JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
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A paciência
Virtude muito
necessitada de ser
exercitada, mormente nos
dias tumultuados que
estamos vivenciando. As
pessoas estão tendo
muita dificuldade em
manter a calma, gritando
e se desequilibrando
facilmente, diante de
situações que,
analisadas criticamente,
não requereriam o grau
de explosão emocional
que acarretam.
O que sucede? Por que
tamanhas variações?
Notamos que o império da
necessidade do ter, num
consumismo enorme, abafa
em muitas pessoas o
“ser”.
Conversávamos, ainda
hoje, com duas
enfermeiras
extraordinárias sobre a
situação que estamos
vendo nas famílias que
atendemos. Os pais, numa
agitação para ganhar
dinheiro, estão deixando
os filhos em creches,
escolas, e alguns com
avós. Atendemos uma avó
exausta, com um netinho
de quatro anos, outro de
cinco meses, que ficam o
dia todo com ela porque
a mãe trabalha. A
velhinha, queixando-se
que não está dando conta
e que a filha foi fazer
um ultra-som, porque
está suspeitando estar
grávida de novo. Será
mais um para ela cuidar,
porque a filha trabalha
o dia todo. Essas
crianças ainda contam
com a avó, mas e as
outras milhares? Sem a
família, sem noção de
família, nas creches que
dão instrução e não
educação. Não passam os
valores morais, não
ensinam o que o pai e a
mãe deveriam fazer e não
estão fazendo: ensinar
seus filhos a terem
respeito, honra,
honestidade e passar
amor a eles.
As crianças estão tão
carentes afetivamente,
tão necessitadas de amor
que estão tendo doenças
psicossomáticas para
chamarem a atenção dos
pais. É dor na barriga,
dor nas pernas etc. O
médico faz todos os
exames e está tudo
normal. No fundo é um
grito de socorro da
criança. A doença é
apenas um dizer: “Eu
existo, preciso de
carinho, de atenção”. E
os pais correm atrás dos
médicos quando deveriam
é pensar em qual é o seu
maior tesouro: o meu
filho ou os bens
materiais que estou
ganhando...
Enquanto conversávamos
sobre isso, as duas
enfermeiras se olharam e
uma apontou para a
outra, porque se viram
nessa mesma situação.
Trabalham o tempo todo e
quase não vêem os
filhos.
Precisamos dar atenção
às crianças se desejamos
um mundo melhor. Não
satisfazer tudo o que
querem. Isso não é dar
atenção. Dar atenção é
dar presença, abraçar,
beijar, ensinar, mostrar
que não se revida
injúria com injúria, mas
sim injúria com perdão.
Exemplificar do melhor
modo possível. Mostrar a
arte da calma, da
paciência, que está tão
em falta hoje. Para
mostrar, precisa-se
viver, trabalhar essas
virtudes na intimidade.
Tudo se deve viver com
amor. Paciência é
virtude que se conquista
com esforço.
Que tal parar de
reclamar?
Se nessa vida não há
motivo para a sua dor,
pense consigo mesmo que
é uma lição preciosa de
paciência que Deus lhe
faculta, e fique
resignado.
“A dor é uma bênção que
Deus envia a seus
eleitos”, diz o
Evangelho.
Exemplifiquemos. As
crianças imitam o que
vêem, nos primeiros
anos. Passemos a elas o
melhor. Tenhamos calma,
tenhamos paciência.
Assim estaremos
edificando em nós a paz
e, ficando um pouco mais
com os nossos filhos,
mostraremos a eles, pela
nossa atitude, que a
gentileza, o amor e a
paciência ainda não
caíram de moda, estão
presentes e mais que
nunca se fazem
necessários.