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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 382 - 28 de Setembro de 2014

WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Bauru, SP (Brasil)

 
 

O amor é uma decisão


Motivo de conversas de botequim, passando por músicas, poesias e reflexões dos grandes filósofos, o tema “Amor” sempre esteve em pauta desde que o mundo é mundo.

E o tema, claro, não passou despercebido pelo codificador do Espiritismo, Allan Kardec, que fez várias referências ao amor. Entretanto, destaco esta que considero esclarecedora e consta na questão de 938 de O livro dos Espíritos:

Vejamos o que Kardec comenta:

“A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta”.

Belíssimo comentário. Temos, todos, a necessidade de amar e de ser amados. Uma via de mão dupla. A felicidade que gozamos está no dar e receber e não apenas no receber.

Entretanto, todos querem, na maioria das vezes, receber o amor. Afinal, quem não quer ser amado? Seja amor de pai, mãe, irmãos, amigos, todos almejam ser amados. Por isso, nestas breves linhas abro uma brecha e pretendo convidá-los a refletir:

Queremos tanto ser amados, mas... será que amamos na mesma proporção em que somos amados?

Eu amo! Dirão muitos.

No entanto, será que amamos realmente?

Costumo indagar à plateia nas palestras: O que você faria se o amor de sua vida lhe dissesse “Descobri que o meu caminho não é mais com você. Peço, pois, licença para despedir-me e seguir minha vida de outra forma”?

Será que diríamos: Se é esta sua decisão, embora triste eu a respeito e torcerei pela sua felicidade! Ou será que diríamos: Ingrato (a)! Depois de tantos anos me abandona. Ah, pagará caro!

Será que o nosso amor é tão grande a ponto de respeitar a decisão do outro?

Fácil? Claro que não, até porque poucos de nós têm o desprendimento necessário para amar desta forma.

Outro dia em conversa com um amigo, ele me disse: O amor é uma decisão! E arrematou: O amor é o mais nobre dos sentimentos e quando eu decido amar alguém tenho que estar ciente de que esta pessoa poderá não me amar da forma como eu a amo.

Confesso que de início não concordei. Sempre achei que não escolhemos amar, que o amor entra sem pedir licença.

E fiquei a refletir por alguns dias até chegar à conclusão de que o amigo, um filósofo, estava certo: O amor é mesmo uma decisão! Eu escolho amar, respeitar, compreender. Descobri, então, que quem entra sem pedir licença é a paixão, avassaladora como sempre, mas o amor não.

E amar equivale a, sobretudo, respeitar as decisões do outro, mesmo que estas nos excluam. O que fazer diante do ente que nos deixa? O que fazer em face do amor que se vai? Quem ama respeita o direito de escolha do outro, sempre.

Eis porque amar nos faz exercitar o que temos de mais belo em nosso ser que são as virtudes de respeitar, compreender, renunciar, abdicar e tantas outras mais.

Se é bom ser amado, se é nosso objetivo sermos amados, tenhamos a certeza de que amar é ainda melhor.

Amar é uma decisão, uma sábia decisão e, como seres pensantes, podemos decidir amar a qualquer momento. Eis um exercício diário e constante para nosso aperfeiçoamento como seres humanos.

O amor, ah!, o amor é sempre uma decisão diria meu amigo filósofo!




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita