EURÍPEDES
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Ribeirão Preto, SP
(Brasil)
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Espíritos: Origem –
Criação – Evolução
Allan Kardec, ao
codificar a Doutrina dos
Espíritos,
perguntou-lhes, às
questões de nos
78, 79 e 81 de O
Livro dos Espíritos
(“LE”), sobre a origem,
quando e como os
Espíritos foram criados.
Obteve como resposta, da
parte de Espíritos
elevados, em síntese:
— Como e quando: ninguém
o sabe; aí é que está o
mistério. A origem é
igualmente mistério.
E aduziram:
— Os Espíritos são a
individualização do
princípio inteligente e
Deus os cria sem cessar.
Mais adiante, à questão
613, ainda do “LE”,
Kardec deixou
registrado:
O ponto inicial do
Espírito é uma dessas
questões que se prendem
à origem das coisas e de
que Deus guarda o
segredo. Dado não é ao
homem conhecê-las de
modo absoluto, nada mais
lhe sendo possível a tal
respeito do que fazer
suposições.
(...) Tudo isso são
mistérios que fora
inútil querer devassar e
sobre os quais, como
dissemos, nada mais se
pode fazer do que
construir sistemas (...)
cujo conhecimento atual
nada importa ao nosso
progresso e sobre as
quais (relações
misteriosas entre os
homens e os animais)
seria inútil
determo-nos. Isso,
repetimos, está nos
segredos de Deus.
Mas... não foram e nem
são poucos os estudiosos
espíritas que com muita
boa vontade e
sinceridade expressaram
e expressam reflexões a
respeito, em particular,
sobre estágios iniciais
do Princípio
Inteligente (P.I.)
nos reinos mineral e
vegetal, após criado...
Tais reflexões não são
unânimes, havendo-as pró
e contra, convertendo-se
num fabuloso
contraditório de ideias.
No entanto, todas
devidamente abalizadas,
segundo a bibliografia
em que escoram. Daí a
controvérsia.
Unanimidade, só quanto
ao fato espiritual de
que o ser humano um dia
foi animal irracional.
Eu poderia citar, senão
todos, pelo menos a
maioria desses
registros.
E são tantos... Contudo,
deixo a critério dos
interessados essa fácil
busca, aqui mesmo na
revista O CONSOLADOR, nos
233 e 236 (a primeira
“contra” e a segunda,
“pró”). Ademais, há
comentários nos nos
362,
363 e 364.
Eu próprio, confesso-o,
voei rasteiro sobre essa
ardente questão,
favorável ao princípio
inteligente ter
estagiado no mineral e
no vegetal... Agora,
recolhi meu texto.
Nota-se no decorrer da
sua sublime tarefa que
Kardec não insistiu
nessa questão, até
porque captou ser
passível de
controvérsia, além de
que pouco acrescentaria
ao homem conhecer
detalhes de seus
primeiros momentos, após
Deus criá-los.
E para mim, a partir da
Codificação da Doutrina
dos Espíritos, Kardec
deve ser a base de
qualquer lucubração
espírita, pelo arrimo
celestial que o
sustentou.
A partir dessas
reflexões, sou dos que
consideram louvável que
tantos pensadores tenham
exposto suas reflexões
(ou revelações), mas,
com todo o respeito, e
sem qualquer desdouro a
nenhum deles, tudo o que
há sobre a Criação
dos Espíritos e a
Evolução do Princípio
Inteligente não
passa de opinião pessoal
de cada um dos seus
autores.
E quem quiser saber a
opinião de Kardec sobre
a autoridade e
universalidade do
Espiritismo vá à
Introdução de “O
Evangelho segundo o
Espiritismo” e veja o
que ele deixou anotado
sobre “opinião
pessoal”...