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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 388 - 9 de Novembro de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 35)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Que atitude devemos tomar ante as manifestações de preconceito e de discriminação?

Qualquer forma de preconceito e de discriminação, por melhores os argumentos em que se pareçam apoiar, é procedimento perigoso e condenável. “Todo discriminador – afirmou o benfeitor espiritual Felinto – é prepotente, em si mesmo. Eis por que é sempre perniciosa a postura daquele que se supõe possuir o conhecimento da verdade, elegendo-se fiscal e censor da conduta daqueles que não se conduzem dentro da sua faixa de comportamento ou de fé. São, seguramente, almas em perigo, que discrepam e agridem, que exigem respeito aos seus valores, negando-o aos demais.” (Loucura e Obsessão, cap. 22,  pp. 288 e 289.)

B. É verdade que muitos desertam do dever espírita por motivos irrelevantes?

Sim. A mediunidade exige exercício disciplinado, sintonia com as Esferas Superiores, meditação constante, isto é, vida íntima ativa e bem direcionada, ao lado do conhecimento do seu mecanismo e estrutura, de modo a tornar-se faculdade superior da e para a vida. Referindo-se ao médium Antenor, que ali estava para ajudar, embora necessitasse de auxílio, Felinto disse que muitos deixam, por motivos fúteis, de cumprir os deveres assumidos, omitindo-se ou desertando sob pretextos irrelevantes. E não são poucos os adeptos que desanimam ante os resultados mediúnicos, que lhes parecem tardar, sem que o esforço contínuo lhes assinale o espírito de serviço ou a dedicação lhes caracterize a atividade. (Loucura e Obsessão, cap. 22,  pp. 290 e 291.) 

C. Quais os problemas que mais atormentavam os consulentes da irmã Emerenciana?  

Os que se faziam de maior urgência eram os referentes à saúde, às finanças e à afetividade. Emerenciana os ouvia com paciência, identificando em muitos deles o primitivismo, as enfermidades emocionais e morais que os estiolavam, esclarecendo uns e outros, ao tempo em que os encaminhava à prática do bem, à reconsideração das atitudes, à mudança de pensamento. Alguns, insatisfeitos, não mais voltavam, pois o que desejavam era o prazer de agora, não lhes interessando o dia de amanhã. Outros, porém, aquietavam-se ou compreendiam o erro em que se encontravam, ante a doce energia e os elevados conceitos recebidos. Renovavam-se, então, e passavam a participar das atividades da Casa, enquanto lhes durava a problemática, abandonando-as, até à irrupção de novas aflições, que os traziam de volta, submissos e humildes. Alguns, contudo, ficavam, e ali se sentiam edificados, dando rumo equilibrado à existência e dedicando-se ao auxílio fraterno. (Loucura e Obsessão, cap. 23,  pp. 292 e 293.)

Texto para leitura 

137. Nem todos os homens se encontram na mesma faixa evolutiva – A tolerância, em razão disso, constitui aquisição do conhecimento decifrador das aparentes incógnitas da vida. Quanto mais o homem sabe, melhor compreende os comportamentos humanos, desarmando-se de ideias preconcebidas, da censura sistemática, dos prejuízos de raças, de castas, crenças e grupos. Essas considerações íntimas feitas por Miranda foram acrescidas da seguinte dissertação de Felinto: “O homem primitivo passou a crer, em razão do pavor que lhe infundiam as ‘forças desgovernadas da Natureza’. Avançando, lentamente, alcançou a fase litolátrica(1), abrindo espaço mental, através do tempo, para chegar à Consciência Cósmica, defrontando e vivendo uma fé racional, ampla, universal. Recordo-me de que, no período anterior aos descobrimentos marítimos, o termo universal tinha a sua abrangência restrita à área mediterrânea, onde permaneciam a cultura e a civilização conhecidas. Logo depois foi ampliado o conceito, e, hoje, saindo dos limites terrestres, é realmente galáctico. Ora, esse avanço não se deu de um para outro momento, senão através dos milênios. É justo que entendamos este processo, sabendo que nem todos os homens lograram fazê-lo com igualdade de condições. Primeiro, porque nem todos se encontram na mesma faixa de evolução intelecto-moral, e segundo, porque as marchas e contramarchas do progresso individual respondem pelos que avançam e por aqueloutros que retardam o passo. Seria justo que censurássemos o homem da Nova-Guiné, por exemplo, que apenas sai do ‘período da pedra polida’ e somente há pouco descobriu o fogo? Justificar-se-ia o reproche ao pigmeu da África ou ao silvícola do Amazonas em fase antropofágica, apenas para referir-nos a alguns casos isolados? Transfiramos esses Espíritos para as aprendizagens na chamada área da civilização urbana, e que teremos? Qual o culto religioso que adotarão e que tipo de comportamento ético-moral desenvolverão? Não queremos, com esta imagem, dizer que os militantes deste ou daquele culto pertencem a tal ou qual cultura de hoje ou de ontem”. Observada ligeira pausa, Felinto prosseguiu: “Verificamos que não são poucas as megalópoles da Terra, onde o homem vive em guetos sórdidos e favelas hediondas, que em nada ficam a dever às tribos primitivas em miséria e promiscuidade, sendo que, naquelas, há a predominância da malícia, do ódio, da vergonha, da embriaguez dos sentidos pela corrupção, enquanto, nas últimas, se demoram apenas a ignorância e os instintos ainda não educados... Piores, ainda, são os programas de extermínio racial, de ontem como o apartheid de hoje, as sangrentas lutas religiosas no Oriente e no Ocidente, o tráfico de ‘escravas brancas’, de crianças, de rapazes e moças chamados servilmente de ‘objetos sexuais’, de drogas, de venda de proteção, de guerras... sob o beneplácito dos poderes humanos que os observam com falso sorriso de compreensão, porque por eles mesmos fomentados e mantidos”. (Loucura e Obsessão, cap. 22,  pp. 286 e 287.) 

