HUGO ALVARENGA NOVAES
hugo.an19@gmail.com
Santa Rita do Sapucaí, MG (Brasil)
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Várias formas de se
interpretar a Bíblia
No
meu modo de entender as coisas, a Bíblia
deve
ser
interpretada de
maneira
simbólica.
Crer na
criação
do
mundo
em
seis dias
(Gn 2,1-4), hoje, é uma
grande tolice.
A ciência, através da
Geologia, já comprovou
que o nosso planeta,
para se tornar
habitável, gastou
milhões de anos, e cada
dia citado no Livro
Sagrado há de
representar vários
períodos, os quais
compreendem centenas de
milhares de ciclos
anuais.
A mesma coisa podemos
dizer de Adão e Eva (Gn
1:27). Sabemos que o ser
humano encontra-se nesse
orbe desde há muito
tempo, antes mesmo do
aparecimento desta
dupla. No entanto, o
primeiro casal citado
nas Escrituras surgiu
apenas em,
aproximadamente, quatro
mil a. C. Além do mais,
seria completamente
insensato supor que este
globo terrestre, que tem
aproximadamente seis
bilhões de habitantes de
várias etnias, tivesse
começado de um único par
de terráqueos.
E, falando nesses dois
seres, é um enorme
disparate crer no fato
de “o pecado original”
ter sido cometido por
eles, e na transferência
desta falta, passada a
todos os nascituros
posteriores aos
cônjuges, porquanto se
sabe que os pais não
serão responsáveis pelos
pecados dos filhos, nem
estes responderão pelos
erros de seus genitores.
Assim mostra-nos em Dt
24:16:
Os pais não serão mortos
em lugar dos filhos, nem
os filhos em lugar dos
pais; cada um morrerá
pelo seu próprio
pecado...
O restante desse texto
lembra-nos o Evangelho,
mais especificamente o
"a cada um segundo as
suas obras" (Mt, 16:27),
onde podemos constatar
seguramente que apenas
os valores dos créditos
e débitos a nós
atribuídos serão feitos
pelos merecimentos
conseguidos por nós,
durante esta vida – fato
este confirmado em 2Co
5:10, onde Paulo nos
mostra que seremos
recompensados de acordo
com o feito realizado
por nós.
Uma outra questão mal
compreendida é a do
dilúvio bíblico (Gêneses
6:17). Estaríamos
contrariando a razão se
pensássemos numa
inundação gigantesca, de
proporções grandiosas,
onde a nossa esfera
planetária fosse coberta
por água, até o ponto de
alcançar o pico das mais
altas montanhas. De
acordo com os
conhecimentos
científicos, seria
absurda a hipótese de se
acreditar em um nível
pluviométrico tão alto,
capaz de ocultar
completamente a
superfície terrestre.
Outra fábula descrita
nas Escrituras é a do
profeta Jonas engolido
por um peixe (Jn 1:17).
Conforme a biologia, o
maior ser aquático que
existe é a baleia.
Contudo, a sua garganta
é demasiadamente
estreita para um homem
passar por ela. Assim,
constatamos seguramente
ser essa história uma
alegoria, e não um fato
concreto.
Também é inadmissível
acreditarmos que o
movimento de Rotação da
Terra tenha funcionado
de maneira contrária,
para fazer a sombra do
Sol retroagir no relógio
solar de Acaz (2Rs
20:11). Esse fato, se
assim ocorresse, traria
diversas consequências
desastrosas ao nosso
planeta. Ademais, a
história de outros povos
não cita a ocorrência de
nenhum fenômeno desse
gênero.
Como alguns versículos
citados neste escrito,
há muitas outras
passagens bíblicas que,
se analisadas
literalmente,
contrariariam as
próprias Leis Divinas
criadas pelo Altíssimo.
Entretanto, não as
descreveremos aqui, a
fim de que esta matéria
não se torne enfadonha
aos leitores.
No entanto, algumas
pessoas, mesmo defronte
de evidências como
estas, poderão se manter
na completa escuridão
devido à cegueira
imposta pelos líderes
religiosos das igrejas
que frequentam, pois
estes exercem um grande
domínio sobre seus
fiéis, os quais são como
que hipnotizados com
palavras deste tipo:
“Para Deus tudo é
possível!”.
Muitos não raciocinam,
porém, o Criador não
derrogaria as próprias
leis, pois estas já são
perfeitas. Um de seus
atributos é justamente a
imutabilidade. Se Deus
estivesse sujeito a
mudanças, as leis
regedoras do Universo
nenhuma estabilidade
teriam.
Falamos isso tudo para
finalmente mencionar a
semelhança existente
entre nós e o Pai Maior
(Gn 1:26-27). Tal
semelhança é apenas com
relação ao fato de
sermos também Espíritos
como Ele o é. Realmente,
o apóstolo João nos
afirma, categoricamente,
que Deus é Espírito (Jo
4:24).
De igual maneira podemos
dizer o mesmo.
Vejam o esquema a
seguir:
1. O homem possui:
a) Corpo físico;
b) Espírito.
O primeiro desgasta-se
com o passar do tempo,
até a cessação de alguma
de suas funções vitais
(a isso chamamos morte).
O segundo é imortal.
2. O Espírito
apresenta-se de duas
formas. São elas:
a) Espírito
desencarnado;
b) Espírito encarnado.
O primeiro vive no Plano
Espiritual. O segundo,
no plano físico, na
Terra (no corpo humano).
Como se fosse um
círculo, encontramo-nos
novamente com o homem.
No atual momento,
estamos habitando um
invólucro carnal.
Todavia, reflitamos:
antes de qualquer coisa,
somos Espíritos como
Deus o é. Eis aí a única
analogia que temos com o
Criador. Ou seja, “tanto
nós quanto o Todo
Poderoso somos
Espíritos”.
Tendo tudo isso em
vista, podemos destacar
a diferença principal
entre os espíritas e os
frequentadores de outras
religiões. Enquanto os
primeiros exercem uma
“fé raciocinada”,
examinando
minuciosamente tudo o
que lhes é mostrado, os
outros, presos aos
dogmas religiosos,
praticam uma “fé cega”,
por isso não conseguem
ver as coisas, por mais
óbvias que elas sejam.