Continuemos a pesquisa
em A Memória e o
Tempo6.
“(...) o ser humano
sobrevive num corpo
ainda ‘físico’, embora
infinitamente mais
rarefeito, no qual se
preserva a sua memória
integral. (...) Em
Espíritos desencarnados
também podemos promover
a regressão da memória,
se empregarmos a técnica
apropriada para
ajudá-los a vencer seus
bloqueios íntimos.”
(Obra citada, p. 203.)
Noutro livro7,
o autor indica como se
dá a regressão de
memória em Espíritos:
“De mais complexa
classificação seria a
regressão de memória em
Espíritos desencarnados.
Sob duas condições
distintas pode isso
ocorrer. Ou com o
Espírito incorporado a
um médium, nos
trabalhos ditos de
desobsessão ou
doutrinação realizados
entre os encarnados, ou,
então, entre Espíritos
desencarnados, no Mundo
Espiritual”.
Não afirma que a
incorporação ocorre em
médium sonâmbula; o que
fica implícito ao
remeter o leitor aos
livros da série
“Histórias que os
Espíritos contaram”:
O Exilado, A Dama da
Noite e A Irmã do
Vizir (Correio
Fraterno). O
primeiro deles,
“Histórias que os
Espíritos Contaram”,
publicado pela LEAL
Editora, foi reeditado
com novo título: As
Mãos de Minha Irmã,
pela Editora – Correio
Fraterno ABC. Neles
reproduz diálogos com
Espíritos em reuniões
mediúnicas, nas quais
foram submetidos a
regressões de memória;
reveem seu passado e
entendem o porquê de
suas angústias e
remorsos. Iniciam, a
partir daí, longa
caminhada em busca da
sanidade espiritual.
Todos merecem leitura e
estudo atentos.
Utilização da regressão
de memória
A regressão de memória
em Espíritos deve ser
usada apenas quando o
diálogo for insuficiente
para demovê-los de seus
ímpetos de vingança.
Sugere-se a ele, então,
que retorne ao passado
até a origem de seus
desequilíbrios atuais. E
ela se dará apenas se os
mentores espirituais o
permitirem. Em certos
casos, deve-se sugerir
ao Espírito que recue
ainda mais no tempo e,
após isso, se diz a ele
que volte ao presente,
mantendo as lembranças
do passado, ora
relembradas ou
revividas, com toda sua
carga emocional. Também
por sugestão, pode-se
levá-lo ao futuro e
mostrar-lhe o que o
aguarda, se desistir, ou
não, de seus propósitos
de vingança.
É método de
convencimento
irrefutável, eis que o
Espírito revê suas ações
em encarnações
anteriores, que
motivaram os sofrimentos
dos quais ora busca
vingar-se. Compreende a
Lei de Ação e Reação,
“ao vivo”. [Igualmente,
mentores fabricam
quadros transitórios de
ideias-formas para
demonstrar ao Espírito
que está desencarnado,
que seu corpo ‘morreu’.
(V. Missionários da Luz
– Espírito André
Luiz/Francisco C.
Xavier, p. 295/6).]
O autor cita os livros
Memórias de um
Suicida e
Grilhões Partidos,
com relatos de
regressões de memória
feitas por Mentores
Espirituais, para que
desencarnados reconheçam
suas culpas e iniciem
processo de recuperação
espiritual. (Obra cit.,
pp. 204 e 205.) E ainda
diz: “(...) foi-me dada
a oportunidade de testar
a validade desse
procedimento e a
possibilidade de levá-lo
a efeito no Espírito
desencarnado,
momentaneamente
incorporado ao médium. O
assunto é tratado em
Diálogo com as Sombras
e em Histórias
que os Espíritos
Contaram, aos quais
o leitor (...) deve
recorrer”.
O que Edith Fiore
descobriu
Na 3ª edição de A
Memória e o Tempo (Posfácio),
à p. 232, refere-se à
psicóloga americana,
Dr.ª Edith Fiore, que,
no livro The Unquiet
Dead (Os Mortos
Inquietos – no Brasil:
Possessão Espiritual
– Pensamento), indica
que aprendeu a
identificar influências
espirituais em pacientes
submetidos à regressão
de memória (sonambulismo
magnético), com fins
terapêuticos.
Notou alterações tão
drásticas em suas
personalidades que
percebeu tratar-se de
atuação de Espíritos. E
concluiu que: “Neste
caso, ela não estaria
diante de vidas
anteriores dos clientes,
mas de existências das
entidades porventura
acopladas ao psiquismo
deles”. (p. 233) Notável
essa sua descoberta,
porque aprendeu com os
fatos!
