Mau-olhado e feitiçaria
O homem encarnado
apresenta uma estrutura
tríplice: Espírito,
Corpo intermediário
semimaterial e Corpo
Físico. Entretanto, o
corpo intermediário
semimaterial (que age
como interface entre
Espírito e Corpo
físico), o qual é
representado basicamente
pelo Perispírito, a
rigor não é formado
apenas pelo Perispírito
propriamente dito, mas,
também pelo Corpo vital,
também conhecido como
Duplo Etérico, que é
constituído
fundamentalmente por
fluido vital.
Esse binômio
Perispírito-Duplo
Etérico constitui a base
fundamental para a
ocorrência dos chamados
“fenômenos paranormais”,
os quais abrangem tanto
os fenômenos anímicos
como os fenômenos
mediúnicos. Os fenômenos
anímicos são aqueles em
que fundamentalmente
prevalece a ação da
própria “alma” (vale
lembrar que, na
definição da Codificação
Kardequiana, alma é o
Espírito encarnado) do
paranormal, ao contrário
dos fenômenos
mediúnicos, nos quais o
encarnado é o “filtro”,
pelo qual o Espírito
desencarnado age.
Dentre os fenômenos
anímicos, a ação
magnética do encarnado
através da
exteriorização de
fluidos vitais consiste
em um dos mais
relevantes fenômenos.
Assim como fluidos
vitais de pessoas
moralmente elevadas têm
ação equilibrante,
confortadora e curadora,
a emissão de fluidos
vitais de indivíduos
moralmente inferiores
tende a ser
desequilibrante e
prejudicial às saúdes
mental, perispiritual e
física. Tais fenômenos,
inerentes a todo ser
humano, podem ser muito
intensos em indivíduos
que tenham maior
facilidade na emissão
fluídica (liberação
ectoplásmica),
conhecidos como
“magnetizadores”.
Desta forma, os
magnetizadores
moralizados podem
contribuir muito para a
saúde dos nossos irmãos
através do “Passe
Espírita” assim como
aqueles não moralizados
podem prejudicar muito a
saúde de outras pessoas
através da
exteriorização de seus
fluidos de baixo padrão
vibratório, algo que é
conhecido vulgarmente
como “mau-olhado”, entre
outros nomes.
Entretanto, ambos os
processos supracitados
dependem basicamente da
afinidade espiritual, ou
seja, da sintonia que
poderia haver entre o
receptor e o emissor do
fluido vital. Alta
sintonia representa
grande transmissão e
baixa sintonia significa
baixa transmissão
fluídica, tanto para os
fluidos oriundos de
seres elevados
espiritualmente como
para os fluidos
originados de seres
inferiores do ponto de
vista espiritual.
O foco, a atenção, o
interesse, a
curiosidade, a inveja e
o ciúme, entre outras,
são atitudes
mentoemocionais que
concentram, desencadeiam
e atraem a emissão do
fluido vital. Quando o
indivíduo tem o dom da
emissão em níveis
maiores, sendo,
portanto, um
magnetizador, ele pode
realmente impactar
negativamente outros
seres vivos suscetíveis,
o que inclui animais e
vegetais, pois ambos os
grupos apresentam grande
estrutura de fluido
vital. Ocorreria, dessa
forma, uma transfusão
fluídica,
independentemente da
qualidade dos fluidos em
questão.
A elevação de
pensamentos,
sentimentos, objetivos,
intenções e ações
representa o “Olhai,
vigiai e orai” de Jesus,
e, neste caso, a
imunização para que a
sintonia com os
magnetizadores
desequilibrados não
ocorra. Como temos
dificuldades em manter
tais valores elevados,
necessitamos desenvolver
uma disciplina para
manutenção desses
estados em prol de nossa
saúde físico-espiritual.
Desta forma, evitaremos
ser impactados por
magnetizadores
desequilibrados assim
como evitaremos ser os
próprios magnetizadores
desequilibrados para
outrem, se a nossa
exteriorização fluídica
for também substancial.
Vale comentar sobre um
aspecto muito sério em
relação a essa questão,
que diz respeito ao
medo. Como o assunto
está envolto em grande
nível de superstição,
conceitos errados e
corretos se misturam,
fazendo com que muitos
indivíduos tenham um
medo acentuado do
mau-olhado, enquanto
outros considerem o
fenômeno impossível de
ocorrer e, por
consequência, apresentam
total destemor em
relação à possibilidade
de serem atingidos. O
medo excessivo contra o
mau-olhado não deixa de
constituir brecha
espiritual para que o
impacto negativo ocorra,
uma vez que o medo é
atitude auto-obsessiva
profundamente
perturbadora. Por outro
lado, a excessiva
confiança de que o
“mau-olhado não existe”
é algo que diminui a
autovigilância. O ideal
seria conhecer a
possibilidade de
ocorrência e, de forma
pró-ativa, tomar as
medidas preventivas para
que não sejamos
atingidos pelo
mau-olhado. De fato, o
impacto do “mau-olhado”
pode ser fator gerador
de outros processos
perniciosos, tais como a
depressão e a instalação
de processos obsessivos.
Assim, dependendo de
outros fatores
espirituais, um prejuízo
relativamente pequeno
poderia desencadear
outras problemáticas de
forma crescente,
implicando em graves
processos espirituais.
