ALESSANDRO VIANA
VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga,
SP(Brasil)
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Mediunidade
mental
O Espiritismo
nos ensina que é
perfeitamente
natural a
relação entre os
Espíritos e os
encarnados,
sendo que esse
fenômeno se dá
através da
mediunidade que
se manifesta de
diversas formas,
desde as mais
ostensivas até
as mais sutis.
Normalmente
lembramo-nos das
mediunidades
mais conhecidas
e ostensivas,
como a
psicografia, a
vidência e a
cura, mas temos
notado que está
havendo uma
modificação da
mediunidade, que
acompanha o
período de
transição
planetária que
estamos
vivenciando, no
qual a Terra
avançará na
escala
progressiva dos
mundos, passando
a ser um planeta
de regeneração.
Vejamos, por
exemplo, que, na
atualidade,
raramente ocorre
a mediunidade de
materialização,
que seria a mais
ostensiva das
mediunidades,
onde os
Espíritos se
fazem visíveis
e, muitas vezes,
tangíveis, para
impressionar a
percepção
humana, com o
escopo de
demonstrar a
imortalidade da
alma com suas
consequências
morais.
Levando-se em
conta que
vivemos cercados
por uma nuvem de
testemunhas,
conforme nos
ensina o
apóstolo Paulo
de Tarso, que
são os Espíritos
que estão à
nossa volta e se
relacionam
conosco com mais
regularidade do
que podemos
imaginar, seria
oportuno
aprimorar esse
intercâmbio,
tornando-o mais
produtivo para a
nossa evolução
espiritual.
Aliás, a
corroborar a
regularidade da
influência
espiritual em
nossas vidas,
basta a leitura
da questão nº
459 de O Livro
dos Espíritos,
para
registrarmos que
os Espíritos
influem tanto em
nossos
pensamentos e
ações, que são
eles que, muitas
vezes, nos
dirigem.
O Livro dos
Médiuns que é o
maior tratado de
mediunidade que
conhecemos,
ensina-nos que
todos somos
médiuns, isto é,
estamos aptos a
receber a
influência dos
Espíritos, que
se dá, com maior
frequência,
através da
inspiração, que
é uma ideia, uma
sugestão,
negativa ou
positiva,
conforme o grau
de evolução do
Espírito que nos
influencia, que
chega-nos à
mente, e
normalmente
passa
despercebida,
porque achamos
que a autoria
intelectual é
nossa.
O que se espera
de nós, a partir
do estudo da
mediunidade,
quando tomamos
consciência da
forma como
ocorre o
fenômeno da
influência
espiritual, e da
nossa
moralização, é
que participemos
de forma mais
consciente do
fenômeno e
possamos criar
essas
oportunidades de
contato com os
Espíritos mais
evoluídos, que,
sem dúvida, em
nome do amor,
virão nos
inspirar.
Allan Kardec,
num artigo da
Revista Espírita
de março de
1866, deu a esse
processo o nome
de
mediunidade
mental.
No referido
artigo também há
quatro mensagens
sobre esse tipo
de mediunidade,
onde os
Espíritos dizem
que eles se
comunicam
conosco no
estado de
vigília e não
apenas durante o
sono.
O Espírito Luís
de França
enfatiza que:
“Seguramente,
meus amigos, a
mediunidade que
consiste em
conversar com os
Espíritos, como
com pessoas que
vivem a vida
material,
desenvolver-se-á
mais, à medida
que o
desprendimento
do Espírito se
efetuar com mais
facilidade, pelo
hábito do
recolhimento.
Quanto mais
avançados
moralmente forem
os Espíritos
encarnados,
maior será esta
facilidade de
comunicação...”.
Não temos dúvida
em afirmar que
será a
mediunidade do
futuro, quando
os indivíduos,
conscientes de
que são médiuns
e do potencial
psíquico de que
são portadores,
entrarão em
contato com os
Espíritos de
forma mais
lúcida, podendo
obter instrução
e consolo, a fim
de progredirem
mais
intensamente,
aproveitando a
abençoada
oportunidade da
reencarnação.
Certamente,
algumas pessoas
mais lúcidas
sobre o fenômeno
da mediunidade
mental já
utilizam esse
expediente para
sintonizar com a
espiritualidade
superior e com
seu anjo da
guarda, buscando
a própria
melhoria moral,
e não apenas a
satisfação da
curiosidade ou
para um diálogo
sem propósito.
Uma pergunta
surge
espontaneamente:
Como aprimorar a
mediunidade
mental?
Na mensagem de
Luis de França
há referência
sobre o hábito
do recolhimento.
Infelizmente, na
correria da vida
moderna, poucos
param para fazer
essas pausas
terapêuticas,
com o escopo de
orar, meditar ou
dialogar com os
Espíritos
amigos, ouvindo
suas
orientações.
Obviamente, os
Espíritos
superiores não
virão tratar de
qualquer
assunto, mas
daqueles que
digam respeito
ao nosso
aprimoramento
intelecto-moral.
Trata-se de um
hábito a ser
incorporado em
nossas vidas e
que irá sendo
aprimorado,
porque, no
início,
certamente
teremos
dificuldades de
concentração, de
controlar os
pensamentos, de
manter-nos em
silêncio mental,
mas os
resultados virão
na exata medida
do esforço e da
disciplina.
Imaginemos as
bênçãos que
advirão desse
“encontro
marcado” com a
espiritualidade
superior,
quantos consolos
e sugestões a
nos amparar nas
lides evolutivas
da Terra, e
também estaremos
nos qualificando
para receber a
inspiração em
outros momentos,
durante o
transcorrer dos
compromissos
diários, pois,
em sendo
oportuno, os
Espíritos amigos
encontrarão em
nós
receptividade,
porque estaremos
habituados a
essas “relações
espirituais
mentais”.
Da nossa parte,
que possamos
converter essas
inspirações
sublimes em ação
prática no bem,
visando à
própria
pacificação
interior e
exterior,
porque,
lamentavelmente,
muitos abortam
as ideias
elevadas
provenientes da
espiritualidade
superior, por
falta de
disciplina nas
questões morais.
O benfeitor
Camilo, no livro
“Cintilação das
Estrelas”, na
lição 28,
orienta-nos:
“Considerando
que o
abortamento é o
gesto de impedir
a vida
fisiológica do
ser e que o
aborto é o
despojo
resultante do
ato, os restos
orgânicos,
admitimos que
será possível
encontrarmos
abortamentos
físicos e
morais, abortos
materiais e
psíquicos...
Quando se
bloqueiam ou se
inibem as
expressões da
virtude, quando
se dificultam as
informações
salutares no seu
nascedouro...
certamente não
se poderá deixar
de ver tal coisa
como outras
formas de
abortamento...”
(o grifo é
nosso).
Realmente,
quantas
inspirações
elevadas nos
chegam à mente,
seja através da
mediunidade
mental (temos
consciência do
fenômeno e
procuramos
aprimorá-lo,
porque somos
agentes ativos
nessa parceria),
seja através da
sugestão mental
comum (ocorre à
nossa revelia,
porque somos
agentes
passivos),
convocando-nos à
reforma moral e
ao melhoramento
das atitudes,
que devem
refletir o amor
ensinado por
Jesus.
Todavia, quantas
vezes abortamos
essas ideias
elevadas, porque
mantemo-nos na
rotina, voltando
para a agitação
da vida moderna
ao priorizar o
“ter”, ou
achamo-nos
incapacitados
para vivê-las,
ou por comodismo
pessoal, e, por
consequência,
vamos retardando
o progresso
espiritual,
desperdiçando as
oportunidades de
mudança e os
alertas dos
amigos
espirituais, e
sentimos aquela
sensação de
tristeza e de
frustração, pois
estamos nos
afastando do
evangelho do
Cristo.
Aprimoremos a
mediunidade
mental e
coloquemo-nos a
serviço do bem e
da própria
espiritualização,
evitando os
abortamentos das
ideias nobres,
aproveitando as
abençoadas
oportunidades
que a vida nos
concede, a fim
de que não nos
transformemos na
figueira seca do
ensino de Jesus.