Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
36)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Em que momento o
médium passa a ser
objeto da confiança dos
Benfeitores espirituais?
Quando ele consegue
transpor a faixa de
hesitações pueris,
entendendo que importa,
acima de tudo, o bem a
fazer e procura ofertar
a reta conduta à
Espiritualidade
Superior. A partir daí,
os Benfeitores lhe
aproveitam as
capacidades no amparo
aos semelhantes, dentro
do qual o médium
assimila o amparo a si
mesmo. Quanto mais se
lhe acentuem o
aperfeiçoamento, a
abnegação e a cultura,
mais se lhe sutilizam os
pensamentos e, com isso,
mais se lhe aguçam as
percepções mediúnicas,
que se elevam a maior
demonstração de serviço,
de acordo com as suas
disposições individuais.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XVIII,
págs. 122 e 123.)
B. Que disse André Luiz
a respeito das
dificuldades da
filtragem mediúnica?
A conjugação de ondas
mentais surge, presente,
em todos os fatos
mediúnicos. Atenta ao
reflexo condicionado da
prece, nas experiências
psíquicas, a mente do
médium passa a emitir as
oscilações que lhe são
próprias, às quais se
entrosam aquelas da
entidade comunicante,
com vistas a certos
fins. É natural, então,
que as dificuldades da
filtragem mediúnica se
façam, às vezes,
extremamente
preponderantes,
porquanto, se não existe
riqueza de material
interpretativo no fulcro
receptor, as mais vivas
fulgurações angélicas
passarão despercebidas
para quem as procura.
Vê-se, assim, que as
dificuldades decorrem
das condições que o
médium apresenta.
(Obra citada, cap.
XVIII, pág. 123.)
C. Esse mecanismo
preside também os
fenômenos da
clarividência?
Sim, tanto da
clarividência como da
clariaudiência,
porquanto, pela
associação avançada dos
raios mentais entre a
entidade e o médium
dotado de mais amplas
percepções visuais e
auditivas, a visão e a
audição se fazem
diretas, do recinto
exterior para o campo
íntimo, graduando-se,
contudo, em expressões
variadas. Escasseando os
recursos
ultrassensoriais, surgem
nos médiuns dessa
categoria a vidência e a
audição internas, mais
entranhadamente
radicadas na conjugação
de ondas. Atuando sobre
os raios mentais do
medianeiro, o
desencarnado
transmite-lhe quadros e
imagens, valendo-se dos
centros autônomos da
visão profunda,
localizados no
diencéfalo, ou lhe
comunica vozes e sons,
utilizando-se da cóclea,
tanto mais perfeitamente
quanto mais intensamente
se verifique a
complementação
vibratória nos quadros
de frequência das ondas.
(Obra citada, cap.
XVIII, págs. 123 e 124.)
Texto para leitura
112. Passividade
mediúnica – Se o
médium consegue
transpor, valoroso, a
faixa de hesitações
pueris, entendendo que
importa, acima de tudo,
o bem a fazer, procura
ofertar a reta conduta,
no reflexo condicionado
específico da prece, à
Espiritualidade
Superior, e passa,
então, a ser objeto da
confiança dos
Benfeitores
desencarnados que lhe
aproveitam as
capacidades no amparo
aos semelhantes, dentro
do qual assimila o
amparo a si mesmo.
Quanto mais se lhe
acentuem o
aperfeiçoamento e a
abnegação, a cultura e o
desinteresse, mais se
lhe sutilizam os
pensamentos e, com isso,
mais se lhe aguçam as
percepções mediúnicas,
que se elevam a maior
demonstração de serviço,
de acordo com as suas
disposições individuais.
Com base no magnetismo
enobrecido, os
instrutores
desencarnados
influenciam os
mecanismos do cérebro
para a formação de
certos fenômenos, como
acontece aos musicistas
que tangem as cordas do
piano na produção da
melodia. E assim como as
ondas sonoras se
associam na música, as
ondas mentais se
conjugam na expressão.
Se o instrumento oferece
maleabilidade mais
avançada, mais
intensamente específico
aparece o toque do
artista. Nessa base,
identificamos a
psicografia, desde a
estritamente mecânica
até a intuitiva, a
incorporação em graus
diversos de consciência,
as inspirações e
premonições. (Cap.
