:
“Watson tinha recebido
uma comunicação assinada
por seu amigo o General
Th. Rivers. Segundo o
costume inglês, o
general apusera as
iniciais de seus nomes
próprios, entre as quais
figurava um W. Ora,
nenhum de seus nomes
próprios admitia essa
inicial. Por escrúpulo e
respeito à verdade,
Watson havia publicado
essa assinatura sem
modificação, mas a
contragosto e não sem
alguma desconfiança, que
certos pormenores da
missiva parecia deverem
dissipar. Os
contraditores da
imprensa não perderam a
ocasião de denunciar o
erro, metendo a ridículo
esse Espírito que não
sabia o próprio nome.
Entretanto, no curso de
uma outra sessão o mesmo
Espírito confirmou essa
inicial, dizendo que sua
mãe daria a explicação.
A mãe, interrogada,
respondeu que o W era um
engano. Logo, porém,
interveio o Espírito e
disse: ‘Minha mãe, tu
achas singular que eu
assine um W; lembra-te,
entretanto, de que em
minha infância eu era
tão irritadiço que meus
camaradas me chamavam
Wasp (vespa). Esse
apelido me ficou; eu o
havia adotado e com ele
assinava as minhas
composições. Repara nos
meus cadernos e nos meus
livros escolares, e
neles o encontrarás.’
Assim se fez e
verificou-se a exatidão
do que afirmava o
Espírito.”
1027. A “Revista de
Estudios Psicológicos”,
de Barcelona (setembro
de 1900), publicou o
seguinte caso de
identidade, acompanhado
de documentos
comprobatórios:
“Três pessoas, um
professor de Matemática,
um médico e um
eclesiástico, haviam
pedido ao Sr. Segundo
Oliver, médium
desinteressado, que lhes
fornecesse provas da
realidade dos Espíritos.
Após um instante de
recolhimento, a mão do
médium traçou
mecanicamente as
seguintes palavras:
‘Isidora, 50 anos de
idade, nascida em San
Sebastian, morta a 31 de
março de 1870; moléstia,
cancro intestinal;
deixou três filhos; seus
nomes e idades: P., 15
anos; C., 19 anos; M.,
25 anos.’
Por essas
particularidades, um dos
assistentes reconheceu o
Espírito de sua mãe.
Surpreso e comovido,
perguntou se tinha
alguns conselhos a
dar-lhe. O médium
retomou o lápis; com
grande estupefação,
porém, traçou, em alguns
minutos, o retrato de
uma pessoa que lhe era
desconhecida e no qual
foi reconhecido o
Espírito Isidora, que em
vida jamais consentira
em se fotografar. O
médium nunca aprendera
desenho, nem sabia
desenhar. Todos os
assistentes declararam
que não tinham pensado
em coisa alguma do que
fora escrito, e que não
podia haver naquilo um
fenômeno de sugestão nem
de leitura do
pensamento.”
1028. O Sr. G. Owen, a
seu turno, escreveu o
seguinte no “Spiritual
Record”:
“Há doze anos, contava
eu entre os meus amigos
íntimos um senador pela
Califórnia, muito
conhecido, o Dr. Knox,
que era diretor de um
próspero banco em S.
José. Pensador profundo,
era também um decidido
partidário das teorias
materialistas. Sentindo
aproximar-se o termo de
sua vida, falava muitas
vezes do sono eterno. Um
dia lhe disse eu:
‘Façamos um pacto,
doutor: se no Além vos
sentirdes viver, fareis
todo o possível por me
comunicar estas simples
palavras: Vivo ainda.’
Depois de sua morte,
estando comigo um bom
médium, limpei uma
ardósia, coloquei-lhe um
lápis e encostei na
superfície inferior da
mesa. Ouvimos o ranger
do lápis escrevendo na
ardósia e, ao retirá-la,
encontramos escritas as
seguintes linhas: ‘Amigo
Owen, posto que tenha
visto completamente
desmoronadas as antigas
ideias que tinha sobre a
vida futura, foi-me
agradável, confesso-o,
tal desilusão; sinto-me
feliz, meu amigo, em lhe
poder dizer: Vivo ainda.
Sempre seu amigo W. Knox.’
A escrita era de tal
modo igual à do
desencarnado que foi
reconhecida autêntica
pelo pessoal do banco
por ele dirigido em
vida.”
1029. O fenômeno de
incorporação tem dado
lugar a múltiplos fatos
de identidade. Nas
manifestações de que é
instrumento a Sra. Piper,
pode-se comprovar a mais
perfeita unidade de
caráter e de consciência
nos manifestantes,
particularmente nos
Guias ou
Espíritos-fiscais.
Nenhum deles pode ser
considerado uma
personalidade secundária
do médium; todos se
apresentam como
individualidades
autônomas dotadas de
grande intensidade de
vida, de sinceridade e
de realidade.
1030. Apesar das
dificuldades que às
vezes encontram para se
manifestar, as
personalidades de G.
Pelham e Robert Hyslop
são das mais
rigorosamente delineadas
e jamais se contradizem.
1031. O reitor da
Universidade, Oliver
Lodge, nos volumes XII e
XIII dos “Proceedings”,
cita igualmente muitos
casos de identidade por
ele obtidos mediante a
faculdade da Sra. Piper.
Um de seus tios,
falecido vinte anos
antes, refere
particularidades de sua
mocidade, completamente
esquecidas de todos os
membros sobreviventes da
família; não foi
possível verificá-las
senão depois de demorada
e minuciosa pesquisa.
Seu finado sogro lhe
veio indicar pormenores
exatos de sua morte,
ocorrida em condições
comovedoras, citando
nomes e datas,
inteiramente apagados da
memória dele, Lodge.
Menciona este ainda
outros notáveis sinais
de identidade
provenientes de vários de
seus amigos falecidos.
(Continua no próximo
número.)
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