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Estudando a série André Luiz
Ano 8 - N° 390 - 23 de Novembro de 2014
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Mecanismos da Mediunidade

André Luiz

(Parte 47)

Damos prosseguimento ao estudo sequencial do livro Mecanismos da Mediunidade, obra de autoria de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1960 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Os desajustes decorrentes da obsessão atingem também o corpo espiritual?

Sim. Tais desajustes não se limitam à comunidade das células físicas, quando em disfunções múltiplas por força dos agentes mentais viciados e enfermiços. Estendem-se, muito especialmente, à constituição do corpo espiritual, a refletir-se no cérebro ou gabinete complexo da alma, aí ocasionando os diversos sintomas de perturbação do campo encefálico, acompanhados dos fenômenos psicossensoriais que produzem alucinações e doenças da mente. (Mecanismos da Mediunidade, cap. XXIV, pág. 156.)

B. Como é possível saber, com relação aos Espíritos localizados nas chamadas zonas purgatoriais, quais apresentam condições de serem conduzidos a tratamento em instituições especializadas?

Embora comandados por Inteligências pervertidas ou bestializadas nas trevas da ignorância, esses antros jazem circunscritos no Espaço, fiscalizados por Espíritos sábios e benfazejos que dispõem de meios precisos para observar a transformação individual das consciências em processo de purificação ou regeneração, a fim de conduzi-las a providências compatíveis com a melhoria já alcançada. (Obra citada, cap. XXIV, pp. 158 e 159.)

C. Podemos comparar as zonas purgatoriais a imensos hospitais especializados no tratamento de Espíritos endividados?

Sim. Mas é preciso, em primeiro lugar, entender que essas vastas cavernas de tormento reeducativo são espécies de penitenciárias do Espírito, a que se recolhem as feras conscientes que foram homens. Aí permanecem detidas por guardas especializados, sofrendo, de volta, o impacto de suas fecundações mentais infelizes. Tiranos, suicidas, homicidas, carrascos do povo, libertinos, caluniadores, malfeitores, ingratos, traidores do bem e viciados de todas as procedências, reunidos conforme o tipo de falta ou defecção a que se renderam, se examinados pelos cientistas do mundo, apresentariam à Medicina os mais extensos quadros para estudos etiológicos das mais obscuras enfermidades. Deduzimos, portanto, que todos os redutos de sofrimento, situados no além-túmulo, não passam de largos porões do trabalho evolutivo da alma, à feição de grandes hospitais carcerários para tratamento das consciências envilecidas. (Obra citada, cap. XXIV, pp. 158 e 159.)

Texto para leitura 

145. Pensamento e obsessão – O estudo da obsessão, conjugado à mediunidade, se realizado em maior amplitude, abrangeria o exame de quase toda a Humanidade terrestre. Expressamos tal conceito, à face do pensamento que age e reage, carreando para o emissor todas as fecundações felizes ou infelizes que arremessa de si próprio, a determinar para cada criatura os estados psíquicos que variam segundo os tipos de emoção e conduta a que se afeiçoe. Enquanto não se aprimore, é certo que o Espírito padecerá, em seu instrumento de manifestação, a resultante dos próprios erros. Esses desajustes, como é natural, não se limitam à comunidade das células físicas, quando em disfunções múltiplas por força dos agentes mentais viciados e enfermiços. Estendem-se, muito especialmente, à constituição do corpo espiritual, a refletir-se no cérebro ou gabinete complexo da alma, aí ocasionando os diversos sintomas de perturbação do campo encefálico, acompanhados dos fenômenos psicossensoriais que produzem alucinações e doenças da mente. (Cap. XXIV, pág. 156.) 

146. Perturbações morais – Não nos propomos analisar aqui as personalidades psicopáticas, do ponto de vista da Psiquiatria, nem focalizar as chamadas psicoses de involução, ou as demências senis, claramente necessitadas de orientação médica; recordaremos, contudo, que na retaguarda dos desequilíbrios mentais, sejam da ideação ou da afetividade, da atenção e da memória, tanto quanto por trás de enfermidades psíquicas clássicas, como, por exemplo, as esquizofrenias e as parafrenias, as oligofrenias e a paranoia, as psicoses e neuroses de multifária expressão, permanecem as perturbações da individualidade transviada do caminho que as Leis Divinas lhe assinalam à evolução moral. Enquanto se mantém internada no instrumento físico transitório, até certo ponto ela consegue ocultar no esconderijo da carne os resultados das paixões e abusos, extravagâncias e viciações a que se dedica. Assim vive na paisagem social em que transita, até que, arredada de semelhante vaso pela influência decisiva da morte, não mais suporta o regime de fantasia, obrigando-se a sofrer, em si própria, as consequências dos excessos e ultrajes com que, imprevidente, se desrespeitou. Torturada por suas próprias ondas desorientadas, que reagem incessantes sobre os centros e mecanismos do corpo espiritual, cai a mente nas desarmonias e fixações consequentes. E, porque o veículo perispiritual que a serve, depois da morte, é extremamente influenciável, ambienta nas próprias forças os desequilíbrios que a senhoreiam, consolidando-se-lhe, assim, as inibições que, no futuro, dominar-lhe-ão temporariamente a personalidade, sob a forma de fatores mórbidos, condicionando as disfunções de certos recursos do cérebro físico, por tempo indeterminado. (Cap. XXIV, pp. 157 e 158.) 

147. Zonas purgatoriais – Entendendo-se que todos os delinquentes deitam de si oscilações mentais de terrível caráter, condensando as recordações malignas que albergam no seio, compreenderemos a existência das zonas purgatoriais ou infernais como regiões em que se complementam as temporárias criações do remorso, associando arrependimento e amargura, desespero e rebelião. Na intimidade dessas províncias de sombra, em que se agrupam multidões de criminosos, segundo a espécie do delito cometido, Espíritos culpados, através das ondas mentais com que essencialmente se afinam, comunicam-se reciprocamente, gerando, ante os seus olhos, quadros vivos de extremo horror, junto dos quais desvairam, recebendo, de retorno, os estranhos padecimentos que criaram no ânimo alheio. Embora comandados por Inteligências pervertidas ou bestializadas nas trevas da ignorância, esses antros jazem circunscritos no Espaço, fiscalizados por Espíritos sábios e benfazejos que dispõem de meios precisos para observar a transformação individual das consciências em processo de purificação ou regeneração, a fim de conduzi-las a providências compatíveis com a melhoria já alcançada. Semelhante supervisão, no entanto, não impede que essas vastas cavernas de tormento reeducativo sejam, em si, imensas penitenciárias do Espírito, a que se recolhem as feras conscientes que foram homens. Aí permanecem detidas por guardas especializados, que lhes são afins, o que nos faz definir cada “purgatório particular” como “prisão-manicômio”, em que as almas embrutecidas no crime sofrem, de volta, o impacto de suas fecundações mentais infelizes. Tiranos, suicidas, homicidas, carrascos do povo, libertinos, caluniadores, malfeitores, ingratos, traidores do bem e viciados de todas as procedências, reunidos conforme o tipo de falta ou defecção a que se renderam, se examinados pelos cientistas do mundo, apresentariam à Medicina os mais extensos quadros para estudos etiológicos das mais obscuras enfermidades. Deduzimos, pois, que todos os redutos de sofrimento, além-túmulo, não passam de largos porões do trabalho evolutivo da alma, à feição de grandes hospitais carcerários para tratamento das consciências envilecidas. (Cap. XXIV, pp. 158 e 159.)

Glossário

Hipnose – Psiq. Estado mental semelhante ao sono, provocado artificialmente, e no qual o indivíduo continua capaz de obedecer às sugestões feitas pelo hipnotizador. Fig. Modorra, sonolência, torpor.

Organismo fisiopsicossomático Refere-se ao conjunto do organismo físico e psicossomático ou perispiritual.

Psicossoma – Corpo espiritual ou perispírito, na linguagem espírita.

Psicossomático – Pertencente ou relativo, simultaneamente, aos domínios orgânico e psíquico. Diz-se das perturbações ou lesões orgânicas produzidas por influências psíquicas (emoções, desejos, medo etc.). Pertinente ao corpo espiritual ou perispírito.  




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita