HUGO ALVARENGA NOVAES
hugo.an19@gmail.com
Santa Rita do Sapucaí, MG (Brasil)
|
|
A salvação segundo Jesus
Uma questão muito
controversa na Bíblia
diz respeito à nossa
“salvação”.
Através deste estudo,
vamos analisar o que
nos recomendou Jesus
sobre o assunto descrito
acima.
Observemos atentamente o
que afirma o Sublime
Mestre quando nos ensina
a lição pertinente ao
“Grande Mandamento”:
Lc 10,25-28: “25 E eis
que se levantou certo
doutor da lei e, para o
experimentar, disse:
Mestre, que farei para
herdar a vida eterna? 26
Perguntou-lhe Jesus: Que
está escrito na lei?
Como lês tu? 27
Respondeu-lhe ele:
Amarás ao Senhor teu
Deus de todo o teu
coração, de toda a tua
alma, de todas as tuas
forças e de todo o teu
entendimento, e ao teu
próximo como a ti mesmo.
28 Tornou-lhe Jesus:
Respondeste bem; faze
isso, e viverás”.
1º. No texto bíblico,
fica claro que quem se
levanta é um DOUTOR DA
LEI (v. 25); portanto,
quem estava conversando
com o Divino Jardineiro
era um perito naquilo
que dizia respeito às
Escrituras Sagradas.
Assim sendo, vemos que o
supracitado personagem
tinha conhecimento de
causa, sabia o que
estava dizendo e “não
era um qualquer” como
deixam transparecer;
pois, muitos não dão
importância a esse
interlocutor do Adorado
Nazareno, e
consequentemente ao
referido fato.
2º. Ainda no versículo
25, vemos o circunstante
perguntar ao Amado Rabi:
“que farei para herdar a
vida eterna?” Observemos
o verbo “fazer”, o qual
determina que é
necessário praticar uma
ação para ganhar a vida
eterna, no caso a
salvação.
Então concluímos que o
DOUTOR DA LEI sabia que
o Espírito é imortal,
que existia sim uma
outra vida e que essa
era eterna, e que estava
condicionada ao ato de
fazer algo, em outras
palavras: para
alcançá-la teríamos de
fazer ou praticar alguma
ação, executar uma
obra.
3º. Reparemos que o
Querido Galileu não
responde: “basta crer-se
em mim para se salvar”,
ou coisa parecida. Pelo
contrário: Ele, sabedor
que parlamentava com um
“especialista nos
Escritos Sacros”, tem
ciência de que a sua
resposta será exata.
Então, o Excelso
Pegureiro indaga-lhe no
verseto 26: “Que está
escrito na lei?” e
conclui inquirindo-lhe
outra vez: “Como lês
tu?”, ou seja, “como é
que você entende o
significado do texto que
encontra-se lá?”
E o DOUTOR DA LEI, que
sabia o que dizia,
respondeu ao Cristo:
“Amarás ao Senhor teu
Deus de todo o teu
coração, de toda a tua
alma, de todas as tuas
forças e de todo o teu
entendimento” (v. 27), e
acrescenta: “e ao teu
próximo como a ti mesmo”
(v. 27).
4º. Notemos que o Filho
do Carpinteiro
considerou correta a
resposta daquele homem;
tanto que falou:
“Respondeste bem” (v.
28), e ratificando-a,
continuou dizendo: “faze
isso, e viverás” (v.
28). Que, em Português
claro quer dizer: “todo
aquele que cumprir o
Mandamento Maior como
falei, será salvo”.
Deduzimos claramente
que, para sermos
salvos, a obra que
devemos fazer é “amar ao
Criador e ao semelhante”
e não, SOMENTE “aceitar
a Jesus” como falam.
Agora pergunto-lhes:
“por que eu tenho que
“aceitar Jesus”, se o
próprio Jesus está
dizendo “que para mim
ser salvo basta eu
praticar o amor?” É como
se Ele falasse a nós:
“Meus filhos, se vocês
querem ser salvos e
viverem eternamente nas
bem-aventuranças do
Senhor, basta que amem a
Deus e ao próximo”.
A citada lição acima
está concorde com "O
Evangelho segundo o
Espiritismo", que nos
mostra:
“Caridade e humildade,
tal a senda única da
salvação. Egoísmo e
orgulho, tal a da
perdição. Este princípio
se acha formulado nos
seguintes precisos
termos: "Amarás a Deus
de toda a tua alma e a
teu próximo como a ti
mesmo; toda a lei e os
profetas se acham
contidos nesses dois
mandamentos." E, para
que não haja equívoco
sobre a interpretação do
amor de Deus e do
próximo, acrescenta: "E
aqui está o segundo
mandamento que é
semelhante ao primeiro"
, isto é, que não se
pode verdadeiramente
amar a Deus sem amar o
próximo, nem amar o
próximo sem amar a Deus.
Logo, tudo o que se faça
contra o próximo o mesmo
é que fazê-lo contra
Deus. Não podendo amar a
Deus sem praticar a
caridade para com o
próximo, todos os
deveres do homem se
resumem nesta máxima:
FORA DA CARIDADE NÃO HÁ
SALVAÇÃO.” (Fonte:
KARDEC A., O
Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. 15,
item 5, FEB).
Percebemos que há uma
certa deturpação da
Bíblia por parte dos
líderes religiosos que,
propositalmente não
divulgam esse trecho
bíblico de seus fieis,
nem lhes mostram esse
raciocínio. Fazem isso,
a fim de melhor
prendê-los à igreja que
comandam; pois assim,
enraizando-os onde
lideram, fica mais fácil
conseguir o DÍZIMO. Não
é mesmo?
Como estudioso do
Evangelho, afirmo com
toda certeza, sem nenhum
medo de estar errado:
“Aquele que APENAS
“aceita Jesus” a fim de,
somente se filiar a uma
igreja, sem amar a Deus
e ao próximo, NÃO SERÁ
SALVO. Para que essa
pessoa alcance a tão
desejada salvação,
basta que cumpra o que
nos diz o MANDAMENTO
MAIOR, que pratique o
amor a Deus e ao seu
semelhante, não que
unicamente “aceite a
Jesus” como dizem
alguns”.
Contudo, o que é
propalado entre a
maioria dos indivíduos é
o ensinamento de São
Paulo que afirma: Rm
10,9: “Porque, se com a
tua boca confessares a
Jesus como Senhor, e em
teu coração creres que
Deus o ressuscitou
dentre os mortos, será
salvo”.
Vemos que o Apóstolo dos
Gentios contradiz os
dizeres do Grande Médico
das Almas; afinal, esta
fala de São Paulo é mais
simples e prática, além
de prender mais
facilmente o ser humano
a uma determinada
instituição religiosa.
Hé! São Paulo nos
explica uma coisa muito
fácil.
Todavia, inquirimos
novamente: “Foi isso que
Jesus nos ensinou?”
Respondo: “Não!” Ele
disse que “para sermos
salvos bastaria que nós
cumpríssemos a lei, ou
seja, que amássemos a
Deus e ao próximo” e não
para que simplesmente o
aceitássemos como pregam
certos sacerdotes.
Na verdade, Paulo de
Tarso corroborando essa
fala que está no
versículo de Romanos
descrito anteriormente,
está eximindo o homem da
responsabilidade de
praticar a lei para ser
salvo; coisa que o
Enviado Celeste nunca
fez.
Entretanto, por
conveniência daqueles
que lideram as igrejas,
o supracitado versículo
paulino é mais difundido
entre as massas do que a
“Palavra de Jesus”.
Dirão alguns: “viva a fé
cega!”
Visto tudo isso, deixo
uma pergunta no ar:
“estamos praticando o
Cristianismo ou o
Paulinismo?”