Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
45)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que devemos entender
por animismo?
Dá-se o nome de animismo
ao conjunto dos
fenômenos psíquicos
produzidos com a
cooperação consciente ou
inconsciente dos médiuns
em ação. Muitas
ocorrências podem
repontar nos fenômenos
mediúnicos de efeitos
físicos ou de efeitos
intelectuais, com a
Inteligência encarnada
comandando manifestações
ou delas participando
com diligência, numa
demonstração de que o
corpo espiritual pode
efetivamente
desdobrar-se e atuar com
os seus recursos e
implementos
característicos, como
consciência pensante e
organizadora, fora do
carro físico.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XXIII,
pp. 150 e 151.)
B. Que consequência
resultou da constatação
de que são efetivamente
possíveis as
manifestações anímicas?
A verificação de
semelhantes fatos criou
entre os opositores do
Espiritismo as teorias
de negação, visto que,
uma vez admitida a
possibilidade de o
próprio Espírito
encarnado poder atuar
fora do corpo
fisiológico, os cépticos
inveterados
apressaram-se a afirmar
que todos os sucessos
medianímicos se
reduziriam à influência
de uma força nervosa que
efetua, fora do corpo
carnal, determinadas
ações mecânicas e
plásticas, configurando,
ainda, alucinações de
variada espécie.
(Obra citada, cap.
XXIII, pp. 150 e 151.)
C. Pode a obsessão estar
ligada à manifestação
anímica?
Sim. Em muitos casos,
qual se dá no fenômeno
hipnótico isolado, pode
a mente cair nos estados
anômalos de sentido
inferior, dominada por
forças retrógradas que a
imobilizam,
temporariamente, em
atitudes estranhas ou
indesejáveis. Nesse
aspecto, surpreendemos
multiformes processos de
obsessão, nos quais
Inteligências
desencarnadas de grande
poder senhoreiam vítimas
inabilitadas à
defensiva, detendo-as,
por tempo indeterminado,
em certos tipos de
recordação, segundo as
dívidas cármicas a que
se acham presas.
Frequentemente, pessoas
encarnadas, nessa
modalidade de provação
regeneradora, são
encontráveis nas
reuniões mediúnicas,
mergulhadas nos mais
complexos estados
emotivos, quais se
personificassem
entidades outras,
quando, na realidade,
exprimem a si mesmas, a
emergirem da
subconsciência nos
trajes mentais em que se
externavam noutras
épocas, sob o fascínio
constante dos
desencarnados que as
subjugam.
(Obra citada, cap.
XXIII, pág. 152.)
Texto para leitura
139. Mediunidade e
animismo –
Alinhando apontamentos
sobre a mediunidade, não
será lícito esquecer
algumas considerações em
torno do animismo –
conjunto dos fenômenos
psíquicos produzidos com
a cooperação consciente
ou inconsciente dos
médiuns em ação. Muitas
ocorrências podem
repontar nos fenômenos
mediúnicos de efeitos
físicos ou de efeitos
intelectuais, com a
Inteligência encarnada
comandando manifestações
ou delas participando
com diligência, numa
demonstração de que o
corpo espiritual pode
efetivamente
desdobrar-se e atuar com
os seus recursos e
implementos
característicos, como
consciência pensante e
organizadora, fora do
carro físico. A
verificação de
semelhantes fatos criou
entre os opositores do
Espiritismo as teorias
de negação, porquanto,
admitida a possibilidade
de o próprio Espírito
encarnado poder atuar
fora do corpo
fisiológico, os cépticos
inveterados
apressaram-se a afirmar
que todos os sucessos
medianímicos se reduzem
à influência de uma
força nervosa que
efetua, fora do corpo
carnal, determinadas
ações mecânicas e
plásticas, configurando,
ainda, alucinações de
variada espécie.
Contudo, os
estardalhaços e pavores
levantados por esses
argumentos indébitos,
arredando para longe o
otimismo e a esperança
de tantas criaturas que
começam confiantemente a
iniciação na
mediunidade, não
apresentam qualquer
significado substancial,
porque é forçoso
ponderar que os
Espíritos desencarnados
e encarnados não se
filiam a raças
antagônicas que se devam
reencontrar em condições
miraculosas. (Cap.
XXIII, pp. 150 e 151.)
140. Semelhança
das criaturas –
Somos necessariamente
impelidos a reconhecer
que, se os vivos da
Terra e os vivos do Além
respirassem climas
evolutivos
fundamentalmente
diversos, a comunicação
entre eles resultaria de
todo impossível, pela
impraticabilidade do
ajuste mental. Seres em
desenvolvimento para a
vida eterna, uns e
outros guardam consigo,
seja no plano
extrafísico, preparando
o retorno ao campo
terrestre, seja no plano
físico, em direção à
esfera espiritual,
faculdades adquiridas no
vasto caminho da
experiência, as quais
lhes servirão de
recursos à percepção no
ambiente próximo. Cada
Espírito em vias de
reencarnação tem todos
os meios de que já se
muniu para continuar no
círculo dos encarnados o
trabalho de
aperfeiçoamento que lhe
é próprio,
conservando-os
potencialmente no feto,
tanto quanto possui o
Espírito encarnado todas
as possibilidades que já
entesourou em si mesmo
para prosseguir em suas
atividades no Plano
Espiritual, depois da
morte. Assinalada essa
observação, é fácil
anotar que a criatura na
Terra partilha, até
certo ponto, dos
sentidos que
caracterizam a criatura
desencarnada, nas
esferas imediatas à
experiência humana,
conseguindo, às vezes,
desenfaixar-se do corpo
denso e proceder como a
Inteligência desenleada
do indumento carnal ou,
ainda, obedecer aos
ditames dos Espíritos
desencarnados, como
agente mais ou menos
fiel de seus desejos.
Encontramos aí a
elucidação clara de
muitos dos fenômenos do
faquirismo vulgar, em
que o Espírito
encarnado, ao
desdobrar-se, pode
provocar, em relativo
estado de consciência,
certa classe de
fenômenos físicos,
enquanto o corpo carnal
se demora na letargia
comum. (Cap. XXIII,
pp. 151 e 152.)
141. Obsessão e
animismo – Em
muitos casos, conforme
as circunstâncias, qual
se dá no fenômeno
hipnótico isolado, pode
a mente cair nos estados
anômalos de sentido
inferior, dominada por
forças retrógradas que a
imobilizam,
temporariamente, em
atitudes estranhas ou
indesejáveis. Nesse
aspecto, surpreendemos
multiformes processos de
obsessão, nos quais
Inteligências
desencarnadas de grande
poder senhoreiam vítimas
inabilitadas à
defensiva, detendo-as,
por tempo indeterminado,
em certos tipos de
recordação, segundo as
dívidas cármicas a que
se acham presas.
Frequentemente, pessoas
encarnadas, nessa
modalidade de provação
regeneradora, são
encontráveis nas
reuniões mediúnicas,
mergulhadas nos mais
complexos estados
emotivos, quais se
personificassem
entidades outras,
quando, na realidade,
exprimem a si mesmas, a
emergirem da
subconsciência nos
trajes mentais em que se
externavam noutras
épocas, sob o fascínio
constante dos
desencarnados que as
subjugam. (Cap.
XXIII, pág. 152.)
Glossário
Corpo espiritual
– É o mesmo que
perispírito, na
linguagem espírita.
Veículo semimaterial
que, com a alma,
constitui o Espírito.
Hipnose
– Psiq. Estado mental
semelhante ao sono,
provocado
artificialmente, e no
qual o indivíduo
continua capaz de
obedecer às sugestões
feitas pelo
hipnotizador. Fig.
Modorra, sonolência,
torpor.
Organismo
fisiopsicossomático
– Refere-se ao
conjunto do organismo
físico e psicossomático
ou perispiritual.
Psicossoma
– Corpo espiritual ou
perispírito, na
linguagem espírita.
Psicossomático
– Pertencente ou
relativo,
simultaneamente, aos
domínios orgânico e
psíquico. Diz-se das
perturbações ou lesões
orgânicas produzidas por
influências psíquicas
(emoções, desejos, medo
etc.). Pertinente ao
corpo espiritual ou
perispírito.