Em carta publicada nesta
edição, o leitor Nilson
Furtado dos Santos, de
Brasília (DF), apresenta-nos
o seguinte questionamento:
Tudo que acontece é com a
permissão de Deus. O L.E.,
questão 853, diz que ninguém
morre antes da hora. No caso
do suicida a sua morte
estaria acontecendo antes da
hora?
Vejamos inicialmente o que
dizem a questão 853,
mencionada pelo leitor, e a
questão 854 d´O Livro dos
Espíritos:
853. Algumas pessoas só
escapam de um perigo mortal
para cair em outro. Parece
que não podiam escapar da
morte. Não há nisso
fatalidade? “Fatal, no
verdadeiro sentido da
palavra, só o instante da
morte o é. Chegado esse
momento, de uma forma ou
doutra, a ele não podeis
furtar-vos.”
a) Assim, qualquer que seja
o perigo que nos ameace, se
a hora da morte ainda não
chegou, não morreremos?
“Não; não perecerás e tens
disso milhares de exemplos.
Quando, porém, soe a hora da
tua partida, nada poderá
impedir que partas. Deus
sabe de antemão de que
gênero será a morte do homem
e muitas vezes seu Espírito
também o sabe, por lhe ter
sido isso revelado, quando
escolheu tal ou qual
existência.”
854. Do fato de ser
infalível a hora da morte,
poder-se-á deduzir que sejam
inúteis as precauções que
tomemos para evitá-la? “Não,
visto que as precauções
que tomais vos são
sugeridas com o fito de
evitardes a morte que vos
ameaça. São um dos meios
empregados para que ela não
se dê.”
(Grifamos)
Da leitura das questões
transcritas colhemos:
-
que é fatal o instante
da morte;
-
que são necessárias
precauções para evitar
que ela ocorra antes do
prazo.
O suicídio, conforme expõe a
doutrina espírita, pode ser
voluntário ou involuntário.
O voluntário se dá quando o
indivíduo põe termo à vida
de forma deliberada, em face
de um motivo qualquer. O
suicídio involuntário ocorre
quando a pessoa não toma as
precauções necessárias para
preservação da vida física.
O uso do álcool de forma
excessiva e de outras
substâncias que podem causar
a morte enquadra-se
perfeitamente nisso.
Em qualquer caso, o suicídio
representa uma interferência
na ordem natural das coisas
e Deus o permite porque
conferiu à criatura humana o
livre-arbítrio.
Valendo-se da liberdade de
agir, que a Lei natural lhe
confere, a pessoa sabe que
se sujeita ao rigor da
Justiça Divina e às
consequências de seus atos,
as quais, com relação ao
suicídio, não são nada
agradáveis. A obra
Memórias de um Suicida,
obra mediúnica recebida por
Yvonne A. Pereira, é uma
prova contundente a respeito
do assunto.
Emmanuel focalizou o tema na
questão 146 de seu livro
O Consolador, obra
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier.
Ei-la:
146 – É fatal o instante da
morte? “Com exceção do
suicídio, todos os casos de
desencarnação são
determinados previamente
pelas forças espirituais que
orientam a atividade do
homem sobre a Terra.
Esclarecendo-vos quanto a
essa exceção, devemos
considerar que, se o homem é
escravo das condições
externas da sua vida no
orbe, é livre no mundo
íntimo, razão por que,
trazendo no seu mapa de
provas a tentação de
desertar da vida expiatória
e retificadora, contrai um
débito penoso aquele que se
arruína, desmantelando as
próprias energias.
A educação e a iluminação do
íntimo constituem o amor ao
santuário de Deus em nossa
alma. Quem as realiza em si,
na profundeza da liberdade
interior, pode modificar o
determinismo das condições
materiais de sua existência,
alcançando-a para a luz e
para o bem.
Os que eliminam, contudo, as
suas energias próprias,
atentam contra a luz divina
que palpita em si mesmos.
Daí o complexo de suas
dívidas dolorosas.
E existem ainda os suicídios
lentos e gradativos,
provocados pela ambição ou
pele inércia, pelo abuso ou
pela inconsideração, tão
perigoso para a vida da
alma, quanto os que se
observam, de modo
espetacular, entre as lutas
do mundo.
Essa a razão pela qual
tantas vezes se batem os
instrutores dos encarnados,
pela necessidade permanente
de oração e de vigilância, a
fim de que os seus amigos
não fracassem nas
tentações.”
Respondendo, pois,
objetivamente, à pergunta do
leitor, podemos afirmar, com
toda a certeza, que a morte
causada pelo suicídio
ocorre, sim, antes da hora
inicialmente prevista.
Sobre o tema morte,
sugerimos ao leitor que leia
também o texto publicado
nesta mesma seção na edição
297 desta revista. Eis o
link:
http://www.oconsolador.com.br/ano6/297/oespiritismoresponde.html
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Para
esclarecer
suas
dúvidas,
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Sua
pergunta
será
respondida
em
uma
de
nossas
futuras
edições. |
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