Eis algumas de suas
conclusões, listadas por
Hermínio:
“Não propriamente a
pessoa que marca hora
com a sua secretária
para a consulta, mas ‘as
entidades possessoras’ é
que são seus
‘verdadeiros pacientes’.
São criaturas humanas,
como outras quaisquer,
perdidas e sofridas.
Seria uma crueldade
‘enxotá-las’, ainda que
isso lhe fosse
possível”.
“A possessão pode ser
responsável por uma
série impressionante de
desconfortos
psicossomáticos, como
dores de cabeça
(enxaqueca, inclusive),
cansaço, insônia,
obesidade, hipertensão
arterial, asma, alergias
etc.”
Método utilizado por
Edith Fiore
“A frequência a locais
desarmonizados, de baixo
teor vibratório, como
ares e ajuntamentos
orgiásticos, facilita o
acoplamento de tais
entidades às pessoas que
os frequentam, mesmo
ocasionalmente. Invasões
indesejáveis podem
ocorrer, ainda, em
pessoas desprevenidas,
em hospitais e
cemitérios, como também
às que se entregam a
explosões de cólera,
inveja, ciúme ou
depressão.”
“Espíritos amigos estão
sempre dispostos a
colaborar com quem se
dedique ao trabalho de
resgate de entidades
imantadas ao psiquismo
alheio. Usualmente são
(...) mães, pais,
irmãos, esposa, marido,
filhos ou amigos. A
doutora trabalha
conscientemente com
esses recursos.”
“Sob condições normais,
não é difícil persuadir
uma entidade invasora a
deixar seu hospedeiro,
depois de devidamente
esclarecida. Às vezes,
elas nem sabem que estão
‘mortas’ e ignoram que
estejam prejudicando a
si mesmas e ao
hospedeiro. Há, contudo,
entidades obstinadas que
se recusam a abandonar
suas vítimas,
empenhando-se em
processos de vingança ou
de superproteção.”
“Através dos seus
clientes, a doutora fala
diretamente com os
Espíritos a eles
acoplados, faz com eles
regressões e os doutrina
de maneira muito
semelhante ao que se
faria num bom grupo
mediúnico. E até os
abençoa, ao despedi-los,
depois de convencê-los a
partirem, geralmente em
companhia de entidades
amigas.“
E conclui belamente o
estimado e nobre
escritor: “Dificilmente
diria melhor alguém de
formação doutrinária
espírita”. (p. 233 e
234).
O sonambulismo e suas
gradações
Vejamos algo do livro
Magnetismo Espiritual8:
“O sonambulismo não é
nem um estado de
vigília, nem um estado
de sono rigorosamente
falando; é uma
combinação desses dois
estados. É um modo
particular de existir”.
(P. 102)
“São tão diferentes os
sonâmbulos, quanto o são
as gradações que eles
apresentam.” (P. 197)
“Um dos efeitos do
magnetismo é o
sonambulismo, que é um
estado de emancipação da
alma mais completo do
que o sono, em que as
suas faculdades adquirem
maior amplitude (...)
porque os sonâmbulos não
dormem, (...) entendem
alguns magnetizadores
que imprópria é a
denominação dada. É
curioso assinalar que
participam dessa opinião
os próprios sonâmbulos,
que protestam contra a
alegação de sono quando
eles estão vendo,
ouvindo e sentindo.” (P.
178/9)
“O sonâmbulo vê através
de corpos opacos e a
distâncias mais ou menos
consideráveis.” (P. 185)
À página 192, ensina o
processo idealizado por
Alphonse Bué para
favorecer o sonambulismo
magnético. E, nas
seguintes, oferece
outras importantes
sugestões quanto à
conduta com o médium em
transe e, ainda, para
despertá-lo, concluído o
estudo.
Roteiro para Dirigentes
de Reuniões com
Sonâmbulos9
– Identifica-se o
sonâmbulo natural:
a – Pela
sonolência (Com o
sensitivo apto ao
trabalho, sem cansaço
físico ou mental);
b – Por entrar e sair do
transe por iniciativa
dos Espíritos que
dirigem a reunião, sem
qualquer atuação dos
presentes, com exceção
do estado de prece, de
concentração;
c – Pela vidência de
Entidades se aproximando
ou de locais onde elas
se encontrem,
descrevendo-os, em
muitos casos;
d – Dialogando com ele,
tão logo se efetive o
transe, o próprio
sonâmbulo responde-nos,
afirmando-nos que é ele
mesmo quem o faz, além
de, eventualmente,
revelar-nos o que
percebe à sua volta, no
mundo físico ou no plano
espiritual.
