Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
47)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Os desajustes
decorrentes da obsessão
atingem também o corpo
espiritual?
Sim. Tais desajustes não
se limitam à comunidade
das células físicas,
quando em disfunções
múltiplas por força dos
agentes mentais viciados
e enfermiços.
Estendem-se, muito
especialmente, à
constituição do corpo
espiritual, a
refletir-se no cérebro
ou gabinete complexo da
alma, aí ocasionando os
diversos sintomas de
perturbação do campo
encefálico, acompanhados
dos fenômenos
psicossensoriais que
produzem alucinações e
doenças da mente.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XXIV,
pág. 156.)
B. Como é possível
saber, com relação aos
Espíritos localizados
nas chamadas zonas
purgatoriais, quais
apresentam condições de
serem conduzidos a
tratamento em
instituições
especializadas?
Embora comandados por
Inteligências
pervertidas ou
bestializadas nas trevas
da ignorância, esses
antros jazem
circunscritos no Espaço,
fiscalizados por
Espíritos sábios e
benfazejos que dispõem
de meios precisos para
observar a transformação
individual das
consciências em processo
de purificação ou
regeneração, a fim de
conduzi-las a
providências compatíveis
com a melhoria já
alcançada.
(Obra citada, cap. XXIV,
pp. 158 e 159.)
C. Podemos comparar as
zonas purgatoriais a
imensos hospitais
especializados no
tratamento de Espíritos
endividados?
Sim. Mas é preciso, em
primeiro lugar, entender
que essas vastas
cavernas de tormento
reeducativo são espécies
de penitenciárias do
Espírito, a que se
recolhem as feras
conscientes que foram
homens. Aí permanecem
detidas por guardas
especializados,
sofrendo, de volta, o
impacto de suas
fecundações mentais
infelizes. Tiranos,
suicidas, homