Fatos Espíritas
William Crookes
(Parte 9)
Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico Fatos
Espíritas, de
William Crookes,
obra publicada em 1874,
cujo
título no original
inglês é
Researches in the
phenomena of the
spiritualism.
Questões preliminares
A. Que impressão teve
Crookes a respeito de
Katie King quando pôde
tomá-la em seus braços?
A impressão sentida por
Crookes era de estar
abraçando uma mulher
viva, e não um visitante
do outro mundo. Essa
impressão foi tão forte
que a tentação de
repetir a experiência
tornou-se-lhe quase
irresistível.
(Fatos Espíritas –
Formas de Espíritos.)
B. William Crookes
chegou a ver, ao mesmo
tempo, Katie King e a
médium Srta. Cook?
Sim. Numa das ocasiões,
com uma lâmpada à mão,
ele penetrou o aposento
e viu Katie, que se
achava em pé, muito
perto da Srta. Cook e
por trás dela. Katie
estava vestida com uma
roupa branca, flutuante,
como fora vista antes
durante a sessão.
(Obra citada – Formas de
Espíritos.)
C. É verdade que
Crookes conseguiu
fotografar Katie King
materializada?
Sim. A sessão de
fotografia foi repetida
em noites seguidas e,
por fim, Crookes obteve
44 negativos, uns
medíocres, alguns nem
bons nem maus e outros
excelentes, obtendo
desse modo uma prova
tangível dos fenômenos
por ele observados.
(Obra citada – Última
aparição de Katie King,
sua fotografia com o
auxílio da luz
elétrica.)
Texto para leitura
161.
Crookes acompanhou Katie
King de perto à sua
biblioteca e, à
claridade da lâmpada,
viu a Srta. Cook
estendida no canapé,
exatamente como ele a
tinha deixado. Olhou em
torno para ver Katie,
mas ela tinha
desaparecido. Chamou-a,
mas não recebeu
resposta. Voltou então
ao seu lugar; Katie
tornou a aparecer logo e
lhe disse que durante
todo o tempo tinha
estado em pé, perto da
Srta. Cook.
162. Ela perguntou-lhe,
então, se ela própria
não poderia tentar uma
experiência e, tomando
das mãos de Crookes a
lâmpada fosforescente,
passou para trás da
cortina, pedindo-lhe que
não olhasse para o
gabinete. No fim de
alguns minutos,
restituiu-lhe a lâmpada,
dizendo que não tinha
podido sair-se bem, que
havia esgotado todo o
fluido da médium, mas
que tornaria a
experimentar em outra
ocasião.
163. Relata Crookes:
“Meu filho mais velho,
rapaz de 14 anos, que
estava sentado à minha
frente, em posição que
podia ver o que se
passava por trás da
cortina, disse-me que
tinha visto
distintamente a lâmpada
fosforescente, que
parecia planar no espaço
acima da Srta. Cook,
iluminando-a durante o
tempo em que ela
estivera estendida e
imóvel no canapé, mas
que não tinha podido ver
ninguém segurar a
lâmpada”.
164. O autor refere-se
agora à sessão que se
realizou em Hackney, na
noite anterior. Katie
nunca aparecera com tão
grande perfeição.
Durante perto de duas
horas passeou na sala,
conversando
familiarmente com os que
estavam presentes.
Várias vezes tomou-lhe o
braço, andando, e a
impressão sentida por
Crookes era a de uma
mulher viva que se
achava a seu lado, e não
de um visitante do outro
mundo.
165. Essa impressão foi
tão forte que a tentação
de repetir uma nova e
curiosa experiência
tornou-se-lhe quase
irresistível: “Pensando,
pois, que eu não tinha
um espírito perto de
mim, mas sim uma
senhora, pedi-lhe
permissão de tomá-la nos
meus braços, a fim de
poder verificar as
interessantes
observações que um
experimentador ousado
fizera recentemente, de
maneira tão sumária.
Essa permissão foi-me
graciosamente dada e,
por consequência,
utilizei-me dela,
convenientemente, como
qualquer homem bem
educado o teria feito
nessas circunstâncias”.
166. Segundo Crookes, o
Sr. Volckman ficaria
satisfeito ao saber que
ele podia corroborar sua
asserção de que o
“fantasma” (que, afinal,
não fez nenhuma
resistência) era um ser
tão material quanto a
própria Srta. Cook, a
médium.
167. O que vai seguir
mostrará, no entanto,
quão pouco fundamento
tem um experimentador,
por maior cuidado que
tenha nas suas
observações, em
aventurar-se a formular
uma importante conclusão
quando as provas não
existem em quantidade
suficiente.
168. Katie King disse
então que dessa vez se
julgava capaz de
mostrar-se ao mesmo
tempo em que a Srta.
Cook. Abaixou-se o gás
e, em seguida, com a
lâmpada fosforescente
Crookes penetrou o
aposento que servia de
gabinete. Ele entrou no
aposento com precaução.
Estava escuro e foi pelo
tato que procurou a
Srta. Cook,
encontrando-a de
cócoras, no soalho.
169. Ajoelhando-se,
deixou o ar entrar na
lâmpada e, à sua
claridade, viu-a vestida
de veludo preto, como se
achava no começo da
sessão, e com toda a
aparência de estar
completamente
insensível. A Srta. Cook
não se moveu quando lhe
tomou a mão. Mesmo com a
lâmpada muito perto do
seu rosto, continuou a
respirar tranquilamente.
