ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, São Paulo
(Brasil)
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Olhai a bandeira!
O notável Olavo Bilac
(1865 – 1918) –
jornalista, escritor e
poeta brasileiro, membro
fundador da Academia
Brasileira de Letras e
muito conhecido por sua
atenção à literatura
infantil e especialmente
por sua participação
cívica – é o autor da
belíssima letra do Hino
à Bandeira. A música é
de Francisco Braga (1868
– 1945), que foi
compositor, regente e
professor.
Detenho-me, porém, na
letra do hino. Nesses
tempos em que nossa
bandeira esteve exposta
com grande destaque em
virtude da Copa do
Mundo, é preciso meditar
sobre a importância
desse valioso símbolo
oficial da República
Federativa do Brasil. E
de seu hino.
Apresentado pela
primeira vez em 1906, a
letra do hino representa
um apelo vivo ao
civismo, sentimento um
tanto esquecido e tão
necessário a todos nós.
Parece-nos que só nos
lembramos dos hinos,
entre eles o
incomparável Hino
Nacional, em jogos de
futebol e, infelizmente,
já não se canta mais o
hino nas escolas,
procedimento lamentável
da educação brasileira.
Estive palestrando na
AFA - Academia da Força
Aérea, em
Pirassununga-SP, e, ao
deparar-me com o desfile
dos cadetes, ouvindo os
hinos cívicos do país,
detive-me na letra de
autoria de Bilac.
Peço ao leitor pensar
comigo em alguns
trechos:
Salve lindo pendão da
esperança!
Salve símbolo augusto da
paz
Tua nobre presença à
lembrança
A grandeza da Pátria nos
traz.
Já parou o leitor para
pensar na importância e
alcance dessas
afirmações? Pendão da
esperança, símbolo da
paz, lembrança da
grandeza da Pátria. Como
podemos esquecer a
querida Pátria que nos
acolhe? O conjunto
harmonioso de cores e
figuras geográficas
reunidas na bandeira
inspira-nos realmente
esperança, lembra a
grandeza da Pátria...
Mais adiante encontramos
esta pérola de
consciência cívica:
Contemplando o teu vulto
sagrado,
Compreendemos o nosso
dever,
E o Brasil por seus
filhos amado,
poderoso e feliz há de
ser!
Diante do momento
difícil que o país
atravessa, como está
nosso dever perante a
Pátria? ou só ficamos no
canto do Hino Nacional
em jogos de futebol?
Essa compreensão do
dever pátrio para
fazermos um país feliz e
poderoso (claro que não
restrito a riquezas
materiais), convoca-nos
a uma consciência cívica
mais intensa do que
aquela que estamos
vivendo.
Convido o leitor a
pensarmos juntos nessa
responsabilidade
individual e coletiva
perante os abusos todos
que temos presenciado
com a corrupção e
desmandos de toda ordem,
que resultam em
violências e tudo mais
que estamos vendo,
indicando falta de amor
ao país, com total
ausência de patriotismo
e civismo. Não sejamos
desses que desrespeitam
a nacionalidade.
Assistindo ao desfile
militar, pensando nas
grandezas do país, fui
às lágrimas ao pensar no
sentimento de gratidão
que deve brotar em todos
nós diante da riqueza do
país onde estamos,
infelizmente ainda não
no caminho que lhe cabe.
Ouvir o Hino Nacional,
que comove a todos
durante jogos de
futebol, deve estar em
nossos corações como
autêntica prece diária
de gratidão e estímulo
ao trabalho em favor da
Pátria. Notem os
leitores que as letras
de nossos hinos revelam
verdadeiros programas de
ação que podem nos
inspirar e conduzir
diante de tão complexos
desafios da atualidade.