Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
24)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Os princípios de
reflexão aplicam-se aos
reflexos psíquicos?
Sim. Os princípios de
reflexão podem ser
aplicados aos reflexos
psíquicos. Os nossos
reflexos psíquicos
condicionados
revestem-se, aliás, de
suma importância em
nossas ligações mentais
diversas e são – todos
eles – presididos e
orientados pela indução.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XII,
págs. 84 a 86.)
B. Que importância têm
para o Espírito os
reflexos condicionados
da atividade psíquica?
Com eles se expande a
vida mental do Espírito,
porquanto é neles – nos
reflexos condicionados
da atividade psíquica –
que principiam para o
homem os processos
inconscientes da
conjugação mediúnica,
uma vez que, emitindo a
onda das ideias que lhe
são próprias, ao redor
dos temas que lhe sejam
afins, exterioriza na
direção dos outros as
imagens e estímulos que
acalenta consigo,
recebendo depois sobre
si mesmo os princípios
mentais que
exteriorizou,
enriquecidos de outros
agentes que se lhe
sintonizem com as
criações mentais.
(Obra citada, cap. XII,
pp. 84 a 86.)
C. Com que agentes de
indução normalmente
lidamos?
Uma conversação, essa ou
aquela leitura, a
contemplação de um
quadro, a ideia voltada
para certo assunto, um
espetáculo artístico,
uma visita efetuada ou
recebida, um conselho ou
uma opinião representam
agentes de indução, que
variam segundo a
natureza que lhes é
característica, com
resultados tanto mais
amplos quanto maior se
nos faça a fixação
mental ao redor deles.
(Obra citada, cap. XII,
pág. 86.)
Texto para leitura
76. Reflexos
psíquicos – Os
princípios de reflexão
podem ser aplicados aos
reflexos psíquicos.
Compreenderemos, desse
modo, que o ato de
alimentar-se é um hábito
estratificado na
personalidade do cão, em
processo evolucionista,
através de reencarnações
múltiplas, e que o ato
de “preferir carne”,
mesmo em se tratando de
alimento ancestral da
espécie a que se
entrosa, é um hábito que
ele adquire, formando
impressões novas sobre
um campo de sensações já
consolidadas. Recorremos
à imagem simplesmente
para salientar que os
nossos reflexos
psíquicos condicionados
se revestem de suma
importância em nossas
ligações mentais
diversas. E esses
reflexos são – todos
eles – presididos e
orientados pela indução.
Nos cães de Pavlov a que
nos reportamos, a
faculdade de comer
representa atitude
espontânea, como
aquisição mental
automática, mas o
interesse pela carne a
que foram habituados
define uma atitude
excitante, compelindo a
sua mente a exteriorizar
uma onda característica
que age como pensamento
fragmentário, em torno
deles, a reagir neles
próprios, notadamente
sobre as células
gustativas. Do mesmo
modo, variados estímulos
aparecem nos animais
aludidos, segundo o
desdobramento das
impressões que lhes
atingem o acanhado mundo
sensório,
acentuando-lhes a
experiência. Podemos,
assim, apreciar a
riqueza dos reflexos
condicionados, pelos
quais se expande a vida
mental do Espírito
humano, em que a razão,
por luz do
discernimento, lhe
faculta o privilégio da
escolha. É aí, nesses
reflexos condicionados
da atividade psíquica,
que principiam para o
homem de pensamentos
elementares os processos
inconscientes da
conjugação mediúnica,
porquanto emitindo a
onda das ideias que lhe
são próprias, ao redor
dos temas que lhe sejam
afins, exterioriza na
direção dos outros as
imagens e estímulos que
acalenta consigo,
recebendo depois sobre
si mesmo os princípios
mentais que
exteriorizou,
enriquecidos de outros
agentes que se lhe
sintonizem com as
criações mentais.
(Cap. XII, pp. 84 a 86.)
77. Agentes de
indução – Temos
plenamente evidenciada a
autossugestão,
encorajando essa ou
aquela ligação, esse ou
aquele hábito,
demonstrando a
necessidade de
autopoliciamento em
todos os interesses de
nossa vida mental,
porquanto, conquistada a
razão, com a
prerrogativa da escolha
de nossos objetivos,
todo o alvo de nossa
atenção se converte em
fator indutivo,
compelindo-nos a emitir
os valores do pensamento
contínuo na direção em
que se nos fixe a ideia,
direção essa na qual
encontramos os
princípios combináveis
com os nossos, razão por
que, automaticamente,
estamos ligados em
espírito com todos os
encarnados ou
desencarnados que pensam
como pensamos, tão mais
estreitamente quão mais
estreita a distância
entre nós e eles, isto
é, quanto mais
intimamente estejamos
comungando a atmosfera
mental uns dos outros,
independentemente de
fatores espaciais. Uma
conversação, essa ou
aquela leitura, a
contemplação de um
quadro, a ideia voltada
para certo assunto, um
espetáculo artístico,
uma visita efetuada ou
recebida, um conselho ou
uma opinião representam
agentes de indução, que
variam segundo a
natureza que lhes é
característica, com
resultados tanto mais
amplos quanto maior se
nos faça a fixação
mental ao redor deles.
(Cap. XII, pág. 86.)
78. Uso do
discernimento –
A liberdade de escolha,
na pauta das Leis
Divinas, é clara e
incontestável nos
processos da
consciência. Ainda mesmo
em regime de prisão
absoluta, do ponto de
vista físico, o homem é
livre, no pensamento,
para eleger o bem ou o
mal para as rotas do
Espírito. O
discernimento deve ser,
assim, usado por nós
outros à feição de leme
que a razão não pode
esquecer à matroca, uma
vez que, se a vida
física está cercada de
correntes eletrônicas
por todos os lados, a
vida espiritual, da
mesma sorte, jaz imersa
em largo oceano de
correntes mentais e,
dentro delas, é
imprescindível saibamos
procurar a companhia dos
Espíritos nobres,
capazes de auxiliar a
nossa sustentação no
bem, para que o bem,
como aplicação das Leis
de Deus, nos eleve à
vida superior. (Cap.
XII, pp. 86 e 87.)
Glossário
À matroca -
Ao acaso; à toa; de
qualquer maneira. Sem
governo, sem rumo; à
deriva.
Indução -
Ato ou efeito de
induzir.
Indução eletromagnética
- Estabelecimento de uma
força eletromotriz num
circuito por efeito da
variação de um fluxo
magnético que o
atravessa.
Induzir
– Instigar, incitar,
sugerir, persuadir.
Causar, inspirar,
incutir. Inferir,
concluir, deduzir.
Revestir, guarnecer,
indutar. Mover, levar,
arrastar. Mover, levar,
arrastar. Fazer cair ou
incorrer. Praticar a
indução.
Pavlov
– Ivan Petrovich Pavlov
(1849-1936) foi um
fisiologista russo,
premiado com o Nobel de
Fisiologia de 1904, por
suas descobertas sobre
os processos digestivos
de animais. Foi ele quem
desenvolveu o conceito
de reflexo condicionado.
Reflexo condicionado
– Psicol.
Resposta condicionada.