Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. De que maneira
podemos preservar os
médiuns dos perigos da
obsessão?
Rodeando-os de uma
atmosfera de paz, de
recolhimento, de sossego
moral, formando, pela
união das vontades, o
anteparo de forças
magnéticas. O médium
deve sentir-se amparado,
protegido. É preciso
também não descurar da
prece. Os pensamentos
são forças, tanto mais
poderosas quanto mais
puros e elevados sejam
eles. A prece, auxiliada
pela união das vontades,
opõe uma barreira
fluídica inacessível às
entidades inferiores.
Por seu lado, deve o
médium resistir pela
vontade e pelo
pensamento a toda
tentativa de obsessão e
libertar-se das
dominações suspeitas. É
mais fácil prevenir que
remediar. Afastando-se
as causas de obsessão,
evitam-se ao mesmo tempo
as causas de
enfermidade. São os
fluidos impuros que
alteram a saúde dos
médiuns e lhes perturbam
e deprimem as mais belas
faculdades. (No
Invisível, 3ª Parte.
XXII - Prática e perigos
da mediunidade.)
B. Em que consiste e se
apoia a lei das
manifestações psíquicas?
Na atração dos
pensamentos e das almas:
é nisso que consiste
integralmente a lei das
manifestações psíquicas.
Tudo é afinidade e
analogia no Invisível.
Por isso, a todos que
labutam nessa área é
necessário elevar bem
alto os pensamentos, a
fim de atrair os gênios
inspiradores, as forças
do bem e do belo. E que
isso seja feito não
somente nas horas de
estudo e experiências,
mas em todas as horas do
dia, como um exercício
regenerador e salutar.
(Obra citada, 3ª Parte.
XXII - Prática e perigos
da mediunidade.)
C. Que é preciso fazer
para desenvolver o dom
da mediunidade?
Para consegui-lo, tem o
homem que se submeter a
uma complexa preparação
e observar uma regra de
conduta definida. É
necessária para isso a
cultura simultânea da
inteligência, da
meditação, do
recolhimento e do
desprendimento das
humanas coisas. As
companhias vulgares são
nocivas à mediunidade,
em razão dos fluidos
impuros que se
desprendem das pessoas
viciosas e se adaptam
aos nossos, para os
neutralizar. É preciso
também velar pelo corpo:
“Mens sana in corpore
sano”. As paixões
carnais atraem os
Espíritos de lascívia; o
médium que a elas se
abandona avilta o seu
precioso dom e termina
perdendo-o.
(Obra citada, 3ª Parte.
XXII - Prática e perigos
da mediunidade.)
Texto para leitura
1079. Na “Luce e Ombra”,
de janeiro de 1905.
Enrico Carreras
descreveu os conflitos
de influência que se
produziam nas sessões
realizadas com o médium
Politi, entre o Espírito
protetor Ramuzzi e o
obsessor Spavento:
“Recordo-me de que uma
noite, na obscuridade,
achando-me sozinho
diante dele, porque os
meus companheiros de
estudo tinham fugido
apavorados, tive que me
empenhar com o médium,
de quem Spavento se
havia apoderado, numa
tremenda luta, em que me
foi preciso recorrer a
toda a força de que sou
dotado.
Julguei conveniente
expor tudo isso, a fim
de mostrar aos neófitos
que o Espiritismo não é
coisa que se deve tomar
como brincadeira, pois
que pode acarretar
consequências, e para
mostrar aos professores
da escola materialista
quão longe estão das
inofensivas
personalidades
secundárias de Binet e
P. Jane essas
personalidades
mediúnicas ou, por
melhor dizer, espíritas,
capazes de produzir os
supracitados fenômenos,
sem contar vários
outros, como os
repetidos urros de
animais que até na rua
se ouviam, os assobios
agudos, as violentas
explosões que se
produziam numa casa
desabitada, vizinha da
nossa, etc.
O sistema que havíamos
adotado e a assídua
colaboração de Ramuzzi,
que se esforçava de um
lado por acalmar
Spavento e, do outro,
por sustentar o médium,
materializando-se à
noite em seu quarto e
dirigindo-lhe palavras
de conforto, ao mesmo
tempo em que lhe
transfundia bons
fluidos, essa tática –
dizemos – não tardou a
fazer sentir seus
benéficos efeitos.
Pouco a pouco, Spavento
se modificou, assim no
moral como em suas
manifestações físicas.
Abandonou o primeiro
nome para adotar o de
César e veio a
tornar-se, com grande
satisfação para nós, um
dos nossos mais caros
amigos invisíveis.
Talvez em breve tenha
ocasião de expor aos
meus assíduos leitores
como se efetuou essa
gradual transformação,
que nos custou grande
trabalho, mas de que
fomos sobejamente
recompensados.”
1080. Por que meios se
pode preservar os
médiuns dos perigos da
obsessão? Rodeando-os de
uma atmosfera de paz, de
recolhimento, de sossego
moral, formando, pela
união das vontades, o
anteparo de forças
magnéticas. O médium
deve sentir-se amparado,
protegido. É preciso
também não descurar da
prece. Os pensamentos
são forças, tanto mais
poderosas quanto mais
puros e elevados sejam
eles. A prece, auxiliada
pela união das vontades,
opõe uma barreira
fluídica inacessível às
entidades inferiores.
1081. Deve, por seu
lado, o médium resistir
pela vontade e pelo
pensamento a toda
tentativa de obsessão e
libertar-se das
dominações suspeitas. É
mais fácil prevenir que
remediar. Os casos de
incorporação,
principalmente, oferecem
perigos. Por isso, não
deve o médium abandonar
seu organismo a outras
entidades senão debaixo
da vigilância e
fiscalização de um Guia
esclarecido.
1082. É um erro e um
abuso acreditar que o
médium deve ser sempre
passivo e, sem reserva,
submisso às influências
ambientes. O médium não
é um paciente servil
como os sensitivos
enfermos que servem às
experiências de certos
especialistas; é um
missionário, cuja
consciência e vontade
jamais se devem
aniquilar, mas
exercer-se
judiciosamente e só
curvar-se, convictamente
e após exame, à direção
oculta que lhe é
impressa. Quando as
influências que sente
lhe parecem más e
degenerem em obsessão,
não o deve hesitar em
mudar de meio, ou pelo
menos afastar de si as
pessoas que se lhe
afigure favorecerem ou
atraírem essas
influências.
1083. Afastando-se as
causas de obsessão,
evitam-se ao mesmo tempo
as causas de
enfermidade. São os
fluidos impuros que
alteram a saúde dos
médiuns e lhes perturbam
e deprimem as mais belas
faculdades.
1084. Nos fenômenos de
incorporação muitas
vezes se abusa do
magnetismo humano. Só a
ação de um homem de bem,
de hábitos puros e
elevados pensamentos,
pode ser admitida. O
médium, em todas as
circunstâncias, deve
colocar-se sob a
proteção de seu guia
espiritual, que, se for
elevado e enérgico, lhe
saberá desviar todos os
elementos de
perturbação, todos os
motivos de sofrimento.
Em suma, os maus
Espíritos só exercem em
nós a influência que
lhes quisermos permitir.
Quando há retidão da
moral, pureza de
coração, vontade firme,
são infrutíferos seus
esforços.
1085. Uma eficaz
proteção oculta é, pois,
a condição essencial de
bom êxito no domínio da
experimentação. Nenhum
grupo a poderia
dispensar. Os fatos
mostram e todos os
médiuns que têm
publicado suas
impressões e memórias o
atestam. A Sra. d'Espérance
dedica seu livro “No
País das Sombras” a seu
guia espiritual, Hummur
Stafford, “cuja mão
diretora, posto que
invisível, e os sábios
conselhos foram seu
amparo e conforto na
travessia da vida”.
1086. A Sra. Piper,
enfraquecida e adoentada
pelo contacto de
Espíritos inferiores,
deveu seu
restabelecimento e a boa
direção de seus
trabalhos à enérgica e
vigorosa intervenção dos
Espíritos Imperator,
Doctor e Rector. Graças
a eles, de confusas que
eram, as experiências
dentro em pouco se
tornaram claras,
convincentes.
