Com a saída do chefe da casa
e dos filhos mais velhos
para o trabalho e com a
ausência das crianças na
escola, Dona Cidália era
obrigada, por vezes, a
deixar a casa, a sós, porque
devia buscar lenha, a
distância. Aí começou uma
dificuldade. Certa vizinha,
vendo a casa fechada, ia ao
quintal e colhia as
verduras.
A madrasta bondosa
preocupou-se. Sem verduras
não haveria dinheiro para o
serviço escolar. Dona
Cidália observou...
Observou... E ficou sabendo
que lhes subtraía os
recursos da horta;
entretanto, repugnava-lhe a
ideia de ofender uma pessoa
amiga por causa de repolhos
e alfaces. Chamou, então, o
Chico e lembrou.
— Meu filho, você diz que,
às vezes, encontra o
Espírito de Dona Maria.
Peça-lhe um conselho. Nossa
horta está desaparecendo e,
sem ela, como sustentar o
serviço da escola?
Chico procurou o quintal à
tardinha e rezou e, como das
outras vezes, a mãezinha
apareceu. O menino
contou-lhe o que se passava
e pediu-lhe socorro.
D. Maria então lhe disse:
— Você diga à Cidália que
realmente não devemos brigar
com os vizinhos que são
sempre pessoas de quem
necessitamos. Será então
aconselhável que ela dê a
chave da casa à amiga que
vem talando a horta, sempre
que precise ausentar-se,
porque desse modo a vizinha,
ao invés de prejudicar os
legumes, nos ajudará a tomar
conta deles.
Dona Cidália achou o
conselho excelente e cumpriu
a determinação.
Foi assim que a vizinha não
mais tocou nas hortaliças,
porque passou a
responsabilizar-se pela casa
inteira.
Extraído do livro: “Lindos
casos de Chico Xavier”, de
Ramiro Gama.
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