Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
31)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que devemos entender
por hipnose natural?
Se no fenômeno hipnótico
indiscriminado, em
certas demonstrações
públicas, presenciamos
alguém senhoreando o
psiquismo de diversas
pessoas, por alguns
minutos, vemos na
experiência diária o
mesmo fenômeno em nossas
relações, uns com os
outros. Na exibição
popular, o magnetizador
pratica a hipnose que se
hierarquiza por muitos
graus de passividade nos
hipnotizados. Na vida
comum, todos praticamos
espontaneamente a
sugestão, em que a
obediência maquinal se
gradua, em cada um de
nós, através de vários
graus de rendição à
influência alheia. É a
isso que André Luiz
chama hipnose natural.
Essa situação começa no
berço.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XVI,
pág. 106.)
B. Podemos considerar o
lar como o mais vigoroso
centro de indução que
existe na Terra?
Sim. Segundo André Luiz,
o lar é o mais vigoroso
centro de indução que
conhecemos na Terra. À
maneira de alguém que
recebe esse ou aquele
tipo de educação em
estado de sonolência, o
Espírito reencarnado, no
período infantil,
recolhe dos pais os
mapas de inclinação e
conduta que lhe
nortearão a existência,
em processo análogo ao
da escola primária, pelo
qual a criança é
impelida a contemplar ou
mentalizar certos
quadros, para
refleti-los no
desenvolvimento natural
da instrução.
(Obra citada, cap. XVI,
pp. 106 e 107.)
C. Além do lar, existem
em nosso plano outros
centros indutores?
Evidentemente. Em todos
os planos determina a
Providência do Criador
seja a criatura amparada
com segurança. Cada
consciência que renasce
no campo físico traz
consigo as ligações do
agrupamento espiritual a
que se filia,
demonstrando as
afinidades profundas de
que a onda mental dá
notícia no fluxo
revelador com que se
apresenta. Mas, além do
lar, a criatura
receberá, ao longo da
vida, a influência da
escola e das oficinas de
trabalho, em que a
pessoa segue no encalço
da vocação ou soma de
experiência que já
conquistou na vida. Seja
qual for a linha de
serviço em que se
expresse, cada oficina
de trabalho é novo
educandário para a
criatura em lide no
campo humano, em que a
chefia, a escalonar-se
através de condutores
diversos, convoca os
cooperadores, nos vários
círculos da
subalternidade, ao
esforço de melhoria e
sublimação. Vemos aí,
então, por intermédio da
mesma ocorrência de
harmonização mental, os
que orientam, erguidos à
condição de Espíritos
protetores, e os que
obedecem, transformados
em instrumentos para
determinadas
realizações.
(Obra citada, cap. XVI,
pp. 107 a 109.)
Texto para leitura
97. Hipnose de
palco e hipnose natural
– Analisando o fenômeno
mediúnico, na base do
reflexo condicionado,
assinalemos mais alguns
aspectos de semelhante
estudo, na esfera do
cotidiano. No fenômeno
hipnótico
indiscriminado, nas
demonstrações públicas,
presenciamos alguém
senhoreando o psiquismo
de diversas pessoas, por
alguns minutos; contudo,
na experiência diária,
vemos o mesmo fenômeno
em nossas relações, uns
com os outros. Na
exibição popular, o
magnetizador pratica a
hipnose que se
hierarquiza por muitos
graus de passividade nos
hipnotizados. Na vida
comum, todos praticamos
espontaneamente a
sugestão, em que a
obediência maquinal se
gradua, em cada um de
nós, através de vários
graus de rendição à
influência alheia. Tal
situação começa no
berço. (Cap. XVI,
pág. 106.)
98. Centro indutor
do lar – O lar é
o mais vigoroso centro
de indução que
conhecemos na Terra. À
maneira de alguém que
recebe esse ou aquele
tipo de educação em
estado de sonolência, o
Espírito reencarnado, no
período infantil,
recolhe dos pais os
mapas de inclinação e
conduta que lhe
nortearão a existência,
em processo análogo ao
da escola primária, pelo
qual a criança é
impelida a contemplar ou
mentalizar certos
quadros, para
refleti-los no
desenvolvimento natural
da instrução. As almas
valorosas, dotadas de
mais alto padrão moral,
segundo as aquisições já
feitas em numerosas
reencarnações de
trabalho e sacrifício,
constituem exceções no
ambiente doméstico, por
se sobreporem a ele,
exteriorizando a vontade
mais enérgica de que se
fazem mensageiras.
