JOSÉ LUCAS
jcmlucas@gmail.com
Óbidos, Portugal
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As eleições e o
Espiritismo
Portugal teve mais um
ato eleitoral no dia 25
de maio de 2014,
procurando eleger os
seus representantes ao
parlamento europeu. No
meio da campanha
eleitoral, promessas,
festas, festarolas e o
ato de votar, fica uma
sensação de que as
pessoas não acreditam
nos seus
“representantes”
políticos, de tal modo é
o nível da abstenção. E
que tem isto a ver com a
Doutrina Espírita (ou
Espiritismo)?
Quando a Doutrina dos
Espíritos surgiu em
meados do século XIX,
operou-se uma revolução
na Terra: o Espiritismo
matou a morte,
demonstrando à
saciedade, a
imortalidade do
Espírito, a reencarnação
e a comunicabilidade dos
Espíritos. Até então,
acreditava-se de uma
maneira ou de outra na
vida além da morte. A
partir desse momento,
essa vida futura ficou
demonstrada de tal modo
que somente as pessoas
muito distraídas ainda
não se aperceberam
disso.
O Espiritismo ensina-nos
que vivemos na Terra,
num mundo de expiação e
provas, onde o mal ainda
se sobrepõe ao bem, pese
embora a fase de
transição para um nível
superior que se operará
durante o 3º milênio.
Nesse sentido,
verificamos a
desigualdade social, o
egoísmo (base de todos
os defeitos)
desenfreado, aliado ao
materialismo
anestesiante, a
consumirem o bem-estar e
as oportunidades de
felicidade do ser
humano.
A Doutrina Espírita
ensina-nos que à medida
que o homem for
evoluindo intelectual e
moralmente, ao longo das
vidas sucessivas
(reencarnações), vai
tendo sede de justiça,
de paz, de harmonia, de
fraternidade.
As leis dos homens,
embora procurando na sua
gênese serem universais
e justas, são ainda
muito imperfeitas,
procurando, na maior
parte das vezes,
facilitar a ocultação de
crimes econômicos, entre
outros. A justiça, bem
inalienável segundo as
Constituições dos países
na Terra, é acessível
apenas aos ricos,
havendo muitas vezes uma
relação de causa e
efeito entre a
capacidade de pagar a
advogados caros e o
desenlace dos processos
judiciais.
Dizem os bons Espíritos
que estamos numa fase
evolutiva, do ponto de
vista espiritual, ainda
muito primitiva e que,
ao longo dos séculos, as
leis dos homens vão-se
aproximando das leis
divinas, da Lei Natural,
das Leis Morais, que
podemos encontrar, por
exemplo, na obra “O
Livro dos Espíritos”,
de Allan Kardec. Quando
tal desiderato
acontecer, não mais os
homens procurarão
enganar outros homens,
não mais o egoísmo será
o paradigma dominante, e
a noção de justiça
social, de equidade
diferenciada, de
irmandade será uma
realidade sentida por
cada ser humano, que
transportará de modo
consciente (o que ainda
não acontece), no seu
íntimo, a certeza da
perenidade das leis
divinas.
Com a reencarnação,
novos Espíritos aí
estão, a fim de mudarem
o paradigma existencial
da sociedade, baseado no
egoísmo, pelo paradigma
da solidariedade e do
amor ao próximo
Gerindo-se pela sua
consciência, onde estão
inscritas as leis de
Deus, o homem não mais
ludibriará, não abusará
dos dinheiros públicos,
e a política será
encarada como uma nobre
missão de servir o povo,
seus irmãos em evolução.
Provavelmente, os
eleitos serão de outra
forma, pela sua
capacidade
ético-moral-intelectual,
um pouco à semelhança do
mundo espiritual, onde
os líderes se destacam
pela sua grandeza moral,
pela sua evolução que se
impõe naturalmente, pela
gentileza, pela bondade,
pelo Amor,
características próprias
dos Espíritos nobres e
evoluídos.
Para aqueles que
descreem do futuro, o
Espiritismo explica que
tal transformação moral
na Terra será mais
rápida do que se pensa,
através do fenômeno
natural da reencarnação
(que já está a ocorrer),
onde Espíritos mais
evoluídos moral e
intelectualmente estão a
voltar ao planeta, a fim
de darem um “empurrão”
na senda da evolução.
Esses seres espirituais,
nossos filhos, vêm como
novas ideias, novas
noções de justiça e de
equidade, e serão em
breve os futuros
gestores, governantes,
agricultores, artistas,
teólogos, filósofos, que
catapultarão a Terra
para novos horizontes
existenciais, mais
justos e felizes.
Até lá, façamos a nossa
parte, dando o exemplo
de retidão, de
honestidade, de
caridade, sem cogitar
dos erros alheios que
não podemos solucionar.
Relembrando Jesus de
Nazaré, cada um de nós
voltará à pátria
espiritual com aquilo
que semear e colher
nesta vida, dentro da
assertiva de que “a
semeadura é livre, mas a
colheita obrigatória”.