Alternativamente, pelo
teor da resposta,
perceberemos tratar-se
de Espírito
desencarnado, que nos
dirá que o é e até
identificar-se-á, em
muitos casos. Pela
análise de suas
palavras, saberemos se é
um bom ou mau Espírito.
e – “O esquecimento
absoluto no momento de
despertar é um dos
sinais característicos
do verdadeiro
sonambulismo, (...).”10;
– O sonâmbulo pode:
1 – Como médium
psicofônico, que também
é, dar passividade a
Espíritos, sem entrar no
transe sonambúlico;
2 – Manifestar-se, ele
mesmo, no transe
sonambúlico, fora do
corpo físico,
desdobrado, em fenômeno
anímico. Neste caso,
diz, por exemplo:
"Desceremos a região
onde estão Espíritos
sofredores, para
resgatar alguns deles”.
Não há Espirito a falar
por ele.
O que diz Allan Kardec
3 - No item 173, de O
Livro dos Médiuns,
Kardec ilustra o que
dissemos no item
anterior, ao citar o
caso de um sonâmbulo que
indicava medicamentos a
enfermos e que, certa
vez, disse que não podia
fazê-lo, porque “(...)
meu anjo doutor não
está aqui. (...)”.
E apresenta outro
recurso à disposição do
sonâmbulo, ao indicar,
no final do item
referido: “(...) Quando
só, era apenas um
sonâmbulo; assistido
por aquele a quem
chamava seu anjo doutor,
era
sonâmbulo-médium”.
(Grifamos).
Inicialmente,
manifestação anímica;
depois, mediúnica.
4 – E, por fim, atuar
como médium, a partir do
transe, na psicofonia
sonambúlica.
– Médiuns, sonâmbulos ou
não, distinguem-se uns
dos outros. Apresentam
características gerais,
mas diferenciam-se entre
si por atuações e
percepções que lhes são
próprias, seja nos
níveis do transe, seja
no das potencialidades.
Uns veem a distância, ou
não – e até através de
obstáculos –; ouvem as
Entidades, outros, não;
outros mais leem os
pensamentos dos
Espíritos; ainda outros
veem o interior de
corpos físicos,
descrevem enfermidades,
indicam medicação.
Nada lhes devemos impor.
O ideal é que essa
faculdade – ou qualquer
outra – desenvolva-se
espontaneamente.
– Quando há mais de um
sonâmbulo, pode
acontecer de um Mentor
servir-se da faculdade
de um deles para
‘doutrinar’ a Entidade
que se manifesta por
outro. O Espírito que
assim age, tem
informações sobre o
Espírito assistido. É
normal que assim o faça.
Aprendemos todos, em
situações assim.
Onde reside a segurança
do transe sonambúlico
– A confiança recíproca,
entre dirigentes e
médiuns, é fator
fundamental para o bom
desempenho da reunião
mediúnica. O dirigente,
sempre atento, deve
incentivar os médiuns a
confiarem nos Mentores
que a conduzem e em si
próprios, recorrendo, em
certas ocasiões, à prece
fervorosa. Os resultados
serão ampliados ao longo
do tempo, serena e
pacientemente.
Concluída a manifestação
de Espírito obsessor,
deve-se aguardar com
calma o retorno do
médium ao estado de
vigília. Ao perceber que
desperta (quando não o
faz subitamente),
deve-se orientá-lo para
que o faça devagar,
respirando
profundamente, movendo
pés e mãos, abrindo os
olhos, vagarosamente.
– A segurança do transe
sonambúlico está
diretamente relacionada
à conduta moral, ao
nível de estudos da
mediunidade e dessa
faculdade, pelos
médiuns, além da
dedicação ao trabalho e
da harmonia de toda a
equipe mediúnica.
– As instruções de Allan
Kardec, quanto à análise
das comunicações
mediúnicas, também devem
ser observadas.
Eis modesta colaboração
que oferecemos para o
estudo deste tema
relevante para todos
nós, que nos dedicamos
às reuniões mediúnicas.
Referências:
6 – MIRANDA, Hermínio C.
A Memória e o Tempo.
3. Ed. Niterói:
Editora Arte & Cultura,
1991. Cap. VI –
Experiências e
observações pessoais.
7 – MIRANDA, Hermínio C.
O que é Fenômeno
Mediúnico. São
Bernardo do Campo: Edit.
Esp. Correio Fraterno do
ABC, 1990, p. 84.
8 – MICHAELUS.
Magnetismo Espiritual.
3. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1977.
9 – Elaborado com base
nas obras citadas neste
texto, na experiência
pessoal e no artigo
‘Sonambulismo na
Prática’, de Adilson
Mota, publicado na
edição de outubro/2010,
do Jornal Vórtice (http://jacobmelo.webs.com/apps/documents/).
10 – KARDEC, Allan.
Instruções Práticas
sobre as Manifestações
Espíritas. 6. ed.
Matão: CASA EDITORA O
CLARIM, 1987, p. 64.