1087. Poder-se-iam
multiplicar esses
exemplos. Allan Kardec
constituiu a Doutrina
Espírita com o auxílio
de revelações emanadas
de Espíritos superiores.
Em nosso próprio grupo
foi, graças à influência
de Espíritos elevados,
que obtivemos os
magníficos fenômenos
relatados páginas atrás.
É verdade que só ao cabo
de longo período de
expectação e de
perseverantes ensaios é
que nos foi prestado
esse concurso. Na
experimentação
achamo-nos em presença
de Inteligências
estranhas, de Vontades
que muitas vezes
sobrepujam a nossa e
pouco se inquietam com
as nossas exigências e
caprichos. Elas
perscrutam o nosso foro
íntimo e é preciso saber
captar-lhes a confiança
e o amparo, mediante
intenções puras e
generosos propósitos.
1088. Essa proteção, que
pairava sobre o nosso
grupo e persistiu por
todo o tempo em que nos
conservamos unidos de
coração e em pensamento,
eu tinha encontrado
sempre em meu tirocínio
de conferencista, e
sinto-me feliz em o
poder testemunhar aqui,
agradecendo-a, de ânimo
sincero e comovido, a
esses nobres amigos do
Espaço, cuja assistência
me tem sido tão preciosa
nos momentos arriscados.
1089. Mais de uma vez,
na ocasião de comparecer
perante um público
descrente, quase hostil,
e de ter que explanar,
diante de salas
repletas, assuntos assaz
controvertidos,
encontrei-me nas mais
desfavoráveis condições
físicas. E de cada vez
também, ao meu instante
apelo, vinham os meus
guias invisíveis
restituir-me as forças
indispensáveis ao
desempenho de minha
tarefa.
1090. Vê-se quão
necessária é nas sessões
a proteção de um guia
sério, valoroso,
esclarecido. Quando o
guia é inapto, as
dificuldades se
multiplicam e são
numerosas as
mistificações. Os
Espíritos levianos se
imiscuem com os
Espíritos de nossa
família, cujas
manifestações perturbam.
Intrusos, de uma
imprudência revoltante,
se insinuam às vezes nas
reuniões. O professor
Falcomer, em sua “Phénoménographie”,
cita um caso em que “a
manifestações piedosas
sucedeu uma linguagem
ímpia ditada por
pancadas da mesa e
dirigida a três senhoras
e uma mocinha. Era a
linguagem de um ser
impudente e abjeto e é
impossível
transcrevê-la”. A mãe do
professor e os outros
assistentes ficaram
seriamente aborrecidos.
1091. A ação de
Espíritos malignos e de
baixa classe não lança
unicamente o ridículo e
o descrédito sobre a
nossa causa, dela
afastando as pessoas
escrupulosas e bem
educadas; impele ainda
os médiuns à fraude e,
com o tempo, vem a
corromper-lhes o senso e
a dignidade. Começam os
assistentes rindo e
divertindo-se com as
respostas cínicas ou
extravagantes desses
Espíritos; mas, por isso
mesmo, os atraem; e
esses incômodos
visitantes, a quem assim
abre a porta, voltam,
agarram-se aos que lhes
dão acesso e tornam-se,
não raro, temíveis
obsessores.
1092. O Espiritismo, por
uns considerado
perigoso, por outros
vulgar e pueril, quase
só é conhecido pelo povo
sob seus aspectos
inferiores. São os
fenômenos mais materiais
que atraem, de
preferência, a atenção e
provocam apreciações
desfavoráveis. Esse
estado de coisas é
devido aos teoristas e
vulgarizadores que,
vendo no Espiritismo uma
ciência puramente
experimental, descuram
ou repelem por sistema,
algumas vezes com
desdém, os meios de
cultivo e elevação
mental indispensáveis
para se produzirem
manifestações
verdadeiramente
imponentes entre o
estado físico vibratório
dos experimentadores e o
dos Espíritos
suscetíveis de produzir
fenômenos de grande
alcance, e nada se faz
no sentido de atenuar
essas diferenças. Daí a
penúria de altas
manifestações comparadas
à abundância dos
fenômenos vulgares.
