RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)
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Ver e não crer
A revista “Veja” trouxe
anos atrás uma
reportagem sobre o
poderosíssimo telescópio
“Hubble” que completava,
na época, quinze anos de
lançamento pela NASA,
fotografando longínquos
locais do Universo e
ampliando o conhecimento
do ser humano tão
pequenino e,
infelizmente, tão
autocredor de sabedoria.
Esse fantástico
telescópio trouxe para a
Terra imagens distantes
a 12 bilhões de
anos-luz! Suas câmaras
captaram 700.000 imagens
e confirmaram algumas
teorias importantes da
Astronomia moderna.
Em comemoração a esses
quinze anos do
telescópio varrendo o
espaço cósmico, a NASA
divulgou algumas imagens
impressionantes captadas
por suas lentes. Entre
elas, mostra a nebulosa
da Águia que se
apresenta como uma nuvem
de poeira e gases que se
estende por 9,5 anos luz
(um ano-luz corresponde
a um percurso de 9,5
trilhões de
quilômetros)! A outra
foto publicada traz a
imagem de uma galáxia
denominada de M51. Essas
duas regiões do espaço
são berços de estrelas
novas que não param de
nascer.
Na reportagem, a
nebulosa da Águia se
apresenta como uma
imensa nuvem que se
levanta levando em seus
braços as estrelas
recém-nascidas. Já por
sua vez, a galáxia M51
apresenta–se como uma
espiral luminosa a se
espreguiçar pelo
Universo infinito,
esticando-se em direção
a outras galáxias.
Dissemos essas palavras
introdutórias que, na
aparência, nada têm a
ver com a Doutrina
Espírita, mas que
despontam como prova da
existência de um Autor
de toda essa perfeição,
Autor esse sobre o qual
o orgulhoso ser humano
vive a exigir provas de
Sua existência.
Será que essas imagens
geradas pelo poderoso
telescópio Hubble não
servem como uma prova
que atende ao axioma da
própria ciência de que
não existe efeito sem
causa?
Ao constatar essa
pequena parcela
grandiosa da Criação, o
ser humano não consegue
dobrar-se diante da
realidade, curvando-se
no orgulho e
reconhecendo que essa
expansão ordenada do
Universo necessita ter
um plano inteligente que
não pode ser obra de um
mero acaso?
Tão somente pela questão
de número 1 de “O Livro
dos Espíritos”, Kardec
revela toda a sua
inteligência ao indagar
aos Espíritos Superiores
que coordenavam a obra
da Codificação: que é
Deus e não quem é Deus!
A resposta à questão de
Allan Kardec deveria ser
lida por todo cientista:
“Deus é a inteligência
suprema, causa primeira
de todas as coisas”.
Eis aí ao alcance da
mais precária
inteligência, não
embotada pelo orgulho e
pela vaidade, a resposta
simples às imagens
captadas pelo telescópio
Hubble.
É perfeito Carlos Torres
Pastorino (Espírito)
quando coloca no livro
“Impermanência e
Imortalidade”,
psicografado por Divaldo
Pereira Franco: “No
princípio... a Terra era
vazia e havia trevas
sobre a face do abismo.
(Gênesis, 1:1-2)... e
Deus iniciou a Sua Obra,
mais grandiosa do que
aquela que conhecemos...
Por mais que a
inteligência humana
recue na busca desse
princípio, o primeiro
momento desaparece no
tempo e no espaço, sem
qualquer concepção que
possa apresentar um
limite, perdendo-se no
infinito que dimensiona
a humana ignorância a
respeito da Causalidade
Absoluta”.
Mesmo apanhando num
lapso de tempo e de
espaço as imagens da
Nebulosa da Águia e da
galáxia M51 como dois
berçários de novas
estrelas como prova de
que a obra da criação
planejada não cessa, o
pequeno homem do
discreto planeta Terra
não se dobra em seu
orgulho e vaidade às
provas confeccionadas
pelo próprio ser humano,
exigindo sempre novos
fatos que vão além da
sua capacidade de
entendimento, para
admitir a existência da
Inteligência Suprema,
causa primeira de todas
as coisas!
Um outro questionamento
suscitado pela referida
reportagem da revista
“Veja”, com as
publicações belíssimas
da Nebulosa da Águia e
da galáxia M51, é a
afirmativa de Jesus em
João, capítulo XIV, vv.
1 a 3: “Não se turbe o
vosso coração. Crede em
Deus, crede também em
mim. Há muitas moradas
na casa de meu Pai; se
assim não fosse, já eu
vo-lo teria dito, pois
me vou para vos preparar
o lugar”.
Olhando as fotos
espetaculares estampadas
na reportagem de
estrelas novas como que
acolhidas em uma mão de
nuvens e de uma galáxia
espreguiçando-se no
Universo infinito,
qualquer inteligência
mediana concluirá que o
pequenino planeta Terra,
com os seus orgulhosos
habitantes, não é
suficiente para
representar toda a
grandiosidade da obra da
Criação! É necessário e
indiscutível haver
outros milhares de
planetas habitados pelos
mais diversos tipos de
alunos que compõem a
Obra perfeita de Deus.
Deixemos que Santo
Agostinho encerre nosso
artigo com a reprodução
de um pequeno trecho de
sua comunicação
realizada em Paris, em
1862, contida no
capítulo III do “O
Evangelho Segundo o
Espiritismo”: “Entre as
estrelas que cintilam na
abóbada azul do
firmamento, quantos
mundos não haverá como o
vosso, destinados pelo
Senhor à expiação e à
provação! Mas também os
há mais miseráveis e
melhores, como os há de
transição, que se podem
denominar de
regeneradores. Cada
turbilhão planetário, a
deslocar-se no espaço em
torno de um centro
comum, arrasta consigo
seus mundos primitivos,
de exílio, de provas, de
regeneração e de
felicidade”.