Contudo, via de regra, a
maioria esmagadora de
Inteligências encarnadas
retratam
psicologicamente aqueles
que lhes deram o veículo
físico,
transformando-se, por
algum tempo, em
instrumentos ou médiuns
dos genitores, à face do
ajustamento das ondas
mentais que lhes são
próprias, em circuitos
conjugados, pelos quais
permutam entre si os
agentes mentais de que
se nutrem. Somente
depois que experiências
mais fortes lhes renovam
a feição interior,
costumam os filhos
alterar de maneira mais
ampla os moldes mentais
recebidos. (Cap. XVI,
pp. 106 e 107.)
99. Outros centros
indutores – Em
todos os planos
determina a Providência
do Criador seja a
criatura amparada com
segurança. Cada
consciência que renasce
no campo físico traz
consigo as ligações do
agrupamento espiritual a
que se filia,
demonstrando as
afinidades profundas de
que a onda mental dá
notícia no fluxo
revelador com que se
apresenta. Se os pais
guardam sintonia com as
forças a que se jungem
fluidicamente seus
filhos, a vida prossegue
harmoniosa, como que
sobre rodas nas quais as
crenas se mostram
perfeitamente
engrenadas. Mas, se há
divergência, passada a
primeira infância,
começam atritos e
desencontros, à face das
interferências
inevitáveis, com
perturbações dos
circuitos em andamento.
Surgem as
incompatibilidades e
disparidades que a
genética não consegue
explicar. Enredados à
influência de
companheiros que
permanecem fora do vaso
fisiológico, os filhos,
nessas circunstâncias,
evidenciam tendências
inquietantes, sem que os
genitores consigam
reivindicar a autoridade
de que se revestem. A
escola edificante, no
entanto, espera-os, nas
linhas da civilização,
para restaurar-lhes,
desde cedo, as noções de
ordem superior, diante
da vida, exalçando os
conceitos de elevação
moral, imprescindíveis
ao aprimoramento da
alma. Transfiguram-se,
então, os mestres comuns
em orientadores dos
aprendizes que, se
atentos ao ensino, se
fazem médiuns
temporários das mentes
que os instruem, através
do mesmo fenômeno da
harmonização das ondas
mentais, porquanto o
professor, ensinando,
torna mais lentas as
oscilações que despede,
enquanto que os alunos,
aprendendo, fazem mais
curtas as oscilações que
lhes são peculiares,
verificando-se o
necessário ajuste de
nível para que a permuta
dos agentes espirituais
se faça com segurança.
Os discípulos que fogem
deliberadamente ao dever
da atenção, relaxando os
compromissos que
abraçam, permanecem
ausentes do benefício,
ligados a circuitos
outros que lhes retardam
a marcha na direção da
cultura, por desertarem
dos exercícios que lhes
favoreceriam mais
dilatada iluminação
íntima. Surgem também
para os rebentos do lar
terrestre, além da
escola, as obrigações do
trabalho profissional em
que a personalidade
segue no encalço da
vocação ou soma de
experiência que já
conquistou na vida. Cada
oficina de ação
construtiva, seja qual
for a linha de serviço
em que se expresse, é
novo educandário para a
criatura em lide no
campo humano, em que a
chefia, a escalonar-se
através de condutores
diversos, convoca os
cooperadores, nos vários
círculos da
subalternidade, ao
esforço de melhoria e
sublimação. Ainda aqui,
vemos, por intermédio da
mesma ocorrência de
harmonização mental, os
que orientam, erguidos à
condição de Espíritos
protetores, e os que
obedecem, transformados
em instrumentos para
determinadas
realizações. (Cap.
XVI, pp. 107 a 109.)
Glossário
Crena
– Espaço entre os dentes
duma roda ou duma peça
denteada. Bot. Zool.
Estrutura com bordas ou
margens arredondadas.
Hipnose
– Psiq. Estado mental
semelhante ao sono,
provocado
artificialmente, e no
qual o indivíduo
continua capaz de
obedecer às sugestões
feitas pelo
hipnotizador. Fig.
Modorra, sonolência,
torpor.
Indução
– Ato ou efeito
de induzir.
Induzir
– Instigar, incitar,
sugerir, persuadir.
Causar, inspirar,
incutir. Inferir,
concluir, deduzir.
Revestir, guarnecer,
indutar. Mover, levar,
arrastar. Mover, levar,
arrastar. Fazer cair ou
incorrer. Praticar a
indução.
Reflexo condicionado
– Psicol.
Resposta condicionada.