170. Elevando a lâmpada,
Crookes olhou em torno
de si e viu Katie, que
se achava em pé, muito
perto da Srta. Cook e
por trás dela. Katie
estava vestida com uma
roupa branca, flutuante,
como fora vista durante
a sessão.
171. Diz Crookes:
“Segurando uma das mãos
da Srta. Cook na minha e
ajoelhando-me ainda,
elevei e abaixei a
lâmpada, tanto para
alumiar a figura inteira
de Katie, como para
plenamente convencer-me
de que eu via, sem a
menor dúvida, a
verdadeira Katie, que
tinha apertado nos meus
braços alguns minutos
antes, e não o fantasma
de um cérebro doentio.
Ela não falou, mas moveu
a cabeça, em sinal de
reconhecimento. Três
vezes examinei
cuidadosamente a Srta.
Cook, de cócoras, diante
de mim, para ter a
certeza de que a mão que
eu segurava era de fato
a de uma mulher viva, e
três vezes voltei à
lâmpada para Katie, a
fim de a examinar com
segurança e atenção, até
não ter a menor dúvida
de que ela estava diante
de mim. Por fim, a Srta.
Cook fez um ligeiro
movimento e
imediatamente Katie deu
um sinal para que me
fosse embora”.
172. Ele retirou-se para
outra parte do gabinete
e deixou então de ver
Katie, mas só abandonou
o aposento depois que a
Srta. Cook acordou e
dois dos assistentes
entrassem com luz.
173. Eis algumas
diferenças que Crookes
observou entre a Srta.
Cook e Katie: a estatura
de Katie era variável:
em sua casa a viu maior
6 polegadas do que a
Srta. Cook. Na noite
anterior, tendo os pés
descalços e não se
apoiando na ponta dos
pés, ela era maior 4
polegadas e meia do que
a Srta. Cook e tinha o
pescoço descoberto; a
pele era perfeitamente
macia ao tato e à vista,
enquanto a Srta. Cook
tem no pescoço uma
cicatriz que, em
circunstâncias
semelhantes, se vê
distintamente, sendo
áspera ao tato. As
orelhas de Katie não são
furadas, enquanto as da
Srta. Cook trazem
ordinariamente brincos.
A cor de Katie é muito
branca, enquanto a da
Srta. Cook é muito
morena. Os dedos de
Katie são muito mais
longos que os da Srta.
Cook e seu rosto é
também maior. Nas formas
e maneiras de se
exprimir há também
diferenças assinaladas.
174. A saúde da Srta.
Cook não é assaz boa
para lhe permitir dar,
antes de algumas
semanas, outras sessões
experimentais como as
descritas. Em
consequência disso
Crookes insistiu
fortemente para que ela
tivesse um repouso
completo antes de
recomeçar a campanha de
experiências de que lhe
deu uma exposição
sumária.
175. Última aparição
de Katie King, sua
fotografia com o auxílio
da luz elétrica –
Tendo Crookes tomado
parte muito ativa nas
últimas sessões da Srta.
Cook e obtido muito bom
êxito na produção de
numerosas fotografias de
Katie King, com o
auxílio da luz elétrica,
julgou ele que a
publicação de alguns
detalhes seria
interessante para os
espiritualistas.
176. Durante a semana
que precedeu a partida
de Katie, ela deu
sessões em sua casa,
quase todas as noites, a
fim de lhe permitir
fotografá-la à luz
artificial. Cinco
aparelhos completos de
fotografia foram, pois,
preparados para esses
efeitos. Eles consistiam
em cinco câmaras
escuras, uma do tamanho
de placa inteira, uma de
meia placa, uma de
quarta, e de duas
câmaras estereoscópicas
binoculares, que deviam
todas ser dirigidas
sobre Katie ao mesmo
tempo, cada vez que ela
ficasse em posição de se
lhe obter o retrato.
Cinco banhos
sensibilizadores e
fixadores foram
empregados e grande
número de placas foram
preparadas previamente,
prontas a servir, a fim
de que não houvesse nem
hesitação nem demora
durante as operações
fotográficas.
177. A biblioteca da
casa serviu de câmara
escura: ela possuía uma
porta de dois batentes
que se abria para o
laboratório; um desses
batentes foi levantado
dos seus gonzos e uma
cortina colocada em seu
lugar, para permitir a
Katie entrar e sair
facilmente. Os amigos
que se achavam presentes
estavam sentados no
laboratório, em frente à
cortina, e as câmaras
escuras ficaram
colocadas um pouco atrás
deles, prontas a
fotografar Katie quando
ela saísse, e a tomar
igualmente o interior do
gabinete todas as vezes
que a cortina fosse
levantada para esse fim.
178. Cada noite havia 3
ou 4 exposições de
placas nas 5 câmaras
escuras, o que dava pelo
menos 15 provas por
sessão. Algumas se
estragaram no
desenvolvimento, outras
ao regular a luz; apesar
de tudo, Crookes obteve
44 negativos, uns
medíocres, alguns nem
bons nem maus e outros
excelentes.
179. Katie recomendou a
todos os assistentes que
ficassem sentados e
observassem essa
exigência; somente
Crookes não foi incluído
na medida e depois de
algum tempo ela
permitiu-lhe fazer o que
ele desejasse, tocá-la,
entrar no gabinete e
dele sair, quase todas
as vezes que ele
quisesse.
180. Desse modo, Crookes
acompanhou-a muitas
vezes ao gabinete e
algumas vezes viu Katie
e a médium, ao mesmo
tempo, mas a Srta. Cook
geralmente era
encontrada em letargia e
deitada no soalho.(Continua no próximo
número.)