ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil)
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Sejamos
jardineiros fiéis
Precisamos nos
conscientizar sobre o
respeito que devemos ter
com a
nossa casa planetária, o
planeta Terra.
Se este é o mundo que
nos acolhe, devemos
preservá-lo. Tudo na
Natureza tem a sua
função, a sua razão de
ser. Não nos cabe
destruir, mas
conservar as benesses
que nos foram outorgadas
pelo Criador.
O homem procura, nos
excessos que comete, a
satisfação dos
instintos, colocando-se
“abaixo dos animais,
porque estes sabem
limitar-se à satisfação
de suas necessidades.
Ele abdica da razão que
Deus lhe deu para a gula
e quanto maiores forem
os seus excessos maior é
o império que concede à
sua natureza animal
sobre a espiritual”. (O
Livro dos Espíritos, questão
714-a.)
Na questão 711 desta
monumental obra, vemos
que o direito aos bens
da terra é a
consequência da
necessidade de viver.
Tudo nos é dado na
medida certa. Assim, os
que desconhecem a lei de
Deus terão que responder
pelas suas ações.
Nesta linha de
raciocínio, Allan Kardec
explica, na
complementação à
resposta dos Espíritos à
questão 707 de O
Livro dos Espíritos:
“...
O mal, para muitos, é
viver uma vida que não é
a que a Natureza lhe
traçou; é então que lhes
falta a inteligência
para vencerem. Há para
todos um lugar ao Sol,
mas com a condição de
cada qual tomar o seu e
não o dos outros”.
O
professor de Teologia da
Pontifícia Universidade
Católica (PUC) –
Paraná, Mario Antonio
Betiato, diz que somos
os novos moradores deste
planeta em que vivemos.
É preciso que
respeitemos os que aqui
chegaram antes de nós.
Ele expressa suas
considerações no artigo
intitulado Por uma
ética planetária,
produzido para um debate
sobre Ecologia
Planetária:
“... Quando o ser humano
surgiu na face da Terra,
noventa e nove por cento
de todas as criaturas já
existiam; nós fazemos
parte, portanto, de uma
categoria de novos
moradores, praticamente
os últimos que chegamos,
e nos julgamos os donos
do mundo, desrespeitando
os antigos moradores, os
mais velhos, toda a
natureza que se
construiu e tornou-se
vida, antes de nós”.
E ainda:
“... Dominamos tanto que
estamos acabando com o
planeta, como se
fôssemos os donos da
Terra. (...) Ao invés de
donos deveríamos ser
jardineiros, aqueles que
cuidam, plantam,
cultivam, colhem e
embelezam. Entretanto,
nos últimos quinhentos
anos, fizemos o
contrário: pisoteamos as
flores do jardim,
aprisionamos os
pássaros, contaminamos a
água, sacrificamos o
paraíso, destruímos a
nossa casa, tudo em nome
do pseudoprogresso
capitalista que nos
enfeitiçou”.
“É preciso ‘morrer’ pelo
planeta. Já morremos
pelas ideologias, pelos
nacionalismos, pelas
religiões. Agora é a
hora de morrermos pela
nossa casa, pela nossa
vida. Para isso é
preciso mobilizar a
vontade coletiva, agora.
Se esperarmos reunir
todas as provas, via
pesquisas científicas,
estaremos mortos e é bom
levarmos em conta que a
Terra é pequena e não há
outro lugar para
refúgio. Uma catástrofe
atingiria a todos.
Somente temos um planeta
à nossa disposição.”
Na introdução de seu
artigo, o professor
Mario Antonio Betiato
ressalta que: “O
universo não é estático.
É dinâmico e está em
movimento sempre. Tudo o
que existe, tudo o que
aparece, o
fenomenológico da vida,
é energia que se
distribui em distintas
fases de identidade. A
mais complexa é a
matéria, composta de
partículas, átomos e
componentes químicos, e
a mais simples é o
espírito, que é puro,
ainda não bem entendido,
e não aceito pela
racionalidade da ciência
moderna, por não ter
objeto definido para ser
estudado pelos métodos
da ciência experimental.
Porém, nós sustentamos
que o espírito é o ponto
da chegada de tudo”.
Se não nascemos aqui por
acaso; se esta é a nossa
casa planetária; se é
aqui que nos cabe viver,
respeitemos esta nossa
casa planetária, para
que tenhamos
uma boa qualidade de
vida, dentro dela.