138. Mediunidade sem sacrifício não passa de mero adorno – Na sequência, Felinto observou que, na verdade, qualquer forma de preconceito e de discriminação, por melhores os argumentos em que se pareçam apoiar, é procedimento perigoso, condenável. “Todo discriminador – asseverou Felinto – é prepotente, em si mesmo. Eis porque é sempre perniciosa a postura daquele que se supõe possuir o conhecimento da verdade, elegendo-se fiscal e censor da conduta daqueles que não se conduzem dentro da sua faixa de comportamento ou de fé. São, seguramente, almas em perigo, que discrepam e agridem, que exigem respeito aos seus valores, negando-o aos demais. Não foi esse o comportamento que tiveram, no passado, em relação a Sócrates, a Jesus e a todos aqueles que pensavam e agiam diferentemente deles? Guardadas as proporções de época e de oportunidade, eles se revelam hoje conforme as circunstâncias e possibilidades, exigindo-nos exercícios de paciência, de tolerância e de amor para com as suas formas de ser. Aparentam evolução, todavia não na têm ainda; disfarçam-se de sábios e são, somente, intelectualizados, sem maturidade cultural, emocional nem moral. Quando Allan Kardec adaptou o conceito pestalozziano, nele substituindo a palavra perseverança por tolerância, encontrava-se inspirado, como sempre lhe acontecia, propondo seguro comportamento para o espírita, aliás, pouco seguido e considerado, apesar de muito citado, proposto e comentado.”  “Enquanto os intransigentes e ortodoxos de todo tipo condenam, censuram, exigem, os que confiam e amam, trabalham, ajudam e edificam o homem integral para um futuro feliz e uma sociedade melhor.” Dito isto, ambos passaram a observar as pessoas que chegavam, ansiosas, para os trabalhos da noite. Foi então que Miranda percebeu que o médium Antenor revelava alguma preocupação, estampada na face, embora sem revolta ou enfado. Felinto esclareceu: “O devotado médium, sem qualquer regime de exceção, experimenta apuro financeiro, acrescido da enfermidade da esposa, que ficou febril, no lar, enquanto ele veio para o socorro aos semelhantes”. “Mediunidade sem sacrifício e ministério do bem sem renúncia – aditou o amigo – são adornos da vaidade ou atividade desportiva na área da fé espírita. Como a maioria dos médiuns ainda prefere a bajulação dos distraídos e se permitem a competição pelos destaques entre os iludidos, vemos os companheiros dedicados padecendo sobrecargas pesadas que, inobstante, os promovem, espiritualmente, a cometimentos felizes no futuro.” (Loucura e Obsessão, cap. 22,  pp. 288 e 289.) 

