A primeira pedra
Há, sim, muitos
companheiros errados.
Ninguém nega.
Esse, que te protegia a
confiança, desabou, à
maneira de tronco
pesado, sobre a
plantação ainda frágil
de tua fé.
O outro, que te parecia
invulnerável no
desassombro,
acovardou-se e fugiu.
Conheceste os que
pregavam generosidade,
agarrando-se à avareza,
e notaste os que falavam
em virtude, a tombarem
no vício.
Situavas a fonte do
consolo em vários
amigos, que acabaram no
desespero e recolhias
orientações de outros
tantos, que se afundaram
na corrente das sombras,
quais barcos à matroca.
Em muitos casos,
trocaste entusiasmo por
desalento e admiração
por repugnância.
Diante de semelhantes
problemas, é natural te
sintas entre a mágoa e a
revolta. No entanto,
entra no santuário de ti
mesmo procurando
compreender a nossa
obrigação de auxiliar e
servir, e reflete nas
exigências da evolução.
Coloca-te no lugar da
criatura em dificuldade
e enumera quantas vezes
tens sido
providencialmente
auxiliado, para não
caíres em tentação.
Medita nas horas em que
os pensamentos infelizes
te dominam a alma; nos
momentos em que tropeças
e cais; nas ocasiões em
que te enganas e sofres;
nos instantes em que
lastimas as faltas que
não desejarias cometer;
e se te sentes longe da
possibilidade de errar e
integralmente livre de
toda culpa, poderás,
então, ouvir, de novo, a
lição de Jesus e atirar
a primeira pedra.