Amor onipotente
Na hora
atribulada de
crise, em que as
circunstâncias
te prostraram a
alma na
provação, muitos
acreditaram que
não mais te
levantarias, no
entanto quando
as trevas se
adensavam, em
torno,
descobriste
ignoto clarão
que te impeliu à
trilha da
esperança,
laureada de sol.
Na cela da
enfermidade,
muitos admitiram
que nada mais te
faltava senão
aceitar o lance
da morte,
contudo, nos
instantes
extremos, mãos
intangíveis te
afagaram as
células
fatigadas,
renovando-lhes o
calor, para que
não deixasses em
meio o serviço
que te assinala
a presença na
Terra.
No clima da
tentação, muitos
concordaram em
que apenas te
restava a
decadência
definitiva,
todavia, nos
derradeiros
centímetros da
margem barrenta
que te inclinava
ao
despenhadeiro,
manifestou-se um
braço oculto que
te deteve.
Na vala da queda
a que te
arrojaste,
irrefletidamente,
muitos te
julgaram para
sempre em
desprezo
público,
entretanto, ao
respirares, no
cairel(1)
da loucura,
recolheste
íntimo apoio,
que te guardou o
coração,
refazendo-te a
vida.
Na tapera(2)
da solidão a que
te relegaram os
entes mais
queridos, muitos
te supuseram em
supremo
abandono, mas no
último sorvo do
pranto que te
parecia
inestancável,
experimentaste
inexplicável
arrimo,
induzindo-te a
buscar outros
afetos que
passaram a
enobrecer-te.
No turbilhão das
dificuldades que
te envolvam o
dia, pensa em
Deus, o Amor
Onipresente, que
não nos
desampara.
Por mais
aflitiva seja a
dor, trará Ele
bálsamo que
consola; por
mais obscuro o
problema, dará
caminho certo à
justa solução.
Ainda assim, não
te afoites em
personalizá-lo
ou defini-lo.
Baste-nos a
palavra de Jesus
que no-lo
revelou como
sendo Nosso Pai.
Sobretudo, não
te importe se
alguém lhe nega
a existência
enquanto se lhe
abrilhantam as
palavras nas
aparências do
mundo, quando
pudeste
encontrá-lo,
dentro do
coração, nos
momentos de
angústia. É
natural seja
assim.
Quando a noite
aparece, é que
os olhos dos
homens conseguem
divisar o
esplendor das
estrelas.
(1)
Cairel
significa:
borda, beira;
fita ou galão
estreito para
debruar; debrum.
(2)
Tapera
significa:
habitação ou
aldeia
abandonada; casa
arruinada;
fazenda
inteiramente
abandonada e em
ruínas. Adj. 2
g. Diz-se de
pessoa a quem
falta um olho ou
os dois. Bras.
SP Amalucado,
maluco, tonto.
Do livro
Opinião Espírita,
obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.