Divino auxílio
Temos testemunhado
muitas dores,
sofrimentos inumeráveis,
dentro das
possibilidades que a
vida nos oferece para
socorrer os aflitos. A
Terra, este nosso mundo
amado, ainda terá que se
adiantar muito para ser
um planeta feliz.
Encarnados e
desencarnados igualmente
sofrem, até que a
depuração de todos,
caminhando na evolução,
seja um fato real. Dor
moral, dor física,
inumeráveis são os
mecanismos do auxílio
divino, para que o
Espírito consiga
adquirir as virtudes
necessárias para
alcançar o amor para a
sua felicidade. O amor
sempre deveria ser a
primeira escolha. Isso
evitaria muito amargor,
mas é necessária uma
consciência despertada
para que o amor esteja
em primeiro lugar. Deus,
no entanto, ampara
sempre, ninguém se
encontra ao abandono,
por mais que em sua
enfermidade moral se
acredite estar.
Sempre temos
oportunidade de ver o
amparo de Deus sob
diversas e emocionantes
formas.
Citaremos um fato que
nos emocionou há pouco
tempo. Trata-se de um
caso de um Espírito
desencarnado. Ele se
manifestou em grande
sofrimento, numa reunião
mediúnica, dizendo-se
abandonado por todos. O
Espírito se via como uma
criança. Havia
desencarnado jovem. Numa
linguagem sofrida
demonstrou a dor que
havia passado.
Abandonado pelos pais,
que não suportaram seu
aspecto deformado,
sentia-se um monstro,
escorraçado e rejeitado
por todos. Chorava,
dizendo que não podíamos
ter ideia de quão grande
tinha sido sua dor. Como
teria sido bom ter tido
uma mãe que o
acariciasse, mas ele
sempre se viu só. Quando
terminaria seu
sofrimento? Esclarecido
pelo doutrinador, ele
viu mensageiros amorosos
a envolvê-lo e dizer que
ele era um Espírito
muito antigo, não era
uma criança. Ele se viu
então entre dois mundos.
O Espírito milenar que
era e a criança que
tinha sido. Foi tomando
consciência à medida que
o doutrinador o
orientava, mas ainda se
via disforme. Doces
palavras do doutrinador
chegavam aos seus
ouvidos, falando-lhe
sobre Jesus e suas
palavras confortadoras:
“vinde a mim todos vós
que sofreis e que estais
sobrecarregados e eu vos
aliviarei. Tomai meu
jugo sobre vós, e
aprendei de mim, que sou
brando e humilde de
coração e encontrareis o
repouso de vossas almas;
porque o meu jugo é
suave e o meu fardo é
leve”.
O Espírito se viu
envolvido naquele amor,
e numa linguagem ainda
infantil disse: “Tia,
não aguento mais! Eu já
sofri muito e, se Deus é
amor assim, peço que me
ajude. Ajude-me, meu
Deus, me ajude! É muito
triste ser só e
abandonado, não ter uma
mãe, Senhor!” Ele então
abriu seu coração
sofrido numa prece,
rogando amparo, e nesse
momento teve uma visão
belíssima que foi
descrevendo e nos
emocionou até às
lágrimas. Uma entidade
de luz intensa, que
derramou sua suave
energia no ambiente, foi
vista por ele. “É uma
mulher, tia, linda
demais! Tem um manto
azul brilhante, todo
iluminado por estrelas
cintilantes! Ela está se
aproximando de mim,
dizendo ser a mãe de
todos os sofredores da
Terra e que é minha mãe
também e que veio para
me socorrer. Ela está
dizendo ser Maria, Nossa
senhora, a mãe de todos
os aflitos do planeta e
que veio me amparar. Que
bonito, tia, bonito
demais! Ela pede que eu
lhe estenda as mãos que
ela vai levantar meu
corpo disforme e me
curar”. O médium nesse
momento estendeu as mãos
para o ar. O Espírito,
emocionado, comentou:
“Ela me deu as mãos. Meu
corpo está ficando
perfeito, estou bonito,
nossa! estou luminoso!
Ela disse que vai me
levar e que não sofrerei
mais! Obrigado!
Obrigado! Vou com ela”.
Isso nos emocionou. Foi
a primeira vez, em anos,
que vimos um Espírito
dizer ser amparado
diretamente por Maria de
Nazaré. Fomos às
lágrimas, até pela
vibração amorosa e suave
que ficou no ambiente.
Alguns céticos poderiam
dizer que foi uma
mistificação ou um
engano, que o Espírito
se enganou, achando que
era Maria de Nazaré, mas
poderia ser um Espírito
de alta hierarquia e ele
se confundiu. Quem
estava presente não
duvidou. Foi emocionante
demais. Para os céticos,
lembramos um caso muito
conhecido, ocorrido com
Chico Xavier. Tratava-se
de um homem muito pobre,
idoso e negro. Nas
sextas-feiras ele ia ao
trabalho do “Chico”. Na
hora dos cumprimentos,
quando as pessoas
passavam por “Chico
Xavier” rapidamente,
esse homem ficava quase
meia hora conversando
com ele, a ponto de
chamar a atenção de seus
colaboradores, que certa
feita vieram lhe
perguntar por que ele
dava tanta atenção
àquele homem. Ele
respondeu que aquele
homem sofria demais e
com muita resignação,
ajudando a uma cunhada
desequilibrada, que
judiava muito dele.
Ninguém lhe dava
atenção. Era só ali que
ele era um pouco ouvido.
Tempos depois o “Chico”
comentou com os amigos,
em prantos, que esse
homem havia desencarnado
e que Jesus,
pessoalmente, viera
recebê-lo em sua chegada
ao mundo espiritual.
Quem era ele? Não
sabemos. Alguém que
mereceu. Portanto, não
temos dúvidas de que foi
mesmo Maria, a mãe de
Jesus, que veio socorrer
aquele que tanto sofreu
no mundo e que agora é
feliz.
“Bem-aventurados os que
choram, porque serão
consolados.
Bem-aventurados os que
têm fome e sede de
justiça, porque serão
saciados.
Bem-aventurados os que
sofrem perseguição pela
justiça, porque o reino
dos céus é para eles.”
(Mateus, cap. V, v 4, 6
e 10.)
“Vós sois felizes, vós
que agora chorais,
porque rireis.” (Lucas,
cap. VI, v 20, 21.)
Deus nos envolve sempre
no seu amor; seu amparo
é permanente. Jesus
derrama sua luz
misericordiosa em toda a
Terra, até nos mais
profundos abismos, e sua
mãe também. O amor
jamais nos abandona.
Tenhamos, pois, mais
coragem e fé nas horas
difíceis, na certeza de
que estamos sob a divina
proteção do nosso Pai e
Criador.