139. Muitos desertam do dever espírita por motivos irrelevantes – A mediunidade, lembrou Felinto, exige exercício disciplinado, sintonia com as Esferas Superiores, meditação constante, isto é, vida íntima ativa e bem direcionada, ao lado do conhecimento do seu mecanismo e estrutura, de modo a tornar-se faculdade superior da e para a vida. “Quem, portanto, se candidate ao seu ministério – acrescentou ele –, disponha-se, adredemente, ao sacrifício e aos silêncios homéricos ante os acusadores gratuitos e adversários espontâneos que, além dos inimigos do Bem, são os invejosos, os competidores malogrados e os censuradores habituais... O tempo que seria gasto na defesa deverá ser aplicado na perseverança do trabalho e na autoiluminação, compreendendo e desculpando os seus opositores, sabendo que tal lhe acontece porque, além de ser devedor, necessita desses estímulos, sem os quais, talvez, parasse a meio do caminho.” “O caro Antenor, que não mede sacrifícios para servir, confia, e, graças ao seu espírito de doação, não permanece esquecido. Hoje mesmo a Mentora deixará prescrição de produto caseiro para a sua esposa doente, com que se refará, inspirando alguém que lhe trará trabalho, com o qual resolverá a premência financeira.” Miranda comoveu-se ao ver o médium adentrar-se na singela câmara de atendimento. Ele ali estava para ajudar, embora necessitasse de auxílio; para consolar, apesar de estar chorando interiormente, enquanto muitos deixam, por motivos fúteis, de cumprir os deveres assumidos, omitindo-se ou desertando sob pretextos irrelevantes... E não são poucos os adeptos que desanimam ante os resultados mediúnicos, que lhes parecem tardar, sem que o esforço contínuo lhes assinale o espírito de serviço ou a dedicação lhes caracterize a atividade. Feita a prece, iniciou-se mais um ministério de amor e caridade em favor dos infelizes, diminuindo os quadros das psicopatologias e as estatísticas da delinquência e do suicídio. O amor, que cobre a multidão dos pecados, continuava ali a derramar luz sobre a noite densa das almas. (Loucura e Obsessão, cap. 22,  pp. 290 e 291.) 

140. As razões que levam os homens a buscar ajuda espiritual – Dentre os problemas que mais atormentavam os consulentes da irmã Emerenciana, os que se faziam de maior urgência eram os referentes à saúde, às finanças e à afetividade. Era muito expressivo o número de clientes aspirando por soluções que lhes facultassem realização sexual com disfarce de amor, paixões descabidas acondicionadas nas justificativas das necessidades, dispondo-se a quaisquer atitudes que os levassem a lograr esses desejos, pouco lhes importando as consequências futuras, os danos causados a terceiros, os prejuízos às famílias e compromissos que dificultavam os seus interesses mesquinhos. Propunham-se, então, a ajudar, a remunerar, a alimentar as Entidades perversas, desde que recebessem, em volta, a realização por que anelavam... Emerenciana os ouvia com paciência, identificando-lhes o primitivismo, as enfermidades emocionais e morais que os estiolavam, esclarecendo uns e outros, ao tempo em que os encaminhava à prática do bem, à reconsideração das atitudes, à mudança de pensamento. Alguns, insatisfeitos, não mais voltavam, pois o que desejavam era o prazer de agora, não lhes interessando o dia de amanhã. Outros, porém, aquietavam-se ou compreendiam o erro em que se encontravam, ante a doce energia e os elevados conceitos recebidos. Renovavam-se, então, e passavam a participar das atividades da Casa, enquanto lhes durava a problemática, abandonando-as, até à irrupção de novas aflições, que os traziam de volta, submissos e humildes. Alguns, contudo, ficavam, e ali se sentiam edificados, dando rumo equilibrado à existência e dedicando-se ao auxílio fraterno. Os que padeciam de necessidades financeiras, desemprego, fome, imploravam soluções rápidas, mediante trabalhos que lhes removessem a sorte madrasta, ou as feitiçarias, de que se diziam vítimas, ou de fatores outros que afirmavam prejudicá-los. Poucos se referiam à própria indolência, ao desinteresse pelo trabalho do qual foram despedidos, mas que a Orientadora recordava através de admoestações claras e oportunas. Os realmente aflitos, sob as injunções reparadoras, recebiam conforto, aclaramento da circunstância sob a luz da reencarnação, que passaria a indicar-lhes rumo de segurança para remover-lhes as causas e superar-lhes os efeitos. Sucediam-se, assim, as pessoas, conduzindo suas penas e injunções evolutivas, que o processo reencarnacionista impunha. A caridade moral, espiritual e material não era, ali, apenas um conceito filosófico-religioso de adorno, mas, sim, uma ação libertadora para quem pedia, quanto para aqueles que a repartiam. (Loucura e Obsessão, cap. 23,  pp. 292 e 293.)  (Continua no próximo número.)

(1) Litolátrica - relativo à litolatria: culto ou adoração da pedra. 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita