Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
38)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Os próprios grupos
mediúnicos são a causa
do fracasso que se
observa nas sessões de
efeitos físicos?
Geralmente, sim. A
bancarrota de muitos
círculos organizados
para o trato dos efeitos
físicos e, notadamente,
da materialização, se
deve à própria incúria
ou impertinência
daqueles que os
constituem, na maioria
das vezes indagadores e
pedinchões inveterados
que descambam,
imperceptivelmente, para
a leviandade,
comprometendo a obra
ideada para o bem.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XIX,
pág. 128.)
B. É verdade que a
ideoplastia exerce papel
importante na
mediunidade de efeitos
intelectuais?
Sim. Isso se dá porque
certa classe de
pensamentos,
constantemente repetidos
sobre a mente mediúnica
menos experimentada,
pode constrangê-la a
tomar certas imagens,
mantidas pela onda
mental persistente, como
situações e
personalidades reais.
(Obra citada, cap. XIX,
pp. 128 e 129.)
C. Onde os agentes
ideoplásticos assumem
caráter significativo?
Esse fato ocorre nos
círculos do magismo, em
que a mediunidade
rebaixada a processos
inferiores de
manifestação se deixa
aprisionar por seres de
posição primitiva ou por
Inteligências degradadas
que cunham ideias
escravizantes para
quantos se permitem
vampirizar. Aceitando
sugestões deprimentes,
quantos se entregam ao
culto da magia aviltante
arremessam de si
próprios as imagens
menos dignas a que se
vinculam, engendrando
tabus dos quais
dificilmente se
desvencilham.
(Obra citada, cap. XIX,
pp. 129 e 130.)
Texto para leitura
118. Mediunidade e
responsabilidade
– Decerto não invocamos
o relaxamento para o
governo das reuniões de
ectoplasmia, nem
endossamos a
irresponsabilidade.
Recordamos simplesmente
que a bancarrota de
muitos círculos
organizados para o trato
dos efeitos físicos e,
notadamente, da
materialização, se deve
à própria incúria ou
impertinência daqueles
que os constituem, na
maioria das vezes
indagadores e pedinchões
inveterados que
descambam,
imperceptivelmente, para
a leviandade,
comprometendo a obra
ideada para o bem,
porquanto interpõem os
mais estranhos recursos
na edificação
programada, provocando
enganos ou fraudes
inconscientes e
intervenções menos
desejáveis em resposta à
irresponsabilidade deles
mesmos. (Cap. XIX,
pág. 128.)
119. A
ideoplastia em outros
fenômenos
– Idênticos fenômenos
com a ideoplastia por
base são comuns na
fotografia
transcendente, em seus
vários tipos, porque, se
o instrumento mediúnico
e acompanhantes não
demonstram mais alta
compreensão dos
atributos que lhes cabem
na mediação entre os
dois planos,
preponderando com a
força de suas próprias
oscilações mentais sobre
as energias
exteriorizadas,
perde-se, como é
natural, o ascendente da
Esfera Superior, que
sulcaria a experiência
com o selo de sua
presença iluminativa,
impondo-se-lhe tão
somente a marca dos
encarnados inquietos,
ainda incapazes de
formar o campo
indispensável à
receptividade dos
agentes de ordem mais
elevada. Na mediunidade
de efeitos intelectuais,
a ideoplastia assume
papel extremamente
importante, porque certa
classe de pensamentos,
constantemente repetidos
sobre a mente mediúnica
menos experimentada,
pode constrangê-la a
tomar certas imagens,
mantidas pela onda
mental persistente, como
situações e
personalidades reais,
tal qual uma criança que
acreditasse estar
contemplando essa
paisagem ou aquela
pessoa, tão só por
ver-lhes o retrato
animado num filme.
(Cap. XIX, pp. 128 e
129.)
120. Ideoplastia
na mediunidade aviltada
– Onde os agentes
ideoplásticos assumem
caráter dos mais
significativos, desde
épocas imemoriais no
mundo, é justamente nos
círculos do magismo,
dentro dos quais a
mediunidade rebaixada a
processos inferiores de
manifestação se deixa
aprisionar por seres de
posição primitiva ou por
Inteligências degradadas
que cunham ideias
escravizantes para
quantos se permitem
vampirizar. Aceitando
sugestões deprimentes,
quantos se entregam ao
culto da magia aviltante
arremessam de si
próprios as imagens
menos dignas a que se
vinculam, engendrando
tabus dos quais
dificilmente se
desvencilham, à face do
terror que lhes instila
o demorado cativeiro às
forças da ignorância.
Submetida a mente a
idolatria desse jaez,
passa a manter, por sua
própria conta, os
agentes com que se
tortura, tanto mais
intensamente quanto mais
extensa se lhe revele a
sensibilidade receptiva,
porque, com mais
alevantado poder de
plasmagem mental, a
criatura mais facilmente
gera, para si mesma,
tanto o bem que a
tonifica quanto o mal
que a perturba. E não se
diga que o assunto vige
preso a mero entrechoque
de aparências, uma vez
que a sugestão é poder
inconteste, ligando a
alma, de maneira
inequívoca, às criações
que lhe são inerentes no
mundo íntimo,
obrigando-a a recolher
as resultantes da treva
ou da luz a que se
afeiçoe. (Cap. XIX,
pp. 129 e 130.)
Glossário
Ectoplasma
– Substância
visível que emana do
corpo de certos médiuns.
Parte periférica do
citoplasma.
Ectoplasmática
– Relativa ao
ectoplasma.
Ectoplasmia
– Nome que se dá também
à chamada materialização
dos espíritos.
Ideoplastia
– No Espiritismo,
faculdade de o
pensamento exercer ação
sobre a matéria. Em
hipnotismo, qualidade
passiva do paciente
hipnotizado em relação
às ordens emanadas
mentalmente do agente
hipnotizador.
Magismo
– Prática de magia.
Religião ou doutrina dos
magos.
Vampirismo [do
húngaro vampir
e do francês vampire] – Absorção
das forças psíquicas de
encarnados e
desencarnados por parte
de Espíritos obsessores.
Vampirizante
– Relacionado a
vampirismo.
Vampirizar
– Praticar o vampirismo
em relação a outra
pessoa, da qual absorve
as forças psíquicas.