Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
34)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Ocorre, nos fenômenos
de materialização de
Espíritos, influência
dos assistentes
presentes no ato?
Sim. Não somente o
fulcro mental do médium
intervém nas atividades.
Cada assistente aí
comparece com as
oscilações que lhe são
peculiares, tangenciando
a esfera mediúnica em
ação, e, se os
pensamentos com que
interfere nesse campo
diferem dos objetivos
traçados, com facilidade
se erige, igualmente, em
fator alternante, por
insinuar-se de modo
indesejável nos agentes
de composição da obra
esperada, impondo
desequilíbrio ao
conjunto, qual acontece
ao instrumento
desafinado numa
orquestra comum.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XVII,
págs. 115 e 116.)
B. O médium depende da
influência dos
circunstantes para
sustentar-se na harmonia
ideal?
Sim. Se as entidades
espirituais ficam
dependentes da faixa de
ondas mentais do médium,
para a condução correta
das forças
ectoplasmáticas dele
exteriorizadas, o médium
depende igualmente da
influência elevada dos
circunstantes, para
sustentar-se na harmonia
ideal. Por isso, se o
médium tiver o espírito
parcialmente desviado da
meta a ser atingida, sem
dificuldade se renderá,
invigilante, às
solicitações dos
acompanhantes
encarnados, quase sempre
imperfeitamente
habilitados para os
cometimentos em vista,
surgindo, então, as
fraudes inconscientes,
ao lado de perturbações
outras de que se queixam
os metapsiquistas.
(Obra citada, cap. XVII,
págs. 115 e 116.)
C. De acordo com a Lei
do Campo Mental, é
verdade que só
assimilamos as
influências a que nos
afeiçoamos?
Sim. De acordo com a Lei
do Campo Mental, que
rege a moradia
energética do Espírito,
a criatura consciente,
seja onde for no
Universo, apenas
assimila as influências
a que se afeiçoe. Cada
mente é como se fora um
mundo de per si,
respirando nas ondas
criativas que despede –
ou na psicosfera em que
gravita para esse ou
aquele objetivo
sentimental, conforme os
próprios desejos –, sem
o que a lei de
responsabilidade não
subsistiria.
(Obra citada, cap. XVII,
págs. 116 e 117.)
Texto para leitura
106. Médium e
assistentes – É
imperioso anotar que não
somente o fulcro mental
do médium intervém nas
atividades em grupo.
Cada assistente aí
comparece com as
oscilações que lhe são
peculiares, tangenciando
a esfera mediúnica em
ação, e, se os
pensamentos com que
interfere nesse campo
diferem dos objetivos
traçados, com facilidade
se erige, igualmente, em
fator alternante, por
insinuar-se de modo
indesejável nos agentes
de composição da obra
esperada, impondo
desequilíbrio ao
conjunto, qual acontece
ao instrumento
desafinado numa
orquestra comum. Disso
decorrem os embaraços
graves para o
continuísmo eficiente
dos agrupamentos que se
formam na Terra para as
chamadas tarefas de
materialização. Se as
entidades espirituais
sensatas e nobres estão
dependentes da faixa de
ondas mentais do médium,
para a condução correta
das forças
ectoplasmáticas dele
exteriorizadas, o médium
depende também da
influência elevada dos
circunstantes, para
sustentar-se na harmonia
ideal. É por isso que,
se o médium tem o
espírito parcialmente
desviado da meta a ser
atingida, sem
dificuldade se rende,
invigilante, às
solicitações dos
acompanhantes
encarnados, quase sempre
imperfeitamente
habilitados para os
cometimentos em vista,
surgindo, então, as
fraudes inconscientes,
ao lado de perturbações
outras de que se
queixam, aliás
inconsideradamente, os
metapsiquistas, pois
lidando com agentes
mentais, longe ainda de
serem classificados e
catalogados em sua
natureza, não podem
aguardar equações
imediatas como se
lidassem com simples
números. (Cap. XVII,
pp. 115 e 116.)
107. Lei do campo
mental –
Lamentam-se amargamente
os metapsiquistas de que
a maioria dos fenômenos
mediúnicos se encontram
eivados de obscuridades
e extravagâncias, e de
que, por isso mesmo, a
doutrina da
sobrevivência, para
eles, se mostra repleta
de impossibilidades.
