JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
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Ainda no Espiritismo os
agêneres com as suas
variantes congêneres
Por causa de dúvidas
sobre os agêneres entre
os leitores,
esclarecerei melhor esse
assunto bíblico e
espírita. E, de início,
deixo claro que agênere
é uma materialização
palpável e longa de um
Espírito. A Igreja
Católica, a Ortodoxa
Oriental, as
Protestantes e as
Evangélicas não falam
geralmente nesse
assunto, talvez porque
ele seja também
espírita. Os docetistas,
do início do
Cristianismo, achavam
que Jesus fosse um
agênere, isto é, que Ele
tivesse um corpo apenas
aparentemente carnal.
Mas o evangelista João
afirma que: quem disser
que Jesus não veio em
carne, é do anticristo.
(1 João 4:2). Kardec
segue o evangelista
João.
Agênere vem do grego:
“A” é não, e “geine” é
gerar. Agênere é, pois,
não gerado. Mas não no
sentido de forma, e sim,
no de não ser gerado
como o são os demais
seres humanos.
Com relação ao seu
gênero, Kardec o
empregou como
substantivo masculino:
“Un Agénère”, em
francês. É que ele se
refere ao ser humano.
Guillon Ribeiro
empregou-o no masculino.
Daí que eu o estou
usando também no
masculino, embora os
dicionários do Brasil e
de Portugal o tragam no
feminino. (O Espiritismo
de “A a Z”, Organização
de Geraldo Campetti, FEB,
Brasília - DF, 1997.)
Na Bíblia, temos
aparições de agêneres e
materializações de
Espíritos. O Anjo Rafael
foi um agênere.
Materializado, por longo
tempo, acompanhou
Tobias, filho de Tobias,
em uma viagem. (Bíblia
Católica). Outro exemplo
bíblico são as aparições
ou materializações de
Jesus, depois de sua
morte, as quais
equivalem à sua própria
Ressurreição, ou melhor,
ressurreições, pois cada
aparição de Jesus é uma
ressurreição, um
ressurgir ou uma
manifestação de seu
Espírito desencarnado
materializado. A Bíblia
fala que essas aparições
ou ressurreições de
Jesus aconteceriam só a
partir do terceiro dia
após sua morte, pois, às
vezes, os Espíritos dos
mortos manifestam-se
logo depois da morte, e
até mesmo na hora da
morte. Melquisedeque é
mais um exemplo bíblico
de agênere, que apareceu
a Abraão, “Para o qual
também Abraão separou o
dízimo de tudo
(primeiramente se
interpreta rei de
justiça, depois
também é rei de Salém,
ou seja, rei de paz. Sem
pai, sem mãe, sem
genealogia; que não teve
princípio de dias nem
fim de existência,
entretanto, feito
semelhante ao Filho de
Deus), permanece
sacerdote perpetuamente”
(Hebreus 7:2-3).
Os agêneres e os
Espíritos materializados
aparecem ora tateáveis,
ora não tateáveis. A
Maria Madalena, Jesus
lhe pediu que não a
tocasse. Já a Tomé, Ele
aparece tateável,
pedindo-lhe que tocasse
seu ferimento, e
constatasse que era Ele
mesmo e não outro
Espírito qualquer.
Esses fenômenos de
materializações e de
agêneres são naturais e
não sobrenaturais ou
milagrosos. É, pois,
superstição afirmar que
eles são fenômenos
milagrosos, com
intervenção direta de
Deus, só porque envolvem
Espíritos dos mortos.
Aliás, os Espíritos dos
mortos continuam no seu
mesmo grau de evolução
moral e espiritual, ao
voltarem para Deus
(Eclesiastes 12:7), não
virando, pois, santos,
só porque se separaram
dos seus corpos mortos e
estão voltando ao pó nos
cemitérios!