GEBALDO JOSÉ DE
SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás
(Brasil)
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Passe em
reuniões
públicas –
é ele
obrigatório?
“Esclarecer os
companheiros
quanto à
inconveniência
da petição de
passes todos os
dias, sem
necessidade
real, para que
esse gênero de
auxílio não se
transforme em
mania. É falta
de caridade
abusar da
bondade alheia.”
1
Não! Para os
Espíritos ele
não é
obrigatório,
como se vê no
texto acima
citado e em
muitos outros.
Mas, em muitas
Casas Espíritas,
é utilizado como
se o fosse.
Os que se
habituam ao
passe nas
reuniões
públicas buscam
apenas a cura do
corpo, por
estarem
condicionados às
soluções
exteriores.
E por outras
duas razões. A
primeira delas
em consequência
de chegarem às
Casas Espíritas,
em geral,
enfermos.
Ali, recebem, no
tratamento
espiritual, o
passe, a água
fluidificada e a
desobsessão. É
essa a correta
terapia
espiritual. A
cura ou o alívio
de seus males
pode induzi-los
ao hábito do
passe.
A segunda razão
– de nossa
inteira
responsabilidade!
– é a de que,
concluído o
tratamento, nem
sempre se
orienta os
pacientes sobre
futuras e
eventuais
utilizações do
passe magnético.
Não se lhes diz
que lhes é
imprescindível,
a partir daí:
a) – Continuar
assistindo às
"Reuniões
Públicas";
b) – Estudar a
Doutrina
Espírita,
inscrevendo-se
em cursos; e
c) –
Inscrever-se nas
atividades de
assistência
social.
Estas duas
últimas opções
(estudo e
trabalho)
levam-nos à
reforma
interior, que
nos conduz à
cura efetiva,
pois, como
afirma o Divino
Mestre, a
Verdade liberta.
Tanto isso é
real que não se
vê contumazes
recebedores de
passes entre
aqueles que
fizeram o Estudo
Sistematizado da
Doutrina
Espírita; ou
outros cursos;
ou, ainda, que
são estudiosos;
ou que aprendem
a servir ao
próximo nas
diversas
atividades que a
Doutrina
Espírita nos
oferece.
Há quem estimule
os presentes a
receberem passes
indefinidamente.
Em alguns
Centros
Espíritas até
fecham a porta
de saída,
forçando a
passagem pela
sala de
passes... Assim
agindo, deixam a
impressão de que
há
obrigatoriedade
na recepção de
passes. O que,
repetimos, não é
verdade.
Já escrevemos
sobre este tema
o seguinte:
“Observamos que
na maioria das
Casas Espíritas
não há
orientação
adequada quanto
à utilização do
passe. Ele é
ministrado a
todos os
frequentadores,
indistintamente;
de forma que,
sobretudo os
novatos,
entendem que, ao
ouvirem uma
exposição
espírita, devem
após, sempre,
receber o
benefício do
passe.
Habituam-se,
anos a fio, a
recebê-lo uma ou
mais vezes por
semana.
Os que se tornam
trabalhadores do
Centro ficam com
o hábito não só
de tomar os seus
passes diários –
chegando a (...)
recebê-los após
aplicá-los –,
mas como o
de induzir todos
a recebê-los. Há
os que ainda
requisitam
“passe
especial”...
Como se houvesse
uma escala de
valores para os
passes, uns
diferentes dos
outros: o
‘comum' e o
‘especial’.
(...)
É claro que não
se vai impedir
alguém de
receber o passe,
mas todos devem
ser orientados
adequadamente.
Nas reuniões
públicas, antes
do início da
transmissão dos
passes, a
orientação deve
ser repetida,
pois que há
sempre
frequentadores
novos, a cada
reunião".
Jesus nos afirma
que "(...) Os
sãos não
precisam de
médico, e, sim,
os doentes". (Lc,
5:31.) Por que
receber o passe,
se estamos
física e
mentalmente bem?
No Editorial do
Informativo O
Trabalhador
Espírita, de
maio/2000, o
então Presidente
da Federação
Espírita do
Estado de Goiás,
Umberto
Ferreira,
alerta:
“O livro
Orientação ao
Centro Espírita
2 –
escrito após
amplas
discussões nos
Estados, em
reuniões
regionais e,
finalmente, em
reunião do
Conselho
Federativo
Nacional,
juntamente com a
FEB –
proporciona aos
centros
espíritas
orientações
adequadas sobre
como conduzir as
suas diversas
atividades.
Com relação às
reuniões
públicas em que
se realiza a
aplicação de
passes,
recomenda o
livro que se
encerre primeiro
a reunião
pública e deixe
um pequeno
intervalo para
que as pessoas
que vieram
somente para
ouvir a palestra
possam
retirar-se.
Em seguida, o
passe é aplicado
nas pessoas
interessadas ou
necessitadas.
Essa orientação
é sábia porque
separa a função
de educandário –
que instrui,
esclarece, educa
– da de
hospital, que
alivia ou cura.
Muitos centros,
no entanto,
preferem
desenvolver as
duas atividades
numa única
reunião.
Portanto, só
fazem a prece de
encerramento
após o término
dos passes ou
trabalhos de
cura.
Uma das
consequências
desse tipo de
reunião é a de
estimular todos
os presentes a
tomarem passes
todos os dias em
que comparecem
às reuniões
públicas, já que
têm que aguardar
a prece final.
(Grifamos).
É importante
enfatizar que
este modelo de
reunião que
inclui o passe
na reunião de
estudo (ainda
que sob a forma
de palestras
evangélicas) não
está previsto
nas obras
básicas”.
Portanto, o
ideal é que se
adote o modelo
sugerido pelo
opúsculo
Orientação ao
Centro Espírita,
elaborado com a
participação das
Federações
Espíritas
Estaduais – via
Conselho
Federativo
Nacional –, sob
a coordenação da
FEB.
Nele, ela é
indicada, dentre
as que são
públicas, com o
nome de "Reunião
de Assistência
Espiritual". E,
talvez por isso,
não a
identifiquem
como a
vulgarmente
conhecida
"Reunião
Pública".
Mas esse
opúsculo, pouco
conhecido e
estudado, é,
menos ainda,
aplicado,
sobretudo por
dirigentes de
Casas Espíritas.
O que é uma
pena, porque
conhecê-lo e
aplicá-lo é um
dos meios de
favorecer a
Unificação do
Movimento
Espírita
Brasileiro!
Um dos objetivos
da Doutrina
Espírita é o de
despertar as
criaturas para a
função dinâmica,
transformadora
do Evangelho,
que é a de curar
o Espírito.
Consentir que as
pessoas
prossigam
cultivando
religião por
hábito, sem
mudanças
interiores,
permanecendo com
os braços
cruzados e as
mentes
atrofiadas, é
sacrilégio
inominável. É
omissão pela
qual
responderemos.
É contribuir
para que
permaneçam à
margem do
manancial imenso
de verdades
eternas contidas
na Doutrina
Espírita, e
prossigam
sedentas de luz,
limitando-se a
buscar curas
para o corpo.
Cabe-nos, pois,
fugir à
acomodação,
estudar e
trabalhar, para
sermos fiéis ao
Divino Mestre,
despertando-nos
para a Verdade
que a todos nos
libertará.
(1)
Conduta Espírita,
André Luiz/Waldo
Vieira, Cap. 28,
18ª ed., FEB,
Rio, 1995.
(2)Orientação
ao Centro
Espírita 1980.
Conselho
Federativo
Nacional, 3.ed.,
Rio: FEB, 1988.