Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
33)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Em que consiste a
tarefa do chamado “guia”
espiritual?
Quando a criatura dotada
de faculdades mediúnicas
deseja cooperar na obra
do esclarecimento
humano, recebe do Plano
Espiritual um guarda
vigilante – mais
comumente chamado “o
guia”, segundo a
apreciação terrestre –,
o qual tem as funções de
um zelador ou de um
mordomo responsável
pelas energias do
medianeiro, sempre de
posição evolutiva
semelhante. Passam então
a formar um circuito de
forças, sob as vistas de
Instrutores da Vida
Maior, que os mobilizam
a serviço da
beneficência e da
educação, em muitas
circunstâncias com pleno
desdobramento do corpo
espiritual do médium,
que passa a agir à
feição de uma
Inteligência teleguiada.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XVII,
págs. 113 e 114.)
B. No fenômeno das
materializações – a
chamada ectoplasmia – os
recursos provêm apenas
do médium de efeitos
físicos?
Não. Incorporam-se-lhe
também ao dinamismo
psíquico os contingentes
ectoplásmicos dos
assistentes, aliados a
recursos outros da
Natureza; contudo, ainda
aí, os elementos
essenciais pertencem ao
médium, que, consciente
ou inconscientemente,
pode interferir nas
manifestações.
(Obra citada, cap. XVII,
págs. 114 e 115.)
C. É verdade que a
exteriorização dos
princípios anímicos nada
tem a ver com o
aperfeiçoamento moral da
criatura?
É verdade. É por isso
que surgem muitas
dificuldades para a
manutenção de largo
intercâmbio, dilatado e
seguro, nesse terreno.
Basta leve modificação
de propósito na
personalidade
medianímica, seja em
matéria de interesse
econômico ou de conduta
afetiva, para que se lhe
alterem os raios
mentais. Verificada
semelhante metamorfose,
esboçam-se-lhe, na aura
ou fulcro energético,
formas-pensamentos, por
vezes em completo
desacordo com o programa
traçado no Plano
Superior.
(Obra citada, cap. XVII,
págs. 114 e 115.)
Texto para leitura
103. Simbioses
espirituais –
Sabendo-se que toda
criatura se movimenta no
seio das emanações que
lhe são peculiares,
intuitivamente
perceberemos os
processos simbióticos,
dentro dos quais se
efetua a influenciação
das Inteligências
desencarnadas que tomam
alguém para instrumento
de suas manifestações.
Muitas vezes, essa ou
aquela individualidade,
ao reencarnar, traz nos
próprios passos a
companhia invisível
dessa ou daquela
entidade com a qual se
mostre mais intensamente
associada em tarefas e
dívidas diferentes.
Harmonizadas na mesma
onda mental, é possível
sentir-lhes a
integração, qual se
fossem hipnotizador e
hipnotizado, em processo
de ajustamento. Se o
encarnado acusa
possibilidades de larga
desarticulação das
próprias forças
anímicas, encontramos aí
a mediunidade de efeitos
físicos, suscetível de
exteriorizar-se em graus
diversos. Eis por que
comumente somos
defrontados na Terra por
jovens mal saídos da
primeira infância,
servindo de médiuns a
Espíritos menos
esclarecidos que com
eles se afinam, na
produção de fenômenos
físicos de espécie
inferior, como batidas,
sinais, deslocamentos e
vozes de feição
espetacular. É certo que
semelhantes evidências
do plano extrafísico se
devam, de modo geral, a
entidades de pouca
evolução, porquanto,
imanizadas aos médiuns
naturais a que se
condicionam,
entremostram-se entre os
homens, à maneira de
caprichosas crianças, em
afetos e desafetos
desgovernados, bastando,
às vezes, simples
intervenção de alguma
autoridade moral,
através da exortação ou
da prece, para que as
perturbações em
andamento cessem de
imediato. Tal eclosão de
recursos medianímicos,
capaz de ocorrer em
qualquer idade da
constituição
fisiológica, independe
de quaisquer fatores de
cultura da inteligência
ou de aprimoramento da
alma, por filiar-se a
fatores positivamente
mecânicos, tal qual
ocorre nas demonstrações
públicas de agilidade ou
de força em que um
ginasta qualquer, com
treinamento adequado,
apresenta variadas
exibições. (Cap.
XVII, pp. 112 e 113.)