1093. O resultado é que
inúmeros críticos, só
conhecendo da questão a
sua face terra-a-terra,
constantemente nos
acusam de edificar sobre
fatos mesquinhos uma
doutrina demasiado
ampla. Mais
familiarizados com o
aspecto transcendental
do Espiritismo,
reconheceriam que nada
exageramos; ao
contrário, nos temos
conservado abaixo da
verdade.
1094. Quaisquer que
sejam as relutâncias dos
teóricos positivistas e
“antimísticos”, forçoso
será ter em conta as
indicações dos homens
competentes, sem o que
viria a fazer-se do
Espiritismo mísera
ciência, cheia de
obscuridades e perigosa
para os investigadores.
O amor da ciência não
basta, disse o professor
Falcomer; é
indispensável a ciência
do amor. Nos fenômenos
não temos que nos haver
unicamente com elementos
físicos, mas com agentes
espirituais, com
entidades morais, que,
como nós, pensam, amam e
sofrem. Nas profundezas
invisíveis, a imensa
hierarquia das almas se
desdobra, das mais
obscuras às mais
radiosas. De nós depende
atrair umas e afastar as
outras.
1095. O único meio
consiste em criarmos em
nós, por nossos
pensamentos e atos, um
foco irradiador de luz e
de pureza. Toda comunhão
é obra do pensamento. O
pensamento é a própria
essência da vida
espiritual. É força que
vibra com intensidade
crescente, à medida que
a alma se eleva, do ser
inferior ao Espírito
puro e do Espírito puro
até Deus. As vibrações
do pensamento se
propagam através do
espaço e sobre nós
atraem pensamentos e
vibrações similares. Se
compreendêssemos a
natureza e a extensão
dessa força não
alimentaríamos senão
altos e nobres
pensamentos. Mas o homem
se ignora ainda, como
ignora a imensa
capacidade desse
pensamento criador e
fecundo que nele dormita
e com o qual poderia
renovar o mundo.
1096. Em nossa fraqueza
e inconsciência,
atraímos na maior parte
das vezes Espíritos
maus, cujas sugestões
nos perturbam. É assim
que a comunicação
espiritual, em
consequência de nossa
inferioridade, se
obscurece e desvirtua;
fluidos corrompidos se
espalham pela Terra e a
luta entre o bem e o mal
se empenha no mundo
oculto como no mundo
material.
1097. Na atração dos
pensamentos e das almas
consiste integralmente a
lei das manifestações
psíquicas. Tudo é
afinidade e analogia no
Invisível.
Investigadores que
sondais o segredo das
trevas, elevai bem alto,
pois, os pensamentos, a
fim de atrairdes os
gênios inspiradores, as
forças do bem e do belo.
Elevai-os, não somente
nas horas de estudo e
experiências, mas
frequentemente, a todas
as horas do dia, como um
exercício regenerador e
salutar. Não esqueçais
que são esses
pensamentos que vão
lentamente eternizando e
purificando o nosso ser,
engrandecendo as nossas
faculdades e
tornando-nos aptos a
experimentar as mais
delicadas sensações,
fonte de nossa
felicidade futura.
1098. O problema da
mediunidade tem
permanecido obscuro e
incompreendido para a
maioria dos
psicologistas e teólogos
de nossa época. O
passado possuía a esse
respeito lúcidas noções,
e mesmo na Idade Média
alguns homens, herdeiros
da sabedoria antiga,
apreciaram com justeza
essa questão.
1099. No século XII,
Maimônides, o douto
rabino judeu de Córdova,
discípulo de Averrhoes,
inspirando-se nas
doutrinas da Cabala,
resumia nestes termos a
lei da mediunidade:
“O Espírito paira sobre
a Humanidade, até
encontrar o lugar de sua
morada. Nem toda
natureza lhe é propicia;
sua luz só pousa e
permanece no homem
prudente, são e
esclarecido. Quem quer
que aspire às honras do
sublime comércio deve
consagrar-se a
aperfeiçoar sua
natureza, por dentro
como por fora. Amigo da
solidão, leva consigo os
livros sagrados, ali
prolonga suas vigílias e
meditações, sacia sua
alma de ciência e de
virtude. Suas refeições
são reguladas; sua
comida e bebida
escolhidas, a fim de que
em seu corpo sadio e em
sua carne
convenientemente
renovada haja um sangue
generoso. Então está
tudo pronto: o forte, o
precavido, o sábio será
profeta ou vidente,
desde que o Espírito o
encontre em seu
caminho.”
