WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Bauru, SP (Brasil)
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O
amor é uma
decisão
Motivo de
conversas de
botequim,
passando por
músicas, poesias
e reflexões dos
grandes
filósofos, o
tema “Amor”
sempre esteve em
pauta desde que
o mundo é mundo.
E o tema, claro,
não passou
despercebido
pelo codificador
do Espiritismo,
Allan Kardec,
que fez várias
referências ao
amor.
Entretanto,
destaco esta que
considero
esclarecedora e
consta na
questão de 938
de O livro dos
Espíritos:
Vejamos o que
Kardec comenta:
“A Natureza deu
ao homem a
necessidade de
amar e de ser
amado. Um dos
maiores gozos
que lhe são
concedidos na
Terra é o de
encontrar
corações que com
o seu
simpatizem.
Dá-lhe ela,
assim, as
primícias da
felicidade que o
aguarda no mundo
dos Espíritos
perfeitos, onde
tudo é amor e
benignidade.
Desse gozo está
excluído o
egoísta”.
Belíssimo
comentário.
Temos, todos, a
necessidade de
amar e de ser
amados. Uma via
de mão dupla. A
felicidade que
gozamos está no
dar e receber e
não apenas no
receber.
Entretanto,
todos querem, na
maioria das
vezes, receber o
amor. Afinal,
quem não quer
ser amado? Seja
amor de pai,
mãe, irmãos,
amigos, todos
almejam ser
amados. Por
isso, nestas
breves linhas
abro uma brecha
e pretendo
convidá-los a
refletir:
Queremos tanto
ser amados,
mas... será que
amamos na mesma
proporção em que
somos amados?
Eu amo! Dirão
muitos.
No entanto, será
que amamos
realmente?
Costumo
indagar à
plateia nas
palestras: O que
você faria se o
amor de sua vida
lhe dissesse
“Descobri que o
meu caminho não
é mais com você.
Peço, pois,
licença para
despedir-me e
seguir minha
vida de outra
forma”?
Será que
diríamos: Se é
esta sua
decisão, embora
triste eu a
respeito e
torcerei pela
sua felicidade!
Ou será que
diríamos:
Ingrato (a)!
Depois de tantos
anos me
abandona. Ah,
pagará caro!
Será que o nosso
amor é tão
grande a ponto
de respeitar a
decisão do
outro?
Fácil? Claro que
não, até porque
poucos de nós
têm o
desprendimento
necessário para
amar desta
forma.
Outro dia em
conversa com um
amigo, ele me
disse: O amor é
uma decisão! E
arrematou: O
amor é o mais
nobre dos
sentimentos e
quando eu decido
amar alguém
tenho que estar
ciente de que
esta pessoa
poderá não me
amar da forma
como eu a amo.
Confesso que de
início não
concordei.
Sempre achei que
não escolhemos
amar, que o amor
entra sem pedir
licença.
E fiquei a
refletir por
alguns dias até
chegar à
conclusão de que
o amigo, um
filósofo, estava
certo: O amor é
mesmo uma
decisão! Eu
escolho amar,
respeitar,
compreender.
Descobri, então,
que quem entra
sem pedir
licença é a
paixão,
avassaladora
como sempre, mas
o amor não.
E amar equivale
a, sobretudo,
respeitar as
decisões do
outro, mesmo que
estas nos
excluam. O que
fazer diante do
ente que nos
deixa? O que
fazer em face do
amor que se vai?
Quem ama
respeita o
direito de
escolha do
outro, sempre.
Eis porque amar
nos faz
exercitar o que
temos de mais
belo em nosso
ser que são as
virtudes de
respeitar,
compreender,
renunciar,
abdicar e tantas
outras mais.
Se é bom ser
amado, se é
nosso objetivo
sermos amados,
tenhamos a
certeza de que
amar é ainda
melhor.
Amar é uma
decisão, uma
sábia decisão e,
como seres
pensantes,
podemos decidir
amar a qualquer
momento. Eis um
exercício diário
e constante para
nosso
aperfeiçoamento
como seres
humanos.
O amor, ah!, o
amor é sempre
uma decisão
–
diria meu amigo
filósofo!