XVIII, pp. 122 e 123.)
113. Conjugação de
ondas – Vemos
que a conjugação de
ondas mentais surge,
presente, em todos os
fatos mediúnicos. Atenta
ao reflexo condicionado
da prece, nas reuniões
doutrinárias ou nas
experiências psíquicas,
a mente do médium passa
a emitir as oscilações
que lhe são próprias, às
quais se entrosam
aquelas da entidade
comunicante, com vistas
a certos fins. É
natural, dessa forma,
que as dificuldades da
filtragem mediúnica se
façam, às vezes,
extremamente
preponderantes,
porquanto, se não existe
riqueza de material
interpretativo no fulcro
receptor, as mais vivas
fulgurações angélicas
passarão despercebidas
para quem as procura,
com sede da luz do Além.
Excetuados os casos
especiais, em que o
medianeiro e a entidade
espiritual se completam
de modo perfeito, na
maioria das
circunstâncias, apesar
da integração mental
profunda entre um e
outro, quase toda a
exteriorização
fisiológica no
intercâmbio pertence ao
médium, cujos traços
característicos, via de
regra, assinalarão as
manifestações até que a
força psíquica da
Humanidade se mostre
mais intrinsecamente
aperfeiçoada, para mais
aprimorada evidência do
Plano Superior. (Cap.
XVIII, pág. 123.)
114. Clarividência
e clariaudiência
– Idêntico mecanismo
preside os fenômenos da
clarividência e da
clariaudiência,
porquanto, pela
associação avançada dos
raios mentais entre a
entidade e o médium
dotado de mais amplas
percepções visuais e
auditivas, a visão e a
audição se fazem
diretas, do recinto
exterior para o campo
íntimo, graduando-se,
contudo, em expressões
variadas. Escasseando os
recursos
ultrassensoriais, surgem
nos médiuns dessa
categoria a vidência e a
audição internas, mais
entranhadamente
radicadas na conjugação
de ondas. Atuando sobre
os raios mentais do
medianeiro, o
desencarnado
transmite-lhe quadros e
imagens, valendo-se dos
centros autônomos da
visão profunda,
localizados no
diencéfalo, ou lhe
comunica vozes e sons,
utilizando-se da cóclea,
tanto mais perfeitamente
quanto mais intensamente
se verifique a
complementação
vibratória nos quadros
de frequência das ondas,
ocorrências essas nas
quais se afigura ao
médium possuir um
espelho na intimidade
dos olhos ou uma caixa
acústica na profundez
dos ouvidos. (Cap.
XVIII, pp. 123 e 124.)
Glossário
Clariaudiência –
Faculdade mediúnica de
ouvir Espíritos
desencarnados.
Clarividência – Para
a Doutrina Espírita, é
propriedade inerente à
alma e que dá a certas
pessoas a faculdade de
ver sem o auxílio dos
órgãos da visão. Visão
mais perfeita, mais
clara. Faculdade de ver
sem o auxílio dos órgãos
da visão. É uma
faculdade inerente à
própria natureza da alma
ou do Espírito, e que
reside em todo o seu
ser; eis por que em
todos os casos em que há
emancipação da alma o
homem tem percepções
independentes dos
sentidos. No estado
corporal normal, a
faculdade de ver é
limitada pelos órgãos
materiais: desprendida
desse obstáculo, ela não
é mais circunscrita,
estende-se por toda a
parte onde a alma exerce
sua ação: tal é a causa
da visão a distância de
que gozam certos
sonâmbulos. Eles se veem
no próprio local que
observam e descrevem
ainda que este se situe
mil léguas de distância,
visto que, se o corpo
não se acha acolá, a
alma, em realidade, ali
se encontra. Pode-se,
pois, dizer que o
sonâmbulo vê pelos olhos
da alma.
Cóclea
– Parafuso de
Arquimedes. Parte
anterior do labirinto,
ou orelha interna:
caracol.
Diencéfalo
– Parte do
cérebro situada entre o
prosencéfalo (porção
anterior do cérebro) e o
mesencéfalo (porção
mediana do cérebro).
Reflexo condicionado
– Psicol.
Resposta condicionada.