DIAMANTINO
LOURENÇO
RODRIGUES DE
BÁRTOLO
bartolo.profuniv@mail.pt
Venade - Caminha, Viana
do Castelo
(Portugal)
|
|
Religião: uma
alternativa
para
a paz?
Nem só de
ciência, de
técnica e de
recursos
materiais vive o
homem. Para além
daquelas
capacidades e
possibilidades,
existe mais
vida, mais
mundo, mais
alternativas que
podem contribuir
para o bem-estar
da humanidade em
geral, e de cada
pessoa em
particular.
Ignorar, por
preconceito, por
descrença, por
agnosticismo, ou
por quaisquer
outras razões, a
dimensão
religiosa do
homem é
dificultar o
processo para a
pacificação,
mesmo para
aqueles que
argumentam que a
religião também
está na origem
de muitos
conflitos.
Ao invocar-se a
dimensão
religiosa da
pessoa humana,
pretende-se
sensibilizar
cada um “de
per si”, e
de todos em
geral, para a
doutrina social
das diversas
religiões,
excluindo-se,
portanto, os
fundamentalismos
dogmáticos, os
radicalismos
mais sectários e
as posições
exacerbadas,
aliás, estes
excessos de
algumas
correntes também
precisam da
ajuda dos
moderados, e
estes têm o
dever, não só de
compreender tais
posições
extremadas como,
e
principalmente,
proporcionar as
condições que
conduzam ao
diálogo, ao bom
senso e à
pacificação
entre os grupos
desavindos.
Pensando,
portanto, nos
interesses das
novas e
emergentes
gerações, onde
se incluem,
porventura, os
filhos de quem,
neste momento,
analisa este
artigo e reflete
sobre estes
temas, urge
desencadear
ações que
aproveitem ao
objetivo último
de, a curto
prazo, se
vislumbrarem
melhorias no
inter-relacionamento
da humanidade.
A dimensão
religiosa do
homem crente
deve ser
colocada ao
serviço da
educação e
formação destas
novas gerações,
a começar na
família, porque
o ser humano tem
imensas
dimensões,
capacidades e
possibilidades
de as exercer,
no seio do grupo
e da sociedade,
desejavelmente,
no sentido do
bem comum.
A educação
religiosa é, por
tudo isto,
essencial na
construção de
pessoas que, se
também se
pretendam
íntegras,
possuam a
liberdade de se
autodeterminar,
com
responsabilidade
e generosidade,
para com os seus
semelhantes.
A preocupação
por uma educação
e formação
integrais deve
ser uma
constante em
todos aqueles
que, de alguma
forma e a um
qualquer nível
social, têm
responsabilidades
em preparar o
futuro, porque:
«Quando educamos
os nossos
filhos, todos
pretendemos
fazê-los
partilhar das
nossas mais
profundas
convicções e
enriquecê-los
com o que nos
parece mais
válido. Cada um,
segundo a sua
própria escala
de valores,
dar-lhes-á,
antes de mais
nada, com
prioridade
absoluta, o que
lhe parece
importante. (…).
Quando os pais
são crentes, a
sua fé em Deus
é, certamente,
desta ordem;
eles têm, se são
coerentes com as
suas convicções,
uma outra
dimensão, uma
outra óptica dos
acontecimentos
que os rodeiam.
Pensamos que é
importante
fazê-la
partilhar pelos
nossos filhos
desde a sua
infância e
falar-lhes muito
cedo de Deus»
(D’ARNUY,
1977:172).
O mundo, cada
vez mais
profanizado,
precisa de Deus;
os homens não
podem viver e
não conseguem
resolver todos
os problemas à
margem da
Bondade e
Sabedoria
Divinas; a
humanidade será
reduzida à sua
mais brutal
animalidade se
continuar a
rejeitar Deus. O
caminho seguro,
que poderá
conduzir à
pacificação do
mundo, tem de
passar por Deus,
e muitos seres
humanos sabem
que não há outra
alternativa.
Excluir Deus do
processo de
pacificação é
prosseguir o
caminho para a
destruição total
da humanidade.
Não se pretende,
nem seria
compatível com a
natureza
pró-científica
deste trabalho,
profetizar o
apocalipse, ou
uma escatologia
do Juízo
Final
condenatório de
toda a
humanidade. O
que se pretende
desmontar, pela
observação
participante, é
a condição
frágil, insegura
e indefinida do
ser humano.
A demonstração
da necessidade
de Deus na
formação da
pessoa humana
igualmente se
comprova, sem
dificuldades,
nem argumentos
científicos,
porque a
humanidade, na
sua esmagadora
maioria, busca
Deus e n’Ele a
solução para
todos os
problemas que a
ciência e a
técnica ainda
não resolveram.
A educação e
formação
religiosas são
um argumento
poderosíssimo
para que os
sistemas
educativos
integrem nos
seus cursos,
currículos e
conteúdos
programáticos,
os valores
religiosos,
aceitando que:
«Os
ensinamentos de
uma religião
devem influir na
personalidade e
na conduta
diária do
crente. Assim, a
conduta de cada
pessoa,
normalmente,
será um reflexo,
num maior ou
menor grau, de
formação
religiosa dessa
pessoa»
(SOCIEDADE TORRE
DE VIGIA DE
BÍBLIAS E
TRATADOS,
1990:12).
Acontecimentos
que comprovam,
inequivocamente,
a importância da
religião, para
se alcançar a
pacificação,
surgem,
frequentemente:
a preocupação
dos mais altos
dignitários das
religiões
maioritárias, em
estabelecerem o
diálogo
ecumênico
inter-religioso;
as grandes
reuniões da
juventude, por
iniciativa
pontifícia que,
regularmente,
ocorrem em
locais
diferentes da
Terra; as
peregrinações de
milhões de
crentes, todos
os anos, aos
santuários e
outros locais
sagrados; o
crescente número
de peregrinos
que,
mundialmente
percorrem os
caminhos da Fé;
a intervenção
das Igrejas nos
domínios
sociais,
assistência
humanitária e
moderadora de
conflitos.
No contexto da
pacificação da
humanidade, o
papel da
religião e das
boas relações
humanas, a todos
os níveis, é
fundamental, não
se excluindo os
conhecimentos
que a ciência
pode
proporcionar e o
recurso à
técnica e seus
instrumentos, no
que se refere a
melhorar as
condições de
vida das
comunidades, nas
quais a origem
dos conflitos se
localiza em
determinadas
insuficiências
e/ou carências
de ordem
social/material:
saúde, educação,
trabalho,
habitação,
segurança social
e uma velhice
tranquila.
Toda esta
complexidade
levanta, porém,
algumas
interrogações
que se deixam
para reflexão:
Ciência, Técnica
e Religião são
incompatíveis? A
pacificação da
humanidade pode
dispensar alguma
daquelas, entre
outras,
dimensões do
homem? E,
afinal, as
disciplinas
sociais e
humanas, bem
como os domínios
ditos não
científicos,
qual o estatuto
que lhes será
reconhecido? A
interdisciplinaridade
será possível,
desejável, útil,
ou cada ciência
vai manter-se na
sua redoma?
Bibliografia:
Visite o Blog
http://diamantinobartolo.blogspot.com