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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 388 - 9 de Novembro de 2014

MARCELO DAMASCENO DO VALE
marcellus.vale@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

 
 

Aborto. Um convite
para agirmos


A desencarnação da jovem Jandira em agosto desse ano ocorreu de forma brutal. Após possíveis complicações causadas durante um procedimento clandestino de aborto, o corpo foi encontrado carbonizado, dentro de um carro.

Assim como esta jovem, segundo estimativas do Ministério da Saúde, por volta de 700.000 a 1.200.000 mulheres realizam abortos a cada ano, valor que é especulativo, pois a prática do aborto é considerada crime pela nossa legislação, eles ocorrem de forma clandestina, podendo chegar a muito mais. 

Contudo muitas mulheres ainda desencarnam ou têm sequelas graves após buscarem a interrupção da gravidez em verdadeiros matadouros. Não um matadouro, mesmo aqueles mais podres têm mais higiene que as clínicas clandestinas do médico que foi preso na semana passada na Operação Herodes da Polícia Federal. 

Atualmente muitos formadores de opinião têm defendido o pró-escolha, onde ficaria por conta da mulher optar ou não pela gestação, dizendo que, por ser um crime previsto na legislação, empurra as mulheres de baixa e média renda para os “açougues”.  Esse movimento defende ainda uma maior divulgação dos métodos contraceptivos e educação sexual de qualidade (que poucas vezes é ensinada pela família). 

Esse tema me fascina muito e várias vezes me permiti contribuir para promoções que visam assistir gestantes e seus filhos que estão voltando à vida no corpo físico. Contudo, há alguns anos venho sentido uma vontade maior de fazer mais. Mas o quê? Como? Com ajuda de quem? 

Pensei em utilizar meus dons de criação e propaganda para campanhas de divulgação dos métodos contraceptivos. Sonhei em levantar orfanatos. Intencionei divulgar os endereços das clínicas clandestinas. Cogitei promover  palestras em escolas para educação dos jovens. 

O momento, entretanto, me convida ao trabalho, me chama para agir e não apenas em sonhar, enquanto a vida real está acontecendo. Eu possuo algum tempo disponível. Alguns recursos a menos não farão diferença. A boa vontade já faz parte de minha vida, enquanto não é ainda a Caridade real. 

Se o drama do Aborto sensibiliza seu coração, se você entende que podemos ser úteis nos sofrimentos ocultos, se crê que possamos estender mãos amigas para as dores, me escreva. Juntos podemos fazer muito para que a nossa Terra seja, mais rapidamente, em breve um local de Regeneração. 

Qual a mais meritória de todas as virtudes?

“Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtudes sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.” – O Livro dos Espíritos, questão 893. 




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita