Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
37)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. No fenômeno da
ideoplastia, são de
curta duração as formas
criadas pela ação do
pensamento?
Não. Muitas vezes as
formas se revestem de
longa duração, conforme
a persistência da onda
em que se expressam.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XIX,
pp. 125 e 126.)
B. No processo da
ideoplastia os elementos
plásticos se
exteriorizam apenas dos
médiuns?
Não. Os poderes mentais
são inerentes tanto aos
desencarnados quanto aos
encarnados; é, portanto,
natural que os elementos
plásticos e
organizadores da ideia
se exteriorizem dos
médiuns, como também dos
companheiros que lhes
comungam tarefas e
experiências.
(Obra citada, cap. XIX,
pp. 125 e 126.)
C. Por que nas sessões
de efeitos físicos as
entidades sábias
costumam se retrair?
Isso se dá quando os
alunos abandonam os
objetivos enobrecedores
da lição, para
pervagarem no terreno de
caprichos
inconsequentes, o que é
muito comum nas sessões
de efeitos físicos.
Cientes das necessidades
do médium e
respeitando-as com o
elevado critério de quem
percebe a complexidade
do serviço em
desenvolvimento, as
entidades indulgentes e
sábias então se retraem,
mantendo-se em guarda
para proteger o
conjunto, à maneira de
professores que, dentro
das suas possibilidades,
se colocam na posição de
sentinelas. (Obra
citada, cap.
XIX, pág. 127.)
Texto para leitura
115. Ideoplastia
no sono provocado
– Para melhor
compreender o fenômeno
da transmissão
mediúnica, não podemos
esquecer a ideoplastia,
pela qual o pensamento
pode materializar-se,
criando formas que
muitas vezes se revestem
de longa duração,
conforme a persistência
da onda em que se
expressam. Como os
poderes mentais são
inerentes tanto aos
desencarnados quanto aos
encarnados, é natural
que os elementos
plásticos e
organizadores da ideia
se exteriorizem dos
médiuns, como também dos
companheiros que lhes
comungam tarefas e
experiências. Para
clarear o assunto,
recordemos o circuito de
forças existente entre
magnetizador e
magnetizado, no sono
provocado. Se o primeiro
sugere ao segundo a
existência de
determinada imagem em
certo local, de imediato
a mente do sujet,
governada pelo toque
positivo que a orienta,
concentrará os próprios
raios mentais no ponto
indicado, plasmando aí o
quadro sugerido, segundo
o princípio da reflexão,
pelo qual, como no
cinema, a projeção de
cenas repetidas mantém a
estabilidade transitória
da imagem, com o
movimento e som
respectivos. O
hipnotizado contemplará,
então, o desenho
estabelecido, nas
menores particularidades
de tessitura, e se o
hipnotizador, sem
preveni-lo, lhe coloca
um espelho à frente, o
sensitivo para logo
demonstra insopitável
assombro, ao fitar a
gravura em dupla
exibição, porquanto a
imagem refletida lhe
parecerá tão real quanto
a outra. Chamam
alucinação a esse
fenômeno, mas isso
constitui um erro,
porque, qual se dá nos
espetáculos da
televisão, em que a cena
transmitida é real,
através da conjugação de
ondas, o quadro
entretecido pela mente
do magnetizado, ao
influxo do magnetizador,
é fundamentalmente
verdadeiro, segundo
análogo princípio,
porque, fazendo
convergir, em certa
região, as oscilações do
próprio Espírito, o
hipnotizado cria a
gravura sugerida,
imprimindo-lhe
vitalidade, à força da
percussão sutil, pela
qual a tela se
estrutura. Os
investigadores desse
fenômeno esquecem-se,
porém, de que
multiplicando
instâncias, além da
fiscalização
compreensível e justa,
eles acabam se
transformando em
hipnotizadores
incômodos, ao invés de
estudiosos equilibrados,
interferindo no circuito
de energias mantido
entre o benfeitor
desencarnado e o médium
e obstando, assim, a
realização de programas
do Plano Superior, com
vistas à identificação e
revelação da
Espiritualidade Maior.
(Cap. XIX, pp. 125 e
126.)
116. Ideoplastia
nos fenômenos físicos
– Nas sessões de efeitos
físicos, ante as
energias ectoplasmáticas
exteriorizadas no curso
das tarefas em via de
efetivação pelo
instrutor espiritual, se
o experimentador humano
formula essa ou aquela
reclamação, eis que a
mente mediúnica, qual
ocorre ao sujet
na hipnose artificial,
se deixa empolgar pela
ordem recebida, emitindo
a própria onda mental,
não mais no sentido de
atender ao amigo
desencarnado que dirige
a ação em foco, mas sim
para satisfazer ao
pesquisador no campo
físico. Daí porque,
apreendendo com mais
segurança as
necessidades do médium e
respeitando-as com o
elevado critério de quem
percebe a complexidade
do serviço em
desenvolvimento, as
entidades indulgentes e
sábias se retraem na
experiência, mantendo-se
em guarda para proteger
o conjunto, à maneira de
professores que, dentro
das suas possibilidades,
se colocam na posição de
sentinelas quando os
alunos abandonam os
objetivos enobrecedores
da lição, a pervagarem
no terreno de caprichos
inconsequentes. (Cap.
XIX, pág. 127.)
117.
Interferências
ideoplásticas –
Mentalizemos o
orientador desencarnado,
numa sessão de
ectoplasmia regularmente
controlada, quando
esteja constituindo a
forma de um braço com os
recursos exteriorizados
do médium, a planejar
maior desdobramento do
trabalho em curso. Se,
no mesmo instante, o
experimentador
terrestre, tocando a
forma tangível,
solicita, por exemplo:
“uma pulseira, quero uma
pulseira no braço”, de
imediato a mente do
médium recolhe o impacto
da determinação e, em
vez de prosseguir sob o
controle benevolente do
operador desencarnado,
passa a obedecer ao
investigador humano,
centralizando, de modo
inconveniente, a própria
onda mental induzida
sobre o braço já
parcialmente
materializado, aí
plasmando a pulseira,
nas condições
reclamadas. Surgida a
interferência, o serviço
da Esfera Espiritual
sofre enorme dificuldade
de ação, diminuindo-se o
proveito da assembleia
encarnada. Na mesma
pauta, requerimentos
fúteis e pedidos
desordenados dos
circunstantes provocam
ocorrências
ideoplásticas de
manifesta incongruência,
baixando o teor das
manifestações, por
viciarem a mente
mediúnica, ligando-a à
influência de agentes
inferiores que, não
raro, passam a atuar com
manifesto desprestígio
dos projetos de
sublimação, a princípio
acalentados pelo
conjunto de pessoas
irmanadas para o
intercâmbio. (Cap.
XIX, pp. 127 e 128.)
Glossário
Ectoplasma
– Substância
visível que emana do
corpo de certos médiuns.
Parte periférica do
citoplasma.
Ectoplasmática
– Relativa ao
ectoplasma.
Ectoplasmia
– Nome que se dá também
à chamada materialização
dos espíritos.
Ideoplastia
– No Espiritismo,
faculdade de o
pensamento exercer ação
sobre a matéria. Em
hipnotismo, qualidade
passiva do paciente
hipnotizado em relação
às ordens emanadas
mentalmente do agente
hipnotizador.
Reflexo condicionado
– Psicol.
Resposta condicionada.