104. Médium
teleguiado –
Imaginemos que persista
na individualidade
encarnada a fácil
desassociação das forças
anímicas. Nesse caso,
temo-la habilitada ao
fornecimento do
ectoplasma ou plasma
exteriorizado de que se
valem as Inteligências
desencarnadas para a
produção dos fenômenos
físicos que lhes denota
a sobrevivência. Chegada
a esse ponto, se a
criatura deseja cooperar
na obra do
esclarecimento humano,
recebe do Plano
Espiritual um guarda
vigilante – mais
comumente chamado “o
guia”, segundo a
apreciação terrestre –
guarda esse, porém, que,
diante da esfera
extrafísica, tem as
funções de um zelador ou
de um mordomo
responsável pelas
energias do medianeiro,
sempre de posição
evolutiva semelhante.
Ambos passam a formar um
circuito de forças, sob
as vistas de Instrutores
da Vida Maior, que os
mobilizam a serviço da
beneficência e da
educação, em muitas
circunstâncias com pleno
desdobramento do corpo
espiritual do médium,
que passa a agir à
feição de uma
Inteligência teleguiada.
Daí nasce a
possibilidade da
constituição dos
círculos de estudo das
ocorrências de
materialização, com os
fenômenos de
telecinesia, a começarem
nos “raps” e a
culminarem na
ectoplasmia visível.
(Cap. XVII, pp. 113 e
114.)
105. Dificuldades
do intercâmbio –
Não podemos esquecer que
o campo de oscilações
mentais do médium –
envoltório natural e
irremovível que lhe
pulsa do Espírito – é o
filtro de todas as
operações nos fenômenos
físicos.
Incorporam-se-lhe ao
dinamismo psíquico os
contingentes
ectoplásmicos dos
assistentes, aliados a
recursos outros da
Natureza; mas, ainda aí,
os elementos essenciais
pertencem ao médium que,
consciente ou
inconscientemente, pode
interferir nas
manifestações. A
exteriorização dos
princípios anímicos nada
tem a ver, em absoluto,
com o aperfeiçoamento
moral. Cumpre destacar,
assim, as dificuldades
para a manutenção de
largo intercâmbio,
dilatado e seguro, nesse
terreno. Basta leve
modificação de propósito
na personalidade
medianímica, seja em
matéria de interesse
econômico ou de conduta
afetiva, para que se lhe
alterem os raios
mentais. Verificada
semelhante metamorfose,
esboçam-se-lhe, na aura
ou fulcro energético,
formas-pensamentos, por
vezes em completo
desacordo com o programa
traçado no Plano
Superior, ao mesmo tempo
que perigos
consideráveis assomam na
esfera do serviço a
fazer, uma vez que a
transformação das ondas
mediúnicas imprime novo
rumo à força
exteriorizada que, desse
modo, em certas
ocasiões, pode ser
manuseada por entidades
desencarnadas
positivamente
inferiores, famintas de
sensações do campo
físico. Em tais casos,
perturbações variadas
podem ocorrer,
desencorajando
experiências
magnificamente
encetadas. (Cap.
XVII, pp. 114 e 115.)
Glossário
Aura [do
latim aura]
– Halo
luminoso que alguns
videntes veem.
Emanação fluídica do
corpo humano e dos
demais corpos. A aura é
uma radiação que cobre
todo o corpo físico,
através dele são
evidenciadas as
emanações da parte
física, mental e
emocional. É o espelho
que mostra toda nossa
situação espiritual.
Ectoplasma
– Substância
visível que emana do
corpo de certos
médiuns. Parte
periférica do
citoplasma.
Ectoplasmia
– Nome que se dá
também à chamada
materialização dos
espíritos.
Hipnose
– Psiq. Estado mental
semelhante ao sono,
provocado
artificialmente, e no
qual o indivíduo
continua capaz de
obedecer às sugestões
feitas pelo
hipnotizador. Fig.
Modorra, sonolência,
torpor.
Indução
– Ato ou efeito
de induzir.
Induzir
– Instigar, incitar,
sugerir, persuadir.
Causar, inspirar,
incutir. Inferir,
concluir, deduzir.
Revestir, guarnecer,
indutar. Mover, levar,
arrastar. Mover, levar,
arrastar. Fazer cair ou
incorrer. Praticar a
indução.
Raps
– Fenômeno mediúnico de
efeito físico que
consiste em pancadas,
batidas e manifestações
semelhantes.
Reflexo condicionado
– Psicol.
Resposta condicionada.
Simbiose
– Associação de
duas plantas ou de uma
planta e um
animal, na qual ambos os
organismos recebem
benefícios, ainda que em
proporções diversas,
como os liquens.
Associação entre dois
seres vivos que vivem em
comum. Vida
em comum com outro(s). Associação
e entendimento íntimo
entre duas pessoas.
Simbiótico
– Relativo a
simbiose. O que vive em
simbiose.
Telecinesia
– S. f. Em
parapsicologia e no
Espiritismo,
movimentação aparente de
um objeto, produzida por
um médium, sem ação
mecânica.