Sob a noite
Cruz e Souza
Alma triste, cansada,
insatisfeita,
Dentro da noite espessa
que te alcança,
Ergue o facho sublime da
esperança
Ante os golpes da treva
que te espreita.
Entre pedras e lágrimas
avança,
Na sarça que domina a
senda estreita,
E sonha a luz da
Imensidade Eleita,
Aprisionada à externa
insegurança.
Segue, arrostando em
glória, por sofrê-los,
Turbilhões, agonias,
pesadelos,
Nos assombros de longa
tempestade...
E, além da pavorosa
travessia,
Encontrarás, chorando de
alegria,
O amanhecer da Grande
Liberdade!
Cruz e Souza nasceu em
Desterro, hoje
Florianópolis (SC) em 24
de novembro de 1861 e
desencarnou em Sítio,
atual Antônio Carlos
(MG) em 19 de Março de
1898. O soneto acima foi
publicado no livro
Antologia dos Imortais,
obra mediúnica
psicografada pelos
médiuns Francisco
Cândido Xavier e Waldo
Vieira.
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