Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
39)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Em que,
sinteticamente, consiste
a faculdade de
psicometria?
Na conceituação
espírita, psicometria é
a faculdade de perceber
o lado oculto do
ambiente e de ler
impressões e lembranças,
ao contacto de objetos e
documentos comuns, nos
domínios da sensação a
distância.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XX,
pp. 131 e 132.)
B. A ação do pensamento
varia de pessoa a
pessoa?
Sim. Varia de criatura
para criatura, tanto
quanto a expressão
fisionômica e as marcas
digitais. É por isso que
em certos indivíduos,
não em todos, a onda
mental a expandir-se,
quando em regime de
“circuito fechado”, na
atenção profunda,
carreia consigo agentes
de percepção avançada,
com capacidade de
transportar os sentidos
vulgares para além do
corpo físico, no estado
natural de vigília,
conferindo ao Espírito
novos poderes
sensoriais.
(Obra citada, cap. XX,
pp. 131 e 132.)
C. No fenômeno da
psicometria ocorre
também o desdobramento
do corpo espiritual do
sensitivo?
Sim. O médium de
psicometria consegue
desarticular, de maneira
automática, a força
nervosa de certos
núcleos, como, por
exemplo, os da visão e
da audição,
transferindo-lhes a
potencialidade para as
próprias oscilações
mentais. Efetuada a
transposição, temos a
ideia de que o
medianeiro possui olhos
e ouvidos a distância do
envoltório denso,
acrescendo muitas vezes
a circunstância de que
tal sensitivo, por
autodecisão, não apenas
desassocia os agentes
psíquicos dos núcleos
aludidos, mas também
opera o desdobramento do
corpo espiritual, em
processo rápido,
acompanhando o mapa que
se lhe traça às ações no
espaço e no tempo, com o
que obtém, sem maiores
embaraços, o montante de
impressões e informações
para os fins que se
tenham em vista.
(Obra citada, cap. XX,
pág. 133.)
Texto para leitura
121. Mecanismo da
psicometria –
Expondo algumas
anotações em torno da
psicometria, considerada
nos círculos
medianímicos por
faculdade de perceber o
lado oculto do ambiente
e de ler impressões e
lembranças, ao contacto
de objetos e documentos,
nos domínios da sensação
a distância, não é
demais traçar sintéticas
observações acerca do
pensamento, que varia de
criatura para criatura,
tanto quanto a expressão
fisionômica e as marcas
digitais. Em certos
indivíduos, a onda
mental a expandir-se,
quando em regime de
“circuito fechado”, na
atenção profunda,
carreia consigo agentes
de percepção avançada,
com capacidade de
transportar os sentidos
vulgares para além do
corpo físico, no estado
natural de vigília. O
fluido nervoso ou força
psíquica, a
desarticular-se dos
centros vitais,
incorpora-se aos raios
de energia mental
exteriorizados, neles
configurando o campo de
percepção que se deseje
plasmar, segundo a
dileção da vontade,
conferindo ao Espírito
novos poderes
sensoriais. Ainda aqui,
o fenômeno pode ser
apreendido, guardando-se
por base de observação
as experiências do
hipnotismo comum, nas
quais o sensitivo deixa
escapar com facilidade
essa mesma força, que
passa, de pronto, ao
impacto espiritual do
magnetizador. Em muitos
casos, no sensitivo, a
força nervosa está mais
fracamente aderida ao
carro fisiológico. O
hipnotizado pode, então,
na profundez da hipnose,
libertar a sensibilidade
e a motricidade,
transpondo as limitações
conhecidas no cosmo
físico. Em tais
ocorrências, sob a
sugestão do
magnetizador, o sujet,
com a energia mental de
que dispõe, desassocia o
fluido nervoso de certas
regiões do veículo
carnal, passando a
registrar sensações fora
do corpo denso, em local
sugerido pelo
hipnotizador, ou impede
que a mesma força
circule em certo membro
– um dos braços, por
exemplo –, que se faz
praticamente insensível
enquanto perdure a
experiência, até que, ao
toque positivo da
vontade do magnetizador,
ele mesmo reconduza o
próprio pensamento
revitalizante para o
braço inerte,
restituindo-lhe a
energia psíquica
temporariamente
subtraída. (Cap. XX,
pp. 131 e 132.)
122. Psicometria e
reflexo condicionado
– Nas pessoas dotadas de
forte sensibilidade,
basta o reflexo
condicionado, por
intermédio da oração ou
da centralização de
energia mental, para
que, por si mesmas,
desloquem mecanicamente
a força nervosa
correspondente a esse ou
àquele centro vital do
organismo
fisiopsicossomático,
entrando em relação com
outros impérios
vibratórios, dos quais
extraem o material de
suas observações
psicométricas. Aliás, é
imperioso ponderar que
semelhantes faculdades,
plenamente evidenciadas
nos portadores de
sensibilidade mais
extensamente
extroversível,
esboçam-se, de modo
potencial, em todas as
criaturas, através das
sensações instintivas de
simpatia ou antipatia
com que se acolhem ou se
repelem, umas às outras,
na permuta incessante de
radiações. Pela
reflexão, cada
Inteligência pressente,
diante de outra, se está
sendo defrontada por
alguém favorável ou não
à direção nobre ou
deprimente que escolheu
para a própria vida.
(Cap. XX, pp. 132 e
133.)
123. Função do
psicômetra – No
médium de psicometria
encontramos a
individualidade que
consegue desarticular,
de maneira automática, a
força nervosa de certos
núcleos, como, por
exemplo, os da visão e
da audição,
transferindo-lhes a
potencialidade para as
próprias oscilações
mentais. Efetuada a
transposição, temos a
ideia de que o
medianeiro possui olhos
e ouvidos a distância do
envoltório denso,
acrescendo muitas vezes
a circunstância de que
tal sensitivo, por
autodecisão, não apenas
desassocia os agentes
psíquicos dos núcleos
aludidos, mas também
opera o desdobramento do
corpo espiritual, em
processo rápido,
acompanhando o mapa que
se lhe traça às ações no
espaço e no tempo, com o
que obtém, sem maiores
embaraços, o montante de
impressões e informações
para os fins que se
tenha em vista. (Cap.
XX, pág. 133.)
Glossário
Circuito fechado
– Analogia com o trajeto
fechado (circuito
fechado) percorrido pela
corrente elétrica; nos
condutores, de modo a
permitir a contínua
circulação da corrente
por um gerador.
Corpo Espiritual
– O
psicossoma ou
perispírito.
Ideoplastia
– No Espiritismo,
faculdade de o
pensamento exercer ação
sobre a matéria. Em
hipnotismo, qualidade
passiva do paciente
hipnotizado em relação
às ordens emanadas
mentalmente do agente
hipnotizador.
Psicometria
[do grego psyché
+ métron (do
latim metru)
+ -ia] – Em
Psicologia, é o registro
e medida dos fenômenos
psíquicos por meio de
métodos experimentais
padronizados. Em
Espiritismo, designa a
faculdade mediúnica de
ler impressões e
recordações ao contato
com objetos comuns.
Reflexão
– Processo
mental em que o
pensamento se volta
sobre si mesmo e toma
seus próprios atos como
objeto de conhecimento.
Reflexo condicionado
–
Psicol. Resposta
condicionada. Ação
independente da vontade
que se segue, de
imediato, a uma
excitação externa.