1100. Tem, pois, o homem
que se submeter a uma
complexa preparação e
observar uma regra de
conduta, para em si
desenvolver o precioso
dom da mediunidade. É
necessária para isso a
cultura simultânea da
inteligência, da
meditação, do
recolhimento e do
desprendimento das
humanas coisas. O
Espírito inspirador
detesta o ruído: “Deus
não habita o tumulto”,
diz a Escritura. Um
provérbio árabe o
repete: “O ruído é dos
homens; o silêncio é de
Deus”. “É preciso
aperfeiçoar-se por
dentro e por fora”,
afirma o sábio judeu.
1101. As companhias
vulgares são, com
efeito, nocivas à
mediunidade, em razão
dos fluidos impuros que
se desprendem das
pessoas viciosas e se
adaptam aos nossos, para
os neutralizar. É
preciso também velar
pelo corpo: “Mens sana
in corpore sano”. As
paixões carnais atraem
os Espíritos de
lascívia; o médium que a
elas se abandona avilta
o seu precioso dom e
termina perdendo-o.
1102. Nada enfraquece
tanto as altas
faculdades como
entregar-se ao amor
sensual, que enerva o
corpo e perturba as
límpidas fontes de
inspiração. Do mesmo
modo que o lago mais
puro e mais profundo,
quando o agita a
tempestade, que lhe
revolve o lodo e o faz
subir à superfície,
cessa de refletir o azul
do céu e o esplendor das
estrelas, assim também a
alma do médium, turbada
por impuros movimentos,
se torna inapta para
reproduzir as visões do
Além.
1103. Há nas íntimas
profundezas, nos
recessos ignorados de
toda consciência, um
ponto misterioso por
onde cada um de nós se
integra no invisível, no
divino. Esse ponto que
cumpre descobrir,
ampliar, engrandecer é
essa infraconsciência
que desperta no transe,
como um mundo
adormecido, e patenteia
o segredo das vidas
anteriores da alma. É a
grande lei da psicologia
espírita, unindo e
conciliando, no fenômeno
mediúnico, a ação do
Espírito e a liberdade
do homem; é o ósculo
misterioso resultante da
fusão de dois mundos
nesse frágil e efêmero
ser que somos nós; é um
dos mais nobres
privilégios, uma das
grandezas mais reais da
nossa natureza.
1104. Sublimes deveres e
extensas
responsabilidades
acarreta a alta
mediunidade. “Muito se
pedirá a quem muito
recebeu.” Os médiuns são
desse número. Seu
quinhão de certeza é
maior que o dos outros
homens, pois que vivem
por antecipação no
domínio do invisível, ao
qual os prende um laço
cada vez mais apertado.
Um prudente exercício de
suas faculdades os
elevará às esferas
luminosas do Além e aí
lhes prepara sua futura
situação.
1105. Do ponto de vista
físico, não é menos
salutar esse exercício.
O médium se banha, se
retempera num oceano de
eflúvios magnéticos que
lhe dão poder e força.
Em compensação, tem que
cumprir imperiosos
deveres e não deve
esquecer que suas
faculdades não lhe são
outorgadas para si
próprio, mas para o bem
de seus semelhantes e
para o serviço da
verdade. É uma das mais
nobres tarefas que
possam caber a uma alma
neste mundo. Para a
desempenhar, deve o
médium aceitar todas as
provas, saber perdoar
todas as ofensas,
esquecer todas as
injúrias. Seu destino
será, talvez, torturado,
mas é o mais belo porque
conduz às culminâncias
da espiritualidade.
(Continua no próximo
número.)