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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 367 - 15 de Junho de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 14)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. É certo dizer que a viagem evolutiva recorda-nos uma estrada que possui diversas vias secundárias?

Sim. Esse é o pensamento do Dr. Bezerra de Menezes. Assinalada por vários sítios de descanso e espairecimento para a contemplação da paisagem, essa estrada pode ser percorrida sem parada ou através de estágios; mas a meta – que é concretizar a evolução espiritual – será fatalmente alcançada, embora a cada viajante seja facultado fazê-lo com maior ou menor rapidez. (Loucura e Obsessão, cap. 10,  pp. 119 e 120.)

B. Como podemos defender-nos das práticas que determinados Espíritos utilizam para prejudicar o próximo?

A essa pergunta, Dr. Bezerra respondeu assim: “A inteireza moral é uma defesa para qualquer tipo de agressão, difícil de atingida; a conduta digna irradia forças contrárias às investidas perniciosas; o hábito da prece e da mentalização edificante aureola o ser de força repelente que dilui as energias de baixo teor vibratório; a prática do bem fortalece os centros vitais do perispírito que rechaça, mediante a exteriorização de suas moléculas, qualquer petardo portador de carga danosa; o conhecimento das leis da Vida reveste o homem de paz, levando-o a pensar nas questões superiores sem campo de sintonia para com as ondas carregadas de paixão e vulgaridade”. (Loucura e Obsessão, cap. 10, pp. 121 a 123.)

C. É um equívoco informar bruscamente ao desencarnado sua situação espiritual?

Sim. É contraproducente agir dessa maneira, bruscamente, sem dar tempo mental ao Espírito para aceitar a ideia ou concluir, ele mesmo, pela sua ocorrência. (Loucura e Obsessão, cap. 10,  pp. 123 e 124.)

 Texto para leitura

53. Como desfazer  o chamado feitiço ou magia negra – A conclusão decorrente das explicações de Felinto era clara: a ocorrência nefasta, obsessiva, perturbadora, se dará ou não, conforme a sintonia, a receptividade do indivíduo. Todavia, não resta dúvida de que, seja qual for o resultado da ação de quem a encaminhou para o mal, ocorrerá o “choque de retorno”, ou seja, volverá ao agente o efeito da sua realização. Miranda perguntou-lhe, na sequência, como ele atuava para desmanchar o chamado feitiço ou magia negra. “Conhecendo as leis dos fluidos, podemos, de algum modo – respondeu Felinto –, manipulá-los, conforme a sua constituição. Utilizamo-nos de alguns recursos e materiais que foram objeto da magnetização para atrair os Espíritos, que se lhes imantaram, e os defendem, usurpando-lhes energias, em caso de alimentos e plantas, liberando-os da escravidão a que se atêm, inclusive, quando das grosseiras e macabras absorções de energia animal... Embora não recorramos a expediente idêntico no último caso, aplicamos forças fluídicas que os desconcertam emocionalmente, mudando neles a dependência da forma alimentar a que se subordinam, para outras expressões fomentadoras de vida, conhecidas por todos nós... No passo seguinte, retemo-los em barreiras magnéticas e passamos à fase da doutrinação, do esclarecimento, pois que o nosso objetivo é a libertação espiritual do ser, não a mudança de lugar ou de forma, mantendo-o aprisionado... Por fim, temos em mente os impositivos do mérito ou do demérito de cada paciente, auxiliando-o, também, no seu processo de crescimento espiritual.” Felinto explicou ter conhecimento também das técnicas de desobsessão de alta eficiência, aplicadas nas Instituições Espíritas e que, segundo ele, constituem um passo avançado na terapêutica de socorro aos sofredores de ambos os lados da vida. “Dia vem – aduziu o amigo espiritual – e já se apresenta em suave amanhecer, no qual Espíritos e homens, esclarecidos da realidade, compreenderão melhor a finalidade da vida, emergindo do barbarismo para a civilização, da violência para a bondade, em todos os campos comportamentais, não mais se fazendo necessários os cultos e práticas ainda em voga, por se haverem, Espíritos e homens, erguido à compreensão e certeza de que só através do amor e da educação se poderá fruir da felicidade real.” (Loucura e Obsessão, cap. 9,  pp. 116 a 118.)

54. A viagem evolutiva lembra-nos uma estrada com várias vias secundárias – No retorno às suas atividades habituais, Dr. Bezerra disse a Miranda que a viagem evolutiva recorda-nos uma estrada que possui diversas vias secundárias que aumentam a distância em relação ao destino. “Assinalada por vários sítios de descanso e espairecimento para a contemplação da paisagem, pode ser percorrida sem parada ou através de estágios... A meta será fatalmente alcançada, embora a cada viajante seja facultado fazê-lo com maior ou menor rapidez”, comentou o Mentor. “A Revelação Espírita é alta concessão que chega ao homem moderno, auxiliando-o a apressar a marcha. Ainda não compreendida na sua grandeza intrínseca, é a mais alta expressão da verdade ao homem dirigida. Não obstante, são muitas as concessões de Deus, que constituem as diversas Religiões, Doutrinas de filosofia ético-moral, seitas e crenças, como não poderia deixar de ser. Uma coisa não invalida a outra. Quem alcança o planalto, de forma alguma pode desconsiderar a planície e o vale onde esteve e de onde saiu. Se é um homem sábio, envidará esforços para auxiliar os que por lá ainda transitam. Se, porém, a presunção o ensoberbece, não conseguiu outros valores éticos senão os que lhe granjearam a posição externa, a do corpo físico, sem a correspondente altura espiritual para entender o profundo significado da conquista realizada.” Dr. Bezerra disse que, por tais razões, não devemos subestimar o esforço nobre dos que militam nas diferentes escolas e igrejas espiritualistas, especialmente naquelas em que o mediunismo realiza logros muito positivos com a comunicabilidade do Espírito, os esclarecimentos sobre a reencarnação e a justiça de Deus apresentada mediante as leis de causa e efeito. “É do nosso dever – aduziu Dr. Bezerra – alfabetizar o ignorante, esclarecê-lo e auxiliá-lo no seu desenvolvimento intelecto-moral. Todavia, indo a ele, não é pedagógico nem proveitoso falar-lhe de coisas extraordinárias, embora verdadeiras, de forma que as não entenda, gerando antipatia e animosidade. Jesus veio ter com os homens e utilizou-se da linguagem deles, das expressões que lhes eram familiares e dos temas que os interessavam, apresentando o reino de Deus com tal psicologia de amor, que passou a suplantar as outras cogitações, vindo a tornar-se a questão mais palpitante, quando puderam entender a sua magnitude e perenidade.” (Loucura e Obsessão, cap. 10,  pp. 119 e 120.)

55. Como podem as pessoas defender-se das agressões do mal – Depois de dizer que tais assertivas causariam surpresa e até desagrado entre os companheiros muito ortodoxos e que se consideram defensores da verdade, Dr. Bezerra aditou: “Nesta faixa da evolução, na qual transitam bilhões de Espíritos, todo o empenho deve ser dirigido no sentido de auxiliá-los, entendendo-lhes a situação e ajudando-os a crescer, conforme, por sua vez, fazem conosco os Mentores da Humanidade”. “Enquanto se discutem técnicas de socorro, o auxílio chegará atrasado. São tantos os sofrimentos que grassam e de tão variada gênese, que, na falta de atendimento específico, toda contribuição que os minimiza e libera é de alto valor e muito proveitosa. Em nossa esfera de ação não ocorrem milagres, que os não existem, apenas porque a morte nos desvestiu do corpo de carne. Os hábitos e crenças arraigados permanecem, reunindo os indivíduos em grupos e ideologias afins, qual sucede na área dos idiomas, com aqueles que atravessam o portal da morte sem treino mental... A sabedoria divina, a fim de a todos atender, permite que pululem os Núcleos próprios aqui e na Terra, donde esses desencarnados têm dificuldade de afastar-se, graças à imantação que os liga ao Planeta.” Miranda aproveitou o momento, que lhe parecia oportuno, para perguntar ao Mentor como poderiam defender-se as vítimas das práticas descritas pelo irmão Felinto, de que se utilizam os indivíduos que desejam prejudicar o seu próximo. Dr. Bezerra respondeu, paciente: “A inteireza moral é uma defesa para qualquer tipo de agressão, difícil de atingida; a conduta digna irradia forças contrárias às investidas perniciosas; o hábito da prece e da mentalização edificante aureola o ser de força repelente que dilui as energias de baixo teor vibratório; a prática do bem fortalece os centros vitais do perispírito que rechaça, mediante a exteriorização de suas moléculas, qualquer petardo portador de carga danosa; o conhecimento das leis da Vida reveste o homem de paz, levando-o a pensar nas questões superiores sem campo de sintonia para com as ondas carregadas de paixão e vulgaridade...” (Loucura e Obsessão, cap. 10,  pp. 121 a 123.)

56. Não devemos chocar a nenhum Espírito – Miranda ficou intrigado com essa resposta. Quer dizer que as pessoas que não possuam esses requisitos estão sujeitas a sofrer os trabalhos do mal que as alcancem?  “Meu amigo – esclareceu o Mentor –, todos aqueles que se encontram em desalinho, em desatenção, estúrdios e frívolos, gozadores que exploram sem nada oferecer, os maus e viciados, nem necessitarão que se lhes intentem prejudicar, pois que já se encontram mergulhados no mal que cultivam, tornando-se receptivos aos fenômenos com os quais afinam...” Miranda disse recordar-se de que, nas reuniões mediúnicas de que participou quando encarnado, apareciam com certa frequência Espíritos que se diziam mandados para prejudicar certas pessoas, narrando a forma como foram contratados e o que haviam ganho para o cometimento, devendo receber a parte final, quando estivessem conhecidos os resultados danosos de suas atividades. “Por diversas vezes – referiu Miranda –, acompanhei a técnica utilizada pelo dirigente José Petitinga, que após dialogar no mesmo diapasão verbal, oferecia-lhes vantagens maiores, como a paz, o amparo que pareciam necessitar, o alimento e o repouso a tanta faina, conseguindo, não poucas vezes, persuadi-los a uma mudança de atitude. Induzido pelo diretor espiritual, este exercia a hipnose e a ideoplastia, atendendo a tais equivocados que ali eram acolhidos e, posteriormente, elucidados quanto à desnecessidade de todos aqueles apetrechos ridículos e formalismos a que se sujeitavam.” Dr. Bezerra admitiu que tal procedimento é recurso válido que pode ser aplicado em casos análogos, acrescentando que, da mesma maneira que é contraproducente informar ao desencarnado a sua situação espiritual, bruscamente, sem lhe dar tempo mental para aceitar a ideia ou concluir, ele mesmo, pela sua ocorrência, não é recomendável chocar a nenhum Espírito, intentando extirpar-lhe, a fórceps de verbalismo agitado, crenças e superstições nele arraigadas. “Como ocorre com os homens que devem ser reeducados em muitos hábitos e esclarecidos conforme a sua capacidade de entendimento, no labor mediúnico de intercâmbio espiritual o processo não pode ser diferente. Falar ao comunicante de forma que ele possa compreender e vivenciar a informação, eis o método eficaz para os resultados felizes.”  (Loucura e Obsessão, cap. 10,  pp. 123 e 124.) (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita