GEBALDO JOSÉ DE
SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás
(Brasil)
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Onde está a
vossa fé?
Narram os
Evangelistas que
Jesus acalmou
uma tempestade:
“Enquanto
navegavam, ele
adormeceu. E
sobreveio uma
tempestade de
vento no lago,
correndo eles o
perigo de
soçobrar”.
Lucas, 8:23.
“(...)
levantou-se
grande temporal
de vento e as
ondas se
arremessavam
contra o barco,
de modo que o
mesmo já estava
a encher-se de
água.”
Marcos, 4:37.
Apavorados, os
discípulos O
despertam,
pedindo socorro:
“(...) Mestre,
Mestre, estamos
perecendo!
Despertando-se,
Jesus repreendeu
o vento e a
fúria da água.
Tudo cessou e
veio a bonança.
Então lhes
disse: Onde está
a vossa fé?
Eles, possuídos
de temor e
admiração,
diziam uns aos
outros: Quem é
este que até aos
ventos e às
ondas repreende,
e lhe obedecem?”
-
Lucas, 8:24-25.
*
Vivemos dias
tempestuosos na
Terra, que se
assemelham
àquele episódio.
“(...) a
Humanidade
terrena
aproxima-se, dia
a dia, da esfera
de vibrações dos
invisíveis de
condição
inferior, que a
rodeia em todos
os sentidos.
Mas, segundo
reconhecemos,
esmagadora
percentagem
de habitantes
da Terra não se
preparou para os
atuais
acontecimentos
evolutivos”.
1
Emmanuel 2
afirma-nos que
Jesus dirige
nosso Orbe, do
qual presidiu a
formação:
“(...) a direção
da Terra está
nas mãos
misericordiosas
e augustas do
Cordeiro”.
Muitos não veem
perspectivas
para a
sobrevivência da
raça humana.
Assim pensam
aqueles que não
têm informação
sobre a
realidade
espiritual
existente na
Terra, as
transformações
por que passa e
passará nos
próximos anos,
por força também
dos
desequilíbrios
de seus
habitantes. Ou
que não conhecem
a influência dos
Espíritos em
nossas vidas –
para o Bem ou
para o Mal –; e
porque há
permissão para
que ajam com
tamanha
liberdade e
aparente domínio
da situação em
nosso orbe.
Contudo, a
aparente vitória
do mal revela a
misericórdia
infinita do Pai,
que nos reitera
oportunidades
para
continuarmos na
Terra.
“Deus permite
que haja grandes
criminosos entre
vós, a fim de
que vos sirva de
ensinamento. Em
breve, quando os
homens estiverem
submetidos às
verdadeiras leis
de Deus, já não
haverá
necessidade
desses ensinos.
Todos os
Espíritos
impuros e
revoltados serão
banidos para
mundos
inferiores, de
acordo com suas
inclinações.”
3
“Mesmo depois
que passar a
grande
tempestade, o
coração augusto
do Cristo
sangrará de dor,
porque não será
sem uma profunda
e divina
melancolia que
verá partir,
para rudes
degredos
reeducativos, os
afilhados
ingratos e
rebeldes que não
lhe quiseram
aceitar a doce
proteção...”
4
A primeira
citação acima
compõe mensagem
datada de 1862.
Portanto, a
expressão “em
breve”, ali
contida, e em
outras citações
abaixo, não
medem o tempo
por nosso metro!
Não há, pois,
como indicar
data para a
conclusão desse
processo de
transformações
em andamento. O
próprio Jesus
afirma que o
ignora, quando
assinala:
“Quanto a esse
dia e essa hora,
ninguém o sabe,
nem os anjos que
estão no céu,
nem o Filho; só
o Pai o sabe”.
(Marcos, 13: 32)
São horas, pois,
de meditar sobre
a vida como um
todo. Sobre a
razão de
existirmos e de
penarmos. Sobre
as ilusões do
mundo, tão caras
aos nossos
corações... e
tão fugazes; eis
que esta vida é
breve passagem,
como bem
assinalou o
salmista:
“O homem é como
um sopro; os
seus dias, como
a sombra que
passa”.
Sl 144:4.
É hora de provar
nossa fé. E,
pelo testemunho,
fazê-la
desenvolver-se:
“(...) a fé é
a certeza de
cousas que se
esperam, a
convicção de
fatos que se não
veem”.
Paulo – Hb,
11:1.
É claro que
Jesus vela; mas,
obviamente, há
planejamentos de
longo prazo, que
se cumprem e que
escapam ao nosso
entendimento.
A evolução da
Terra não se dá
por improvisos,
eis que requer
mudanças íntimas
naqueles que a
habitamos!
As profecias dão
notícias dessa
organização; e
sabemos que elas
se cumprem!
A própria vinda
d’Ele a este
mundo é o
exemplo maior de
que isto se dá.
A codificação da
Doutrina
Espírita, no
século XIX –
Consolador
Prometido,
anunciado pelo
próprio Mestre!
