Matava por prazer
Cornélio Pires
O boticário Neco
Nambiquara,
Depois de anel no dedo e
compromisso,
Arrenegou de casa, de
serviço,
E viveu de espingarda,
chuço e vara.
Matava por prazer e era
só isso...
O povo já dizia que era
tara.
Num domingo, caçando
capivara,
Morreu de um tiro
errado, atrás de ouriço.
Fora do corpo, o
Espírito de Neco
Ficou preso na Loca do
Marreco,
Sempre escutando a bala
que zunia...
Depois de muito tempo no
buraco,
Reencarnou numa grota de
macaco,
Para crescer zelando a
bicharia.
Do livro O Espírito
de Cornélio Pires,
obra mediúnica
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido
Xavier.
|