ALESSANDRO VIANA
VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga,
SP(Brasil)
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Os deveres dos
cristãos com
a
pátria e as
eleições
Inegavelmente, a
democracia é uma
das grandes
conquistas do
processo
evolutivo, tendo
sua origem na
Grécia, em 508
a.C., quando
Clístenes propôs
que cada cidadão
tivesse direito
a um voto nas
questões
políticas a
serem
deliberadas.
Surgiu, ainda, a
“Bulé”, que era
um conselho
composto por
quinhentas
pessoas com mais
de trinta anos,
modificado
anualmente, que
constituía a
base do novo
sistema.
Infelizmente,
ainda vemos a
tirania, a
opressão e a
ditadura em
alguns países,
que são filhas
do orgulho e do
egoísmo, mas com
o melhoramento
moral da
humanidade, já
que vivenciamos
a transição
planetária,
notaremos que a
democracia,
quiçá mais
aprimorada,
atingirá,
gradativamente,
todas as nações.
Anote-se que à
medida que o
indivíduo
amadurece moral
e
intelectualmente,
ele se torna um
cidadão
consciente e
nobre,
preocupado com a
sociedade onde
vive, saindo da
indiferença para
a ação
construtiva na
área do bem e da
paz.
Não podemos mais
ignorar que
temos
responsabilidades
com a Pátria,
colaborando para
a resolução dos
problemas
vigentes.
Poderemos, por
exemplo,
participar das
denominadas
“Associações de
Bairro”, levando
até o poder
público as
necessidades do
bairro onde
moramos; criar
ou participar de
ONG´s que visem
ao bem comum;
participar de
entidades que
fiscalizem o uso
da verba
pública;
integrar os
Conselhos
Municipais, que
ajudam nas
políticas
públicas do
município etc.
Atuar na cidade
onde se vive é
trabalhar pela
Pátria, pelo
nosso querido
Brasil, e, por
consequência,
por um mundo
melhor.
Frise-se que o
clímax da
democracia é o
processo
eleitoral,
quando poderemos
atuar como
eleitores e
candidatos.
O cristão tem
que estar
consciente dessa
participação no
processo
eleitoral, pois,
como eleitor,
irá eleger os
representantes
dos poderes
executivo e
legislativo, nas
três esferas de
atuação
(municipal,
estadual e
nacional).
Temos que nos
informar acerca
dos candidatos,
de suas
propostas, e
votarmos
naqueles que
atendam às
nossas
aspirações de um
mundo melhor,
jamais vendendo
nossos votos ou
permitindo que
outros
interesses
norteiem as
nossas escolhas.
Não podemos
afirmar que
todos os
candidatos são
descompromissados
com o bem, pois
certamente
haverá aqueles
que desejam
colaborar com o
melhoramento da
sociedade.
Tenhamos
paciência para
ouvir as
propagandas
políticas e
conhecer melhor
os candidatos.
Caso os
candidatos
eleitos não
cumpram com a
promessa,
certamente
estarão
assumindo
débitos perante
as leis divinas,
mas nós, os
eleitores, temos
que fazer a
nossa parte,
permanecendo com
a consciência em
paz.
Penso que o
cristão
consciente não
deve anular ou
votar em branco,
desperdiçando a
oportunidade de
trabalhar pela
Pátria. Caso não
encontre nenhum
candidato, pelo
menos vote na
legenda
partidária,
porque haverá
partidos
políticos que
mais se
aproximem das
nossas
ideologias.
Refletindo um
pouco sobre o
outro lado – o
do candidato –
muito se fala
que não se deve
misturar
política com
religião.
Particularmente,
interpreto essa
frase como o
dever de não
fazermos
propagandas
políticas dentro
dos templos
religiosos,
porque nesse
local estamos
buscando a
conexão com
Deus, cabendo a
cada cristão a
tarefa de
escolher o seu
candidato.
Todavia, isso
não significa
que o cristão
não possa ser
candidato.
Alguns dizem que
há tanta
corrupção na
política que não
vale a pena se
infiltrar nesse
meio.
Certa feita,
ouvi a seguinte
frase de um
amigo espírita:
“Os maus ocupam
os espaços que
os bons deixam”.
Essa frase
aplica-se à
política. Se as
pessoas de bem
optarem por não
se envolver na
política, os
maus políticos
preencherão
esses espaços.
Outros dirão,
serei apenas um
no meio de
muitos
corruptos, de
forma que nada
poderei
realizar.
Jesus disse que
enviava os
cristãos para as
tarefas do bem
como cordeiros
no meio de
lobos. Cabe-nos,
como candidato
eleito, sermos
cordeiros do
bem, usando dos
meios éticos e
lícitos para
combater as
ilegalidades
vigentes, sem
temer qualquer
represália,
agindo sempre em
prol do
interesse
coletivo.
Na seara
espírita,
tivemos notáveis
candidatos, que
não se omitiram
na tarefa de dar
suas
contribuições
pessoais na área
da política.
Citamos Adolfo
Bezerra de
Menezes
Cavalcanti
(Vereador e
Deputado
Provincial) e
Cairbar Schutel
(Vereador e
Prefeito).
O homem mais
moralizado, que
gerará eleitores
e candidatos
mais conscientes
do bem,
fomentará o
surgimento de
sistemas
políticos mais
nobres. Vejamos
a observação do
Espírito Vianna
de Carvalho na
obra “Atualidade
do Pensamento
Espírita”,
psicografada por
Divaldo Pereira
Franco.
“Certamente, o
homem melhor,
mais
desenvolvido
moral e
intelectualmente,
apoiado na
tecnologia que o
impulsiona para
a frente, criará
sistemas
políticos
compatíveis com
os ideais que
abraça, as
aspirações que
acalenta e os
labores que
realiza. A
política tem
sido instrumento
mal utilizado
por homens e
mulheres
ambiciosos,
esquecidos dos
valores éticos,
salvadas as
exceções
compreensíveis.
Quando se
entenda que a
política é
poderoso
instrumento de
construção da
sociedade, e se
esteja
moralmente
adiantado para
colocar em plano
secundário os
interesses
pessoais,
zelando pelos
coletivos, serão
criados novos
sistemas e
métodos de
trabalho que
elaborarão
regimes justos e
nobres, que
atendam as
necessidades do
povo, sempre
preterido,
desrespeitado e
oprimido através
da História.”
Contagiados pelo
evangelho do
Cristo e
imbuídos da
tarefa de
construirmos um
mundo mais
moralizado e
digno, não nos
furtemos às
responsabilidades
com a Pátria.
Atuemos com
coragem e
ousadia, seja
nas questões
eleitorais, seja
nas ações
sociais e do bem
comum, tendo
Jesus como
modelo e guia, e
o amor como
alimento da
alma.