–, é outro
grandioso e
marcante
exemplo!
Também no sermão
profético (Mt,
24:3-31), Jesus
revela as dores
e tribulações
destes dias, com
antecedência de
dois milênios:
“E certamente
ouvireis falar
de guerras e
rumores de
guerras; (...)
“Porquanto se
levantará nação
contra nação,
reino contra
reino, e haverá
fomes e
terremotos em
vários lugares;
porém tudo
isto é o
princípio das
dores”.
Mt, 24:6-8.
Note-se a
expressão
“princípio das
dores”. Ou seja,
elas continuarão
ainda, por um
tempo
indeterminado,
até que haja o
triunfo do Bem
nos corações
humanos!
Muitos Espíritos
– através de
profetas
modernos,
confirmam que
estes são os
tempos
anunciados por
aquela profecia
do Mestre.
Nem todos O
compreendemos,
aturdidos tal
como os
discípulos, no
barco e a
caminho de Emaús.
A maioria
permanece no
erro, no vício,
na crueldade.
Estas
tribulações são,
também, para
todos aqueles
que ansiamos
pela Paz,
oportunidades
não só para
desenvolvermos
virtudes, mas de
nos redimirmos,
sofrendo na
carne os efeitos
da Lei de Causa
e Efeito, ao
tempo em que
perseveramos na
busca do Bem,
único arrimo
nestes dias
amargos, que
breve passarão,
pois,
“Não tivessem
aqueles dias
sido abreviados,
e ninguém seria
salvo; mas por
causa dos
escolhidos tais
dias serão
abreviados”.
Mt, 24:22.
Espíritos
superiores,
cautelosa, mas
sinceramente,
têm comentado as
provas em curso,
encorajando-nos,
falando-nos de
esperança e fé:
“Sabeis (...)
que o plano
divino da
evolução terá de
cumprir-se, com
os homens e
apesar dos
homens, e que
nada, nem
ninguém
conseguirá
impedir que o
nosso pequeno,
mas não
insignificante
orbe terráqueo,
se transforme,
no devido tempo,
de mundo de
provas e
expiações, em
mundo
regenerado. Os
tempos previstos
já chegaram e os
sinais
anunciados são
evidentes, às
vistas de quem
quer que
enxergue, mesmo
que pouco, com a
visão do
espírito
(...)
Brevemente,
todos
reconhecerão,
nesta gloriosa
Oficina de
Ismael, o
quartel-general
do Cristo na
crosta do orbe,
no momento em
que as provações
coletivas, que
se avizinham,
trouxerem aos
homens o
chamamento mais
vigoroso e
dolorido ao amor
e à fraternidade”.
5 (*)
“Os vossos
testemunhos
serão mais
severos do que
os daqueles
pioneiros de
outrora.
Eles davam a
vida num
momento. Vós
outros tendes
que doá-la, por
momentos
sucessivos, nos
quais vos
desgastareis,
lentamente, qual
o combustível
que, atendendo à
lâmpada que
derrama
claridade,
também se
consome.
Consumi-vos,
iluminando as
consciências com
a mensagem
espírita.”
6
“São
inevitáveis,
neste momento,
as dores
superlativas, as
inquietações de
largo porte, as
dificuldades-desafio
(...)
Que dentro de
nós vibre o
pensamento do
Cristo, e atue
através da nossa
conduta a beleza
da mensagem
espírita que,
em breve,
modificará o
pensamento na
Terra e
expulsará, por
definitivo, a
guerra, o medo,
a insatisfação,
gerados pelo
egoísmo, que
cederá o passo
ao altruísmo,
que Jesus nos
ofereceu na
lição
sacrossanta da
caridade (...)
A nossa é a
tarefa de servir
e de amar,
preparando o
advento do mundo
melhor, que já
se anuncia e
chega lentamente
(...)
Continuai,
filhos, certos
de que o
triunfo, que não
tarda, tomará
conta dos nossos
corações em
forma de
plenitude e de
paz.”
7 (*)
“São inevitáveis
as provas que
redimirão
dívidas cármicas
coletivas em
aberto, mas que
franquearão, por
igual, novos
horizontes de
amadurecimento
espiritual do
nosso povo, com
vistas ao
futuro.
Sem qualquer
antevisão
catastrófica, de
resto
injustificável,
devemos preparar
nossa
resistência
moral, para a
defesa de nosso
próprio
equilíbrio
(...).”
8
(*)
“Amanhece dia
novo!
As sombras
trevosas que vêm
permanecendo
sobre a
Humanidade cedem
lugar à
claridade do dia
que surge (...)
O Espiritismo
logrará a
renovação da
Sociedade,
implantando o
Primado do Amor,
e sois vós, meus
filhos, que
devereis fazê-lo
a contributo, às
vezes, da
lágrima, da
solidão e do
silêncio, não
anuindo com o
crime, nem
convivendo
com o erro, seja
qual for a
justificativa
que apareça como
conciliadora.”