Estabelecem exigências
e, depois de atendidos,
acusam a instrumentação
medianímica de criar
personalidades
imaginárias; exageram a
função dos chamados
poderes inconscientes da
vida mental, estranhando
que a força psíquica,
como recurso mediador
entre encarnados e
desencarnados, não
procede na balança da
observação humana à
maneira, por exemplo,
das combinações do cloro
com o hidrogênio. É
imperioso salientar que
se desconhece ainda, no
mundo, a Lei do Campo
Mental, que rege a
moradia energética do
Espírito, segundo a qual
a criatura consciente,
seja onde for no
Universo, apenas
assimilará as
influências a que se
afeiçoe. Cada mente é
como se fora um mundo de
per si, respirando nas
ondas criativas que
despede – ou na
psicosfera em que
gravita para esse ou
aquele objetivo
sentimental, conforme os
próprios desejos –, sem
o que a lei de
responsabilidade não
subsistiria. Um médium,
ainda mesmo nas mais
altas situações de
amnésia cerebral, do
ponto de vista
fisiológico, não está
inconsciente de todo, na
faixa da realidade
espiritual, e agirá
sempre, nunca à feição
de um autômato perfeito,
mas na posição de uma
consciência limitada às
possibilidades próprias
e às disposições da
própria vontade.
(Cap. XVII, pp. 116 e
117.)
108. Futuro dos
fenômenos físicos
– Devemos, porém,
declarar que conhecemos
em vários países alguns
círculos de ação
espiritual nos quais a
sinergia das oscilações
mentais entre médiuns,
assistentes e entidades
desencarnadas se ergue a
níveis convenientes,
facultando
acontecimentos de
profunda significação,
nas províncias do
espírito, não obstante,
até certo ponto,
servirem apenas como
índice de poder mental
ou de simples
informações sem maior
proveito para a
Humanidade, tal o
mecanismo
compreensivelmente
fechado em que se
encerram. A ciência
humana caminha, contudo,
na direção do porvir.
Aos Espíritos
desencarnados interessa,
no plano extrafísico,
mais ampla sublimação,
para que façam o
ajustamento de
determinados princípios
mentais, com respeito à
execução de tarefas
específicas. E aos
encarnados interessa a
existência em plano
moral mais alto para que
definam, com exatidão e
propriedade, a
substância
ectoplasmática,
analisando-lhe os
componentes e
protegendo-lhe as
manifestações, de modo a
oferecerem às
Inteligências Superiores
mais seguros cabedais de
trabalho,
equacionando-se, com os
homens e para os homens,
a prova inconteste da
imortalidade. (Cap.
XVII, pág. 117.)
Glossário
Aura [do
latim aura]
– Halo
luminoso que alguns
videntes veem.
Emanação fluídica do
corpo humano e dos
demais corpos. A aura é
uma radiação que cobre
todo o corpo físico,
através dele são
evidenciadas as
emanações da parte
física, mental e
emocional. É o espelho
que mostra toda nossa
situação espiritual.
Ectoplasma
– Substância
visível que emana do
corpo de certos médiuns.
Parte periférica do
citoplasma.
Ectoplasmática
– Relativo a ectoplasma.
Ectoplasmia
– Nome que se dá
também à chamada
materialização dos
espíritos.
Metapsíquica
– Estudo dos fenômenos
metapsíquicos.
Metapsíquico
– Relativo aos fenômenos
que transcendem o
alcance da psicologia
ortodoxa e são
aparentemente anormais
ou inexplicáveis, como,
p. ex., a clarividência,
a telepatia.
Psicosfera
– Psicosfera ou
fotosfera psíquica
(termos criados pelo
Espírito André Luiz), é
um campo resultante de
emanações de natureza
eletromagnética, a
envolver todo o ser
humano, encarnado ou
desencarnado. Reflete,
não só sua realidade
evolutiva, seu padrão
psíquico, como sua
situação emocional e o
estado físico do
momento.
Telecinesia
– S. f. Em
parapsicologia e no
Espiritismo,
movimentação aparente de
um objeto, produzida por
um médium, sem ação
mecânica.