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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 387 - 2 de Novembro de 2014

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, São Paulo (Brasil)

 
 

Máximas morais do Cristo


A obra mais divulgada, mais lida, mais consultada da literatura espírita é o livro O Evangelho segundo o Espiritismo, que completou 150 anos de publicação. É a terceira obra da Codificação Espírita de Allan Kardec e surgiu em 1864, em sequência ao O Livro dos Espíritos (1857) e O Livro dos Médiuns (1861).

Conforme consta de sua página de rosto, a obra contém a explicação das máximas morais do Cristo, sua concordância com o Espiritismo e sua aplicação às diversas posições da vida. É importante que se faça esse destaque porque muita gente confunde o título achando que seria um evangelho só dos espíritas. Não!

É preciso prestar atenção ao título. Trata-se mesmo do Evangelho de Jesus, segundo o pensamento espírita, ou à luz da revelação trazida pelos Espíritos, ou ainda conforme os ensinos trazidos pelo Espiritismo.

Desdobramento natural

O livro é um desdobramento da parte terceira – que trata das Leis Morais – (com 12 capítulos e 306 perguntas) de O Livro dos Espíritos, justamente para comentar, ampliar e tornar ainda mais claro o pensamento de Jesus, seus ensinos morais, estudando-os à luz dos princípios espíritas, resgatando tais ensinos que formam a base da Doutrina Espírita, pois que ela está totalmente embasada no Evangelho de Jesus. Se tirarmos o Evangelho do Espiritismo, este será uma bela teoria, mas perderá sua essência, seu perfume, seu sabor.

E é justamente em O Evangelho segundo o Espiritismo que encontraremos as máximas morais de Jesus comentadas pela lucidez do Codificador que, na introdução da obra, destaca: Podem dividir-se as matérias contidas nos Evangelhos em cinco partes: os atos comuns da vida do Cristo, os milagres, as profecias, as palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja e o ensinamento moral. Se as quatro primeiras foram objeto de controvérsias, a última manteve-se inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se inclina; é o terreno onde todos os cultos podem se reencontrar, a bandeira sob a qual todos podem se abrigar, quaisquer que sejam suas crenças (...). E acrescenta com a sabedoria que lhe é peculiar: “(...) reunimos nesta obra os artigos que podem constituir, propriamente falando, um código de moral universal, sem distinção de culto (...)”.

Conforto expressivo

Os 28 capítulos da obra, além da introdução, fazem da obra um referencial de conforto e orientação a qualquer pessoa, esteja ela vivendo um período de tranquilidade interior ou um período de turbulências morais da vida cotidiana. Em muitos dos capítulos, além dos comentários pessoais às transcrições dos trechos destacados dos Evangelhos, Allan Kardec acrescentou selecionadas mensagens colhidas dos Espíritos Codificadores e que intitulou Instruções dos Espíritos, com expressivo conteúdo de orientação e lucidez, para reflexões de profundidade ao comportamento moral que precisamos adotar para uma vida de equilíbrio e serenidade. Ali estão os ensinos de Jesus, comentados e ampliados à luz da Revelação Espírita. Impossível destacar um ou outro, em face da importância de todos os ensinos e capítulos da obra. Sugerimos, pois, ao leitor, consultar e vasculhar a obra na íntegra.

Duas indicações

O capítulo mais longo é o capítulo V – Bem-Aventurados os Aflitos, cujo conteúdo vem atender aos reclamos do momento difícil da vida humana e que pode ser utilizado com grande proveito pelo leitor através da reflexão na íntegra do capítulo XXVIII – Coletânea de Preces Espíritas, de expressivo indicativo à felicidade humana. Fica nossa indicação aos leitores.




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita