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Brasil
Ano 8 - N° 387 - 2 de Novembro de 2014
CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 


A FEIC – Fraternidade Espírita Irmãos de Cascais e sua obra

Franklin Moreira, seu fundador e presidente, fala-nos sobre a origem, os objetivos e o trabalho realizado pela instituição

 
Tão logo deixamos a Avenida Menezes Cortes, travessia de serra que une, no Rio de Janeiro, Jacarepaguá aos bairros do Grajaú e da Tijuca, encontramos a FEIC – Fraternidade Espírita Irmãos de Cascais. Um endereço importante para espíritas, espiritualistas e simpatizantes que estão em busca de casas idôneas, onde possam encontrar a combinação competente da divulgação cristã espírita, sob a égide dos postulados da Doutrina de Allan Kardec, com correntes espiritualistas de ensinamentos orientais coligados em essência, para uma qualificada assistência espiritual e social.

A FEIC, com o seu trabalho de indiscutível importância, conta com atividades durante toda a semana. E, atualmente, amplia sua abrangência de atuação no Movimento Espírita brasileiro, através do desenvolvimento de seu trabalho editorial na publicação, edição e distribuição de obras espíritas, assim como na área de assistência social para inúmeras famílias carentes, além das prioridades de instrução doutrinária, infantil e cultural.

Vale a pena visitar a sede - belo recanto rodeado do ar puro e do verde da vegetação das serras - situada na Estrada do Pau Ferro, nº 1344, no bairro Freguesia em Jacarepaguá, e com filial na Rua Atininga, 606, Taquara, para participar das palestras e tratamentos espirituais que contam com trabalhos de passes de cura, desobsessão, escola de médiuns, dentre vários outros benefícios para quem busca viver os desafios da vida atual com maior equilíbrio interior, sabedoria e conhecimento dos verdadeiros objetivos de nossa passagem pelo mundo.

As informações que seguem nos foram prestadas pelo confrade Franklin Moreira (foto), presidente e fundador da FEIC, que nos acolheu e atendeu com admirável gentileza e espírito de fraternidade. 
 

Origens da FEIC 

A FEIC - diz o confrade - não começou na época atual no Rio de Janeiro, nem em Cascais, mas há centenas de anos quando já era sabido pelos espíritos superiores que a Terra atravessaria um período de transição, de virada de ciclo, um momento de extrema necessidade, onde haveria muito sofrimento, muito “ranger de dentes”. Para este período, que à semelhança do acontecido em diversos outros mundos se repete em todo este imenso Universo do Pai, nossa morada passaria por 

um processo de ascensão natural na escala evolutivaque rege os mundos e passaria a abrigar, não mais Espíritos em “provas e expiações”, mas Espíritos em condições de “regeneração”... Aí é que entra a FEIC, trazendo o conforto a encarnados e desencarnados, através dos ensinamentos orientadores de condutas éticas e morais contidos nas mensagens de amor passados por Jesus.

A fundação 

Em maio de 1995, um pequeno grupo – parte de uma grande confraria que vem se preparando há séculos nos aprendizados, nas quedas, nas dores e nos sofrimentos em experiências vividas, muitas delas mutuamente na terra ou na espiritualidade lapidando-se juntos, após todo um processo que envolve sintonia, carmas comuns, afinidades e diferenças, além de semelhante nível de esclarecimento e amadurecimento –, se reuniu em uma pequena cidade litorânea da Europa – a querida Cascais –, com o objetivo de viver um estágio – encarnados – necessário à futura encarnação prevista para esta época atual, duzentos anos mais tarde – a partir do final do segundo milênio –, na terra do Espiritismo, o Brasil, onde se reencontrariam em famílias consanguíneas ou como amigos, de diferentes formas, para fundarem esta obra.

Na retaguarda, muitos irmãos da espiritualidade, também afins, os quais muitas vezes estiveram reencarnados juntos a este pequeno grupo fundador, se soma neste trabalho de amor, de renúncia e de abnegação.

Após o início dos trabalhos, irmãos desgarrados do grupo seriam direcionados à Casa; fato que vem ocorrendo, identificando-se com o ambiente... Muitos virão pela dor, em estado de profunda perturbação mediúnica à procura de conhecimento ou pela vontade de servir na caridade.  

