“O homem mais feliz do
mundo”
“A felicidade relativa é
possível e se encontra
ao alcance de todos os
indivíduos, desde que
haja neles a aceitação
dos acontecimentos
conforme se apresentam.
Nem exigências de sonhos
fantásticos, que não se
corporificam em
realidade, tampouco o
hábito pessimista de
mesclar a luz da alegria
com as sombras densas
dos desajustes
emocionais...
O amadurecimento
psicológico, a visão
correta e otimista da
existência são
essenciais para
adquirir-se a felicidade
possível.” – Joanna de
Ângelis.
O francês Matthieu
Ricard decidiu abandonar
a tese de doutorado em
biologia molecular no
renomado Instituto
Pasteur, para se dedicar
a uma vida de
contemplação como monge
budista. No começo dos
anos 2000 ele se
submeteu a uma equipe de
pesquisadores da
Universidade de
Wisconsin para
investigar o efeito da
meditação no cérebro.
Para tal finalidade,
ficou três horas dentro
de um aparelho de
ressonância magnética
que mapeou determinadas
regiões do seu cérebro.
O resultado de tal
pesquisa foi a
constatação de que esse
monge era a pessoa mais
feliz do mundo. Como se
chegou a tal
constatação? Os
pesquisadores tabelaram
a felicidade em uma
escala de 0,3 (muito
infeliz) a - 0,3 (muito
feliz), de acordo com a
movimentação ou não das
regiões do cérebro que
ativam emoções positivas
ou negativas. O índice
obtido pelo monge foi de
– 0,45! Essas
informações estão
contidas em uma
reportagem da revista
VEJA, edição 2394, de
oito de outubro de 2014,
páginas 118 e 119.
Matthieu Ricard que
optou pela vida de monge
budista se manifesta na
reportagem sobre o
sofrimento, afirmando
que o sofrimento
acontece de qualquer
maneira, a questão é o
que você faz com ele: se
vê como vítima, ou o usa
como catalisador de uma
transformação pessoal.
Sofrimentos nunca são
desejáveis, mas é
possível transformar a
dor em desespero, ou
usá-la para progredir.
Uma estratégia, continua
ele ensinando, é se
voltar ao altruísmo,
fazer coisas
significativas para os
outros, em vez de se
focar na sua dor.
Diante dessa afirmativa,
nos lembramos de Chico
Xavier que vivenciou
tantos problemas
particulares, alguns
conhecidos e outros que
permaneceram na sua
intimidade, e conseguiu
ser feliz segundo ele
mesmo afirmou em
diversas ocasiões em que
manifestou a sua
situação como ser humano
nessa sua última
existência física.
Problemas de saúde que
tanto nos preocupam
acompanharam o Chico por
quase toda a sua vida
terrena. Problemas na
área familiar da mesma
forma estiveram
presentes como
sobejamente é do
conhecimento de todos.
Isto é, aqueles que o
médium mineiro chegou a
revelar. Sabe Deus
quantos outros manteve
em silêncio?! No
entanto, Chico dizia que
o espírita deveria
enxugar as lágrimas
derramadas ocultamente,
colocar um sorriso nos
lábios e ir atender aos
sofredores. Ele
utilizava, portanto, a
técnica sugerida pelo
monge da citada
reportagem: se voltar ao
altruísmo, fazer coisas
significativas para os
outros, em vez de se
focar na sua dor. Qual
seria o índice que o
Chico alcançaria se
submetido tivesse sido
ao mesmo teste do monge?
Sobre Divaldo Pereira
Franco também poderíamos
fazer o mesmo
raciocínio. Por quantos
sofrimentos deve ter
passado? Que sabemos nós
que apenas temos
notícias sobre a vida
desse missionário
espírita através dos
dados biográficos que os
livros nos fornecem,
ressalvando, obviamente,
aquelas pessoas que
desfrutam e desfrutaram
da sua intimidade?
O que passou Francisco
de Assis? Será que o
nosso egoísmo nos
permite fazer suposições
do que esse Espírito de
escol sofreu para
ensinar, servindo a
todos daquele tempo e
dos tempos porvindouros,
por amor a Jesus?
E Jan Huss que foi
devorado pela fogueira
infame de homens que se
atreviam a falar sobre
Deus enquanto queimavam
o próprio semelhante a
quem deveriam amar?
E a jovem heroína traída
pelo próprio
representante do seu
povo, Joana D´Arc? Já
imaginaram o que padeceu
nas mãos de homens
rudes, embrutecidos pela
ausência do amor,
vazando ódio por todos
os poros e que se
julgavam dignos
representantes da
Providência Divina?
No entanto, todos eles
triunfaram quando
fizeram do seu
sofrimento um motivo
para o exercício do
altruísmo como bem
sugeriu o monge, ao
invés de se sentirem
vítimas da própria dor.
Qual seria o índice de
felicidade que o
aparelho de ressonância
magnética acusaria, se
essas abençoadas pessoas
e tantas outras que
iluminaram o céu escuro
da indiferença humana
fossem submetidas a uma
pesquisa semelhante à do
monge budista?
Será que o aparelho
suportaria tanta
felicidade presente
nesses dignos
representantes do
Criador, ou explodiria
de alegria ao constatar
que na humanidade já
existem dignos
representantes do Amor
de Deus entre os homens?
Você se submeteria a
esse tipo de exame com
essa finalidade ou
temeria pelo resultado
que pudesse ser
encontrado?