Em nossos caminhos
Revisando a parábola do
samaritano, lembramo-nos
de que hoje milhares de
irmãos nossos sobem do
passado em direção do
futuro pelos caminhos do
presente, desfalecendo,
muitas vezes, sob
dificuldades e provações
que os deixam
semimortos:
- os que não contavam
com as tempestades de
renovação da atualidade
e se marginalizaram em
desequilíbrio;
- os que forjaram
algemas para o amor
transformando-o, logo
após, no fogo passional
em que se atiraram na
delinquência;
- os que desertaram do
trabalho e tombaram em
penúria;
- os que converteram a
inteligência em antena
das trevas e se
horizontalizaram, por
dentro de si mesmos, nas
depressões da culpa;
- os que abusaram da
misericórdia dos
medicamentos
pacificadores e,
tentando fugir das
próprias
responsabilidades, se
precipitaram em
despenhadeiros de
alucinação e loucura;
- os que perderam a fé
em meio das experiências
necessárias à evolução e
estiraram-se no
desânimo, à beira do
suicídio;
- os que não suportaram
a transformação dos
seres amados e se
acomodaram, revoltados,
sobre pedras da
angústia;
- e aqueles outros que
tateiam a lousa, nos
parques da saudade,
perguntando pelos entes
queridos que a morte
lhes arredou da
convivência, a
carregarem o coração
encharcado de lágrimas.
À frente de quantos
surpreendas na estrada,
caídos em sofrimento,
interrompe-te para
compreender e servir.
Determina a caridade nos
situemos no lugar
daqueles que necessitam
de amparo, doando-lhes o
melhor de nós, com a
certeza de que
provavelmente amanhã
serão eles, os
socorridos de agora,
nossos próprios
benfeitores.
Entre os companheiros de
Humanidade que conhecem
o campo de trabalho e
passam, de longe, com
receio de serem
incomodados, e aqueles
que foram espoliados na
coragem de caminhar e na
alegria de viver,
recordemos o samaritano
que se deteve na marcha
dos próprios interesses
e auxiliou
espontaneamente ao
próximo sem nada
perguntar e, conforme a
lição do Cristo, façamos
nós o mesmo.
Do livro Viajor,
obra mediúnica
psicografada por
Francisco Cândido
Xavier.