A feitiçaria (também
conhecida como magia),
por outro lado, está
associada à
paranormalidade,
abrangendo tanto
fenômenos anímicos como
mediúnicos. Com
frequência, os processos
ditos “mágicos” abrangem
desde a curiosidade
menos útil, passando por
objetivos
individualistas que
gravitam principalmente
em torno de questões
cotidianas da vida
material, tais como
obtenção de dinheiro,
conquistas amorosas,
aquisição de bens
materiais, cura de
doenças, entre outros,
chegando mesmo a
atingir, em alguns
casos, objetivos
claramente maliciosos,
focalizados no prejuízo
de outras pessoas
através de diversos
mecanismos e com vários
diferentes escopos.
Neste caso, estaríamos
tratando da chamada
“Magia Negra”.
Importante registar que
assim como acontece com
o mau-olhado, a
Feitiçaria envolve
muitas crendices
populares, sendo que
algumas têm fundo de
verdade e outras não,
aumentando a confusão em
torno do tema. De
qualquer maneira, o
mau-olhado normalmente
ocorre sem que o seu
emissor saiba de seu
poder desequilibrante,
enquanto que a
feitiçaria já seria algo
provocado
conscientemente, muito
embora com alguma cota
de superstição associada
ao procedimento.
Considerando que os
objetivos muitas vezes
são frívolos ou até
maldosos (além de
utilizarem
frequentemente de
recursos materiais
totalmente
descartáveis), os
Espíritos que
eventualmente poderiam
estar associados ao
processo, isto é, os
“parceiros espirituais”
de tais iniciativas, não
podem ser muito
evoluídos
espiritualmente.
Os ditos “trabalhos” de
feitiçaria ou
“macumbas”, entre outros
nomes, conectam o
evocador e/ou o
indivíduo que solicitou
o trabalho aos Espíritos
maldosos e/ou
zombeteiros que se
interessam por tais
práticas. Obviamente,
tais “pactos” constituem
associações para o
desenvolvimento de
obsessões, o que torna
tanto o evocador como o
interessado na evocação
Espíritos obsessores.
Portanto,
independentemente do
fato da ação atingir ou
não o seu objetivo, a
intenção e a ação
inicial propriamente
dita já terão sido
feitas, criando,
obviamente, compromissos
espirituais negativos
graves para os seus
causadores.
No que se refere ao alvo
do processo, ele poderá
ser ou não atingido de
forma significativa,
dependendo de sua vida
moral. Logo, os mesmos
cuidados gerais que
devemos ter para nos
proteger de obsessões
oriundas exclusivamente
de desencarnados são
aconselháveis para nos
proteger dos chamados
“trabalhos”, pois esses
últimos não deixam de
ser eventos de
vinculação mental,
emocional e espiritual
para execução de
atitudes antiéticas a
terceiros.
O processo propriamente
dito de constituição do
“pacto” normalmente
envolve alguma
“oferenda” para agradar
aos parceiros
desencarnados. Tais
Espíritos são ainda
muito apegados à
matéria, o que faz com
que, por consequência,
sintam saudade de
alimentos materiais, com
alta cota de fluido
vital, tais como frutos
e alimentos de origem
animal. Assim, alguns
costumam até mesmo matar
galinhas ou outros
pequenos animais no ato
de “constituição do
pacto” para que o fluido
vital eliminado no
momento da morte possa
ser haurido pelos
Espíritos
vampirizadores. O
próprio mentor André
Luiz comenta sobre fato
semelhante em
“Missionários da Luz”,
quando uma falange de
vampirizadores leva um
Espírito suicida para um
matadouro a fim de
vampirizar tanto os
fluidos vitais
exteriorizados pelo
suicida como aqueles
eliminados pelos animais
abatidos.
Importante registrar que
o vínculo espiritual com
a falange de Espíritos
obsessores pode ser
mantido até a
desencarnação dos
encarnados envolvidos e,
neste caso, dificilmente
o usuário da magia,
sobretudo da “magia
negra”, vai se
desvincular deles em um
curto espaço de tempo.
Além disso, o fato de se
vincular a um grupo
obsessor, tornando-se
igualmente um obsessor,
também torna o obsessor
um obsediado, em função
do clima espiritual em
que passará a viver
junto de seus comparsas
espirituais.
A orientação espírita é
fundamental para todas
as criaturas a fim de
que a curiosidade menos
útil, a preocupação
excessiva com o futuro,
o medo, as fixações
afetivas inferiores, os
problemas sexuais, entre
outros quadros, não se
tornem a motivação para
o intercâmbio
espiritual. Tais
procedimentos denotam
desconhecimento das
complexas implicações
espirituais deste tipo
de procedimento. Evitar
ser gerador de
mau-olhado e agente,
mesmo que indiretamente,
de práticas que não
condizem com nossa busca
de evolução, deve ser
uma constante e, neste
tópico, devemos
intensificar a
divulgação da Doutrina
Espírita, a fim de
minimizarmos a
ocorrência de uma série
de problemáticas
perfeitamente evitáveis,
se mantivermos um alto
nível de
responsabilidade em
relação às questões
espirituais. O
conhecimento espírita
faz-se imprescindível,
portanto, para a
melhoria geral das
manifestações anímicas e
mediúnicas que ainda
ocorrem em grande
quantidade em nossa
sociedade.