MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
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Londrina, Paraná
(Brasil) |
|
Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
25)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Na prática da
hipnose, é indispensável
que os assistentes e o
hipnotizador estejam
fisicamente próximos?
Não. As pessoas visadas
pelo hipnotizador não
precisam estar coladas à
região espacial em que
se encontra a vontade
que as magnetiza. Podem
estar até mesmo muito
distanciadas,
sofrendo-lhe a
influência através do
rádio, de gravações e da
televisão. Desde que se
rendam, profundamente, à
sugestão inicial
recebida, começam a
emitir certo tipo de
onda mental com todas as
potencialidades
criadoras da ideação
comum, independentemente
do local em que se
encontrem.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XIII,
págs. 88 e 89.)
B. Sob o comando do
hipnotizador, variam os
graus de passividade?
Sim. Cada indivíduo, sob
o império da hipnose,
depois de demonstrar
obediência
característica,
revelar-se-á em
determinado grau de
passividade. A maioria
estará em posição de
hipnose vulgar, alguns
cairão em letargia e
alguns raros em
catalepsia ou
sonambulismo.
(Obra citada, cap. XIII,
pp. 89 e 90.)
C. Que fato geralmente
ocorre nos dois
primeiros casos, ou
seja, na hipnose vulgar
e na letargia?
Na hipnose e na
letargia, as pessoas
apassivadas, à frente do
magnetizador, terão
libertado, em condições
anômalas, certa classe
de aglutininas que
facultam o sono comum,
obscurecendo os núcleos
de controle do Espírito,
nos diversos
departamentos cerebrais.
Além disso,
correlacionam-se com a
onda-motor da
vontade a que se
sujeitam,
substancializando, na
conduta que lhes é
imposta, os quadros que
se lhes apresentem.
(Obra citada, cap. XIII,
pp. 89 e 90.)
Texto para leitura
79. Hipnotismo
vulgar – Há quem
diga que o ato de
hipnotizar se filia à
ciência de atuar sobre o
espírito alheio, e, para
que a impressão
provocada, nesse
sentido, se faça
duradoura e profunda, é
imperioso se não
desenvolva maior
intimidade entre o
magnetizador e a pessoa
que lhe serve de
instrumento, porquanto a
faculdade de hipnotizar,
para persistir em
alguém, reclama dos
outros obediência e
respeito. No fenômeno
hipnótico em sua feição
mais simples, o operador
pede silêncio e, para
observar quais as
pessoas mais suscetíveis
de lhe receber a
influenciação, roga que
todos fixem determinado
objeto ou local,
proibindo perturbação e
gracejo. Anotamos aqui a
operação inicial do
“circuito fechado”.
Exteriorizando-se em
mais rigoroso regime de
ação e reação sobre si
mesma, a corrente mental
dos assistentes capazes
de entrar em sintonia
com o toque de indução
do hipnotizador passa a
absorver-lhe os agentes
mentais, predispondo-se
a executar-lhe as
ordens. Semelhantes
pessoas não precisarão
estar absolutamente
coladas à região
espacial em que se
encontra a vontade que
as magnetiza. Podem
estar até mesmo muito
distanciadas,
sofrendo-lhe a
influência através do
rádio, de gravações e da
televisão. Desde que se
rendam, profundamente, à
sugestão inicial
recebida, começam a
emitir certo tipo de
onda mental com todas as
potencialidades
criadoras da ideação
comum, e ficam
habilitadas a plasmar as
formas-pensamentos que
lhes sejam sugeridas,
formas essas que,
estruturadas pelos
movimentos de ação dos
princípios mentais
exteriorizados, reagem
sobre elas próprias,
determinando os efeitos
ou alucinações que lhes
imprima a vontade a que
se submetem. Temos,
então, aí, a perfeita
conjugação de forças
ondulatórias. (Cap.
XIII, pp. 88 e 89.)
80. Graus de
passividade –
Induzidos pelo impacto
de comando do
hipnotizador, os
hipnotizados produzem
oscilações mentais com
frequência peculiar a
cada um, oscilações
essas que, partindo
deles, entram
automaticamente em
relação com a onda de
forças positivas do
magnetizador, voltando a
eles próprios com a
sugestão que lhes é
desfechada,
estabelecendo para si
mesmos o campo
alucinatório em que lhe
responderão aos apelos.
Cada instrumento, nesse
passo, após demonstrar
obediência
característica,
revelar-se-á em
determinado grau de
passividade. A maioria
estará em posição de
hipnose vulgar, alguns
cairão em letargia e
alguns raros em
catalepsia ou
sonambulismo. Nos dois
primeiros casos (isto é,
na hipnose e na
letargia), as pessoas
apassivadas, à frente do
magnetizador, terão
libertado, em condições
anômalas, certa classe
de aglutininas que
facultam o sono comum,
obscurecendo os núcleos
de controle do Espírito,
nos diversos
departamentos cerebrais.
Além disso,
correlacionam-se com a
onda-motor da
vontade a que se
sujeitam,
substancializando, na
conduta que lhes é
imposta, os quadros que
se lhes apresentem. Nos
dois segundos (na
catalepsia e no
sonambulismo provocado),
as oscilações mentais
dos hipnotizados, a
reagirem sobre eles
mesmos, determinam o
desprendimento parcial
ou total do perispírito
ou psicossoma, que, não
obstante mais ou menos
liberto das células
físicas, se mantém sob o
domínio direto do
magnetizador,
atendendo-lhe as
ordenações. (Cap.
XIII, pp. 89 e 90.)
81. Ideia-tipo e
reflexos individuais
– Na hipnose ou na
letargia, os passivos
controlados executam
habitualmente cenas que
provocam admiração pela
jogralidade com que se
manifestam. O
hipnotizador dará, por
exemplo, a dez passivos,
em ação, a ideia de
frio, asseverando que a
atmosfera se tornou
subitamente gélida.
Expedirão todos eles,
para logo, ondas mentais
características,
associando as imagens
que sejam capazes de
formular. Semelhantes
vibrações encontram na
onda mental do
hipnotizador o agente
excitante que lhes
alimenta o fluxo
crescente na direção do
objetivo determinado.
No decurso de instantes,
essas vibrações terão
reagido muitas vezes
sobre os cérebros que as
geram e entretecem,
inclinando-os a agir
como se realmente
estivessem em pleno
inverno. Cada um,
entretanto, procederá no
vaivém das
oscilações de maneira
diversa. Aqui, um deles
abotoará fortemente o
casaco; ali, outro se
encolherá, vergando a
cabeça para a frente;
acolá, outro fará gestos
de quem toma agasalhos,
utilizando objetos em
desacordo com os que
imagina, e, além, ainda
outros tremerão,
impacientes, como que
desamparados à ventania
de um temporal. O toque
excitante do
hipnotizador lançou uma
ideia-tipo;
contudo, as mentes por
ele impressionadas
responderam em sintonia,
mas segundo os reflexos
peculiares a si mesmas.
(Cap. XIII, pp. 90 e
91.)
Glossário
Aglutinina –
S. f. Imun. Anticorpo
que produz aglutinação
com determinado
antígeno, como, p. ex.,
bactéria, após
combinação com o
antígeno homólogo, seja
in vivo ou in vitro.
Catalepsia
– Estado mórbido,
ligado à auto-hipnose ou
à histeria,
caracterizado por
enrijamento dos membros,
insensibilidade,
respiração e pulsos
lentos, e palidez
cutânea.
Circuito fechado
– Eletrôn. Circuito que
forma um caminho
contínuo para a corrente
elétrica. Telev. Sistema
de televisão em que o
vídeo e o áudio são
transmitidos, usualmente
por cabo, a determinados
monitores.
Hipnose
– Psiq. Estado mental
semelhante ao sono,
provocado
artificialmente, e no
qual o indivíduo
continua capaz de
obedecer às sugestões
feitas pelo
hipnotizador. Fig.
Modorra, sonolência,
torpor.
Indução
– Ato ou efeito
de induzir.
Induzir
– Instigar, incitar,
sugerir, persuadir.
Causar, inspirar,
incutir. Inferir,
concluir, deduzir.
Revestir, guarnecer,
indutar. Mover, levar,
arrastar. Mover, levar,
arrastar. Fazer cair ou
incorrer. Praticar a
indução.
Jogral
– Farsista,
truão, chocarreiro,
histrião. Aquele que
interpreta poemas ou
canções; recitador,
declamador, trovador.
Jogralidade
–
Ato ou dito de jogral;
truanice; chocarrice.
Letargia
– Estado
patológico caracterizado
por um sono profundo e
contínuo no qual as
funções da vida estão de
tal modo atenuadas que
parecem suspensas.
Estado de
insensibilidade
característico do transe
mediúnico. Fig.:
Sono profundo.
Desinteresse,
indiferença, apatia.
Depressão. Estado de
abatimento moral ou
físico. Falta de ação;
torpor.
Oscilação
– Fenômeno em que uma
grandeza ou um conjunto
de grandezas de um
sistema varia segundo
função periódica de
tempo. Variação
alternada; flutuação;
mudança.
Psicossoma
– Corpo espiritual ou
perispírito, na
linguagem espírita.
Sonambulismo
– Estado ou doença do
sonâmbulo.
Sonâmbulo
– Diz-se de pessoa que
anda, fala e se levanta
durante o sono;
noctâmbulo. Diz-se de
pessoa que age
automaticamente, de
maneira desconexa. Que
não tem nexo;
disparatado.