9 (*)
“Uma onda de
sofrimentos
varre a Terra e
o homem chora. A
morte o ameaça.
Em vão, ele se
pergunta: que é
a vida? (...)
Vós haveis
solicitado a
permissão divina
para renascer,
semeando
esperança e luz.
Vós rogastes a
permissão de
reencarnar para
oferecer à
Humanidade os
requisitos para
um Mundo
Melhor... E o
mundo espiritual
vos tem
atendido.
Este é vosso
momento de
servir
(...).” 10
(*)
“É necessário
que nos
convençamos de
que esta é a
hora. Não
amanhã, nem mais
tarde. Este é o
momento azado
para a nossa
entrega.
Sem abandonarmos
os compromissos
a que nos
vinculamos,
deixemos Jesus
tomar conta do
nosso coração
(...)
Não vos recuseis
aos calos nas
mãos ante a
charrua do
dever.
Não vos negueis
à dedicação
total da vossa
alma, das vossas
horas e dos
vossos corpos
para que
esplenda o
Evangelho do
reino.
Evitai a
discórdia;
superai as
dificuldades de
interpretação;
esquecei as
antipatias, as
diferenças de
natureza
afetiva.
Se não fordes
capazes de vos
amar, no mesmo
ideal, como
podereis
programar amor
àqueles que não
concordam
convosco?
(...)”. 11
(*)
“A regeneração
da Humanidade,
portanto, não
exige
absolutamente a
renovação
integral dos
Espíritos: basta
uma modificação
em suas
disposições
morais. Essa
modificação se
opera em todos
quantos lhe
estão
predispostos,
desde que sejam
subtraídos à
influência
perniciosa do
mundo”.
12
“Atendamos,
pois, nossos
deveres da hora
presente,
cuidemos das
tarefas a que
nos propusemos e
marchemos para
diante,
convictos de que
conosco segue o
Imaculado
Cordeiro a nos
apontar os
formosos
horizontes que
nos aguardam.
Confiemos e
sirvamos sem
cessar, atentos
à hora presente
que passará
rápida”.
12
(*)
No tempo
próprio, o
Mestre
repreenderá o
Mal, como o fez
ao vento e ao
mar tempestuoso
e será manifesta
Sua vontade, a
que todos nos
submeteremos,
como às forças
da natureza, a
que nos
vergamos,
impotentes. E a
bonança
retornará à
Terra – frágil
barco em que
navegamos pelo
espaço infinito.
Saibamos
esperar,
vigiando, orando
e servindo!
(*) - Grifamos.
Referências
bibliográficas:
01. XAVIER,
Francisco C.
Os Mensageiros.
Pelo Espírito
André Luiz. Rio
de Janeiro: FEB,
1980. p. 33;
02. XAVIER,
Francisco C.
A Caminho da
Luz. Pelo
Espírito
Emmanuel. Rio de
Janeiro: FEB,
1975. pp. 17-23
e 110;
03. KARDEC,
Allan. O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
1ª ed. 1ª
reimpressão. Rio
de Janeiro: FEB,
2010. p. 234:
Cap. 11, it. 14;
04.
ÁUREO/Hernani T.
Sant’Anna.
Universo e Vida.
Rio de Janeiro:
FEB, 1980. p.
168: Cap. 12;
05.
ÁUREO/Hernani T.
de Sant’Anna.
Mensagem de Ano
Novo.
05.01.78, FEB;
Reformador
jan./79, p. 5;
06.
BEZERRA/Divaldo
P. Franco,
07.11.87, FEB/DF;
Reformador
fev./88, p.
55/56;
07.
Bezerra/Divaldo
P. Franco.
Bezerra de
Menezes fala aos
membros do
Conselho
Federativo
Nacional.
17.11.90, FEB/DF;
Reformador,
jan./91, pp.
12/3;
08.
PEDRO/Hernani T.
Sant’Anna.
Hora de Vigiar.
24.09.91, FEB/Rio;
Reformador
jan./93, p. 9;
09.
BEZERRA/Divaldo
P. Franco.
Primado do Amor.
07.11.92, FEB/DF;
Reformador
dez./92, p. 361.
10.
BEZERRA/Divaldo
P. Franco.
Mensagem de
Estímulo e Fé.
18.08.94, CEI/Miami
(EUA);
Reformador
fev./95, p. 37;
11.
BEZERRA/Divaldo
P. Franco.
Novos Desafios.
05.10.95, FEB/DF;
Reformador
dez./95, p. 357;
12. KARDEC,
Allan. A
Gênese. 34
ed. Rio de
Janeiro: FEB,
1991. pp.
421-422: Cap.
18, it. 33;
13.
BEZERRA/Maria
Cecília Paiva.
Do Futuro só
Deus é senhor.
11.11.82, FEB/Rio;
Reformador
nov./82, p. 339.