Atividades realizadas 

A FEIC oferece um programa de tratamento espiritual que envolve diversos atendimentos por meio de palestra, passes para adultos e crianças, curas, antimagia, desobsessão, cromoterapia, musicoterapia, evangelização e psicografia. Todavia, o mais importante é o atendimento que liberta o ser humano da ignorância – as palestras. São falas com temas que respondem aos porquês das criaturas humanas, muitas delas sedentas de conhecimento, mas que as religiões formais, por desconhecimento e aprisionadas em dogmas inventados por homens falíveis, não orientam. Apesar de ser uma Casa Espírita, as palestras são temáticas, sem preocupação de ensinar o que os Espíritos responderam a Kardec, mas voltadas a atender questionamentos dos que anseiam por respostas lógicas a perguntas do tipo: por que sofremos? Por que adoecemos? Por que existem tantas diferenças entre as criaturas: ricas e pobres? Inteligentes e tolas? Sábias e imbecis? Por que nascemos, se temos que morrer? O que é a morte? De onde viemos? Que estamos fazendo aqui? Para onde iremos? Por que nascem crianças com síndromes teratológicas, paraplégicas, cegas... e outras, ao contrário, saudáveis? Por que casamentos, feitos em nome do amor, não dão certo? Que Lei do Amor é essa ensinada por Jesus, se não conseguimos amar os nossos inimigos? Por que tantos conflitos em família? Existe céu e inferno? Por que tantas religiões? Existem vários deuses?

Essas e muitas outras perguntas são respondidas durante um ciclo de palestras que têm como objetivo libertar a criatura do jugo da ignorância, transformando-as em Espíritos moralizados, éticos e servidores: bom pai, bom filho, bom cônjuge, bom empregado, bom patrão... “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”. 

Assistência social 

Quando entre nós, Jesus nos mostrou que o conhecimento de seus ensinamentos era o mais importante para a conquista da felicidade plena. Todavia, naquela época de muita ignorância, como fazer com que seus ensinamentos fossem considerados? Não existiam facebook, e-mails, correios, rádio, televisão... Então, como fazer com que suas palavras chegassem ao povo e fossem ouvidas? Muito difícil, não é? Ele precisava de algo que chamasse a atenção de todos! Daí então os “milagres” de multiplicar o pão, curar leprosos, cegos, ressuscitar mortos etc., pois era, e até hoje ainda é, aquilo a que o povo dá mais valor. Claro que o Espiritismo não faz os milagres que o Mestre fez, mas oferece, juntamente com o pão que alimenta o corpo, o pão que alimenta a alma! Por exemplo, os assistidos pela FEIC: famílias carentes, gestantes carentes, asilos, orfanatos etc., recebem, além do alimento material, o alimento espiritual. Crianças das famílias carentes recebem orientação evangélica; pais assistem a palestras de cunho moral e ético, além de orientações preventivas de doenças e hábitos saudáveis. Lembramos, no entanto, que os grandes beneficiados são os que têm a oportunidade de servir na caridade, pois a Lei “é dando que se recebe”. Muitos voluntários, após um dia de trabalho servindo ao próximo, se sentem felizes pela ação do amor; diferentemente dos necessitados que recebem o pão material, dos quais uma parte considerável mostra-se totalmente indiferente ao que está sendo feito a ela e à sua família. 

Receptividade dos frequentadores 

A grande maioria dos que procuram a FEIC são curiosos, simpatizantes dos ensinamentos espíritas acerca da reencarnação, da imortalidade da alma e da comunicabilidade dos Espíritos, mas não são espíritas. Ser espírita é difícil! Requer conquistas nobres e reconhecimento de tudo aquilo que convirja para o amor, o qual é demonstrado pela prática de virtudes adquiridas em experiências pretéritas. Boa parte entra para o movimento espírita, mas ainda carece do perdão, da tolerância, da paciência, da bondade, da caridade ao próximo etc. Muitos se arvoram como donos de verdades, julgam e rotulam, preconceituosamente, obras sem ao menos lê-las, simplesmente porque não fazem parte do Pentateuco. As obras de Ramatis (as escritas pelo médium Hercílio Maes) são excelentes, todavia, rotuladas como não espíritas; uma injustiça a este irmão. Isto acontece porque o Espírito humano é de natureza ainda imatura, egoísta, orgulhosa, prepotente e, criando paradigmas, deixa-se levar pelo animal que habita em seu íntimo, e faz com que, em determinados momentos, a fera se sobreponha à sua natureza de Espírito racional, filho de Deus. Dentro desse aspecto, o presidente de uma Casa Espírita é, antes de tudo, um administrador de conflitos, com o dever de entender que cada criatura humana tem o seu tempo, necessitando de paciência e tolerância com seus defeitos e, também, de habilidades para potenciar suas virtudes, a fim de que a luz sobrepuje as trevas e a harmonia se faça na Casa Espírita.  

