JOSÉ
ANTÔNIO V. DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
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E a febre não voltou
mais...
Era o sexto dia de febre
de uma de nossas filhas.
Gêmea, nove anos de
idade, era medicada
diariamente por injeção
de penicilina, com
diagnóstico de
broncopneumonia. Não
estava internada porque
como médico optei
mantê-la em casa, isso
há dezoito anos. Duas
vezes por dia vinha uma
enfermeira aplicar a
medicação necessária.
O quadro não evoluía
satisfatoriamente e,
cada dia que eu chegava
em casa, à noite, a
notícia da persistência
da febre me abatia, e
cada vez mais.
Uma vez por semana
participava da reunião
mediúnica com nosso
querido Hugo, diretor do
Lar Infantil Marília
Barbosa e do jornal “O
Imortal”. Como uma
tristeza vinha ocupando
cada vez mais espaço em
meus sentimentos,
desincumbi-me mais cedo
de meus compromissos, e,
uma hora antes do
trabalho da noite, fui à
casa do Paizinho, como
era por todos chamado.
Sentei-me com ele e
confidenciei minhas
angústias. Na verdade,
chorei... Ele, na época
com mais de oitenta
anos, espírita desde a
infância, evangelizado
por Cairbar Schutel, o
espírita número um do
Brasil, segundo Leopoldo
Machado, com firmeza
disse-me: “Doutor José –
era como ele sempre me
chamava – tem horas que
precisamos confiar na
Providência Divina mais
do que tudo. A doutrina
que abraçamos não é de
resignação simplesmente,
é de força, fé, coragem
e dinamismo. Façamos a
nossa parte e deixemos
que o Criador cuide de
tudo, conforme sua
superior vontade”.
Fomos para a reunião
mediúnica e o trabalho
seguiu normalmente. No
final, Hugo se deixa
inspirar por um Espírito
superior que nos dá uma
aula de fé, dizendo que
é nas horas mais
difíceis que sentimos a
presença de Deus em
nossas vidas.
Saímos de lá mais
confortado. Já era mais
de dez da noite. Quando
entramos em casa ouvimos
nossa esposa no
telefone, conversando
com um algum parente,
dizendo: “Já faz umas
três horas que a febre
cedeu, finalmente...”.
Nesse mesmo momento,
chega a outra gêmea toda
feliz, que vinha de um
aniversário, dizendo:
“Vocês viram o milagre
que Deus fez?”
Ela nem sabia do que
estava falando, e logo
mudou de assunto, como
uma criança qualquer.
E a febre da outra não
voltou mais. Ela estava
curada daquela
enfermidade.
E eu fiquei pensando na
frase que ouvi de minha
esposa ao telefone: “Já
faz umas três horas que
a febre cedeu...”.
Então, minha filha não
foi curada durante a
reunião mediúnica, mas,
quando eu estava aflito,
chorando, pedindo ao
Paizinho uma força para
aquele momento...