A FEIC Editora 

A FEIC Editora foi criada a partir de um trabalho mediúnico da Casa Espírita FEIC – a psicografia –, criada em 1998, inicialmente com apenas quatro médiuns (hoje são mais de cinquenta). Após dez anos recebendo somente mensagens filosóficas e cartas consoladoras de parentes (de mãe para filhos; de avós para netos; de maridos para esposas etc.), começamos a receber comunicados de diferentes médiuns, de que, nesse período de trabalho ininterrupto, havíamos sido alçados pela Espiritualidade Superior a um Instituto de Psicografia, diretamente ligado ao Departamento de Artes da Colônia do Nosso Lar, quando passaríamos a receber livros. “Inicialmente não acreditei”, diz o confrade. Mas as comunicações mediúnicas se intensificaram com afirmações de diferentes psicógrafos, de que a nossa determinação no trabalho (dez anos ininterruptos) nos havia credibilizado junto ao mundo espiritual... Começamos, então, a receber livros, que não param mais de ser psicografados! Trata-se de um projeto espiritual bem definido, com temas indicados a diversos tipos de leitores, desde aqueles que necessitam de uma palavra consoladora pela perda de um ente querido, até aquele necessitado de conhecimentos mais profundos sobre as fenomenologias mediúnicas: daí o nosso slogan “Uma editora criada pelo mundo espiritual”. 

A FEIC e sua diretriz universalista

Somos todos espíritos, irmãos em aprendizagem, passando por culturas diferenciadas com o determinismo de evoluirmos. A cultura ocidental é imediatista, agitada, mercantilista, nervosa, diferente da oriental: meditativa e tranquila, onde a natureza tem papel relevante na formação cultural e emocional. Todavia, somos sempre os mesmos espíritos em evolução, aprendendo que as pátrias humanas são importantes moradas de uso de vestimentas transitórias – corpos –, que nos servem como meio para que conquistemos virtudes! Ou seja, somos Espíritos do Mundo, cidadãos do Universo, aprendendo a amar a Deus, ao próximo (inclusive os inimigos) e a nós mesmos. Quando isto acontece, algumas facetas humanas deixam de ser relevantes para a criatura espiritualizada... Por exemplo: preconceitos, racismo e patriotismo! Amar ao próximo independe da cor da pele, da raça ou da pátria. Quando atingirmos esse entendimento, não mais existirão guerras, pois argentinos, japoneses, alemães, israelenses, palestinos serão todos reconhecidos como irmãos e, até na cruz, o Espírito universalista dirá: “Pai, perdoai..., eles não sabem o que fazem!”...  Mais do que ocidental ou oriental, cada ser humano é filho de Deus, ou seja, “todo ser vivo é cidadão do universo, pertencente a um único rebanho”... Ninguém é estranho!

Divulgação do Espiritismo

A informação do que se passa no mundo espiritual está muito mais presente na mídia atual do que há cinquenta anos atrás! Isto acontece porque a geração dos Espíritos que estão encarnando aqui na pátria do Espiritismo tem se mostrado muito mais voltada a esse tema e, em consequência, fazendo com que os veículos de divulgação se voltem com mais intensidade para esta realidade. Apesar de ainda tímida, a mídia nacional tem apresentado a “vida além da vida” através de telenovelas e de filmes com temáticas do mundo invisível com bastante intensidade. Isto se deve aos anseios de considerável número de simpatizantes espíritas, que não deixa de crescer... Nunca se viu tanta arte espírita falando de reencarnação, da imortalidade do Espírito e da mediunidade. Para se ter ideia do potencial da atual geração, no DIJ-FEIC – Departamento de Evangelização – atualmente com quatrocentos e vinte e cinco evangelizandos matriculados – do maternal à mocidade –, encontramos crianças com lucidez e conclusões impressionantemente racionais sobre a vida além da vida, demonstrando conhecimentos sólidos, certamente adquiridos em vidas passadas. Conta-nos a mãe de uma evangelizanda, de apenas 5 anos de idade, que ao ler para ela uma das historietas do “Perispírito em Histórias” – livro eminentemente indicado à evangelização –, se surpreendeu com o conhecimento da filha, inclusive acima do seu, tais as conclusões da menina. Soma-se a isso, o aumento de revistas e jornais espíritas, rádios (Rio de Janeiro, Boa Nova etc.), bem como alguns bons programas em canais fechados de televisão...

Voltando ao assunto “timidez”, penso que se as Casas Espírita se unissem no propósito de “colocar a candeia em cima do alqueire”, com dirigentes despojados de vaidade, certamente já teríamos uma grande emissora de TV; mas isso é outro assunto!

A missão do Espiritismo

Sobre o Espiritismo, vejo essa Doutrina com importante missão orientadora aos Espíritos desta morada... “Doutrina filosófica, com sólida base na ciência e consequências voltadas à prática do amor” que, quando conscientizada de sua missão por seus seguidores, esses passariam a ter comportamentos mais nobres, com ética e moralidade, respeitando as diferenças existentes na relação com o próximo. Sobre a afirmação de ser a Doutrina Consoladora, penso tratar-se de excelente “ferramenta” de informações consoladoras, mas não o consolador prometido por Jesus, como é o entendimento da grande maioria espírita. Entendo que nós, quando conscientizados da lógica espírita, passamos a ver a vida racionalmente, fato que nos consola, por exemplo: de onde viemos, para onde iremos, qual o objetivo da vida etc., e nos leva a concluir, dentre outras coisas, que somos Espíritos imortais e responsáveis pela nossa felicidade. De posse desse conhecimento, passamos a conduzir nossa existência com ética e moralidade, servindo e, consequentemente, sendo felizes pela ação construtiva da prática do amor ao próximo – consolados. Concluímos, assim, que a afirmação de Jesus “se guardardes os meus ensinamentos, eu vos enviarei o Espírito da Verdade, o consolador que estará em vós e ficará em vós”, nos passa o entendimento de que o conhecimento é que consola a criatura humana, pois se trata de uma conquista individual de cada Espírito.

Podemos, então, afirmar que o Espiritismo é a filosofia do comportamento humano, com ética religiosa e base na ciência. Espécie de síntese do conhecimento. Única religião que não se fundamenta em Escrituras ou Livros Sagrados. Apesar de derivar do Cristianismo, não considera a Bíblia como seu livro sagrado, que, como todos os outros chamados de Sagrados (de Deus), foram escritos por homens (falíveis)...

O Espiritismo se fundamenta nas Leis de Deus, que se encontram plasmadas (escritas) na natureza, onde são percebidas pela criatura à medida que ela evolui; traz de volta a moral cristã (o Cristianismo puro de Jesus), que ao longo dos séculos, religiosos deturparam com inverdades e adulteraram-na... o Cristianismo estava agonizando na UTI. Não fosse Jesus ter-se materializado diante de seus apóstolos, por diversas vezes durante quarenta dias após sua morte, certamente o Cristianismo teria sido também crucificado, pois seus apóstolos haviam debandado, traído, negado três vezes, vendo para crer, e inconformados por terem acreditado que o seu Mestre era o filho de Jeová; aliás, sobre esse assunto o livro de nossa edição “O Encontro de Gandhi com Jesus” retrata muito bem...

Papel do Centro Espírita

O Centro Espírita não deve ser procurado, ou aceito, como uma igreja ou templo, no entendimento que as Religiões colocam... Antes disso, a Casa Espírita deve ser vista como uma Escola de aprendizado, de transformação do comportamento da Criatura. Espiritismo não tem templo, altar, ritual, cerimônias, símbolos, imposições descabidas (celibato, casamentos, comunhão, promessas, etc.). Não é uma Religião institucionalizada, não possui hierarquia, seus princípios estão sustentados na religiosidade lógica e na espiritualidade. A Missão do Espiritismo, então, é promover uma reforma na criatura humana, transformando, para melhor, o homem velho num homem novo, mais espiritualizado, melhor pai, melhor filho, melhor irmão, melhor amigo..., fazendo ao próximo aquilo que gostaria que fosse feito a ele.

 

Nota da Redação:

Eis o endereço da sede da FEIC:
Estrada do Pau Ferro, 1344 - Freguesia - Jacarepaguá
CEP 22745-056
Rio de Janeiro - RJ

Site: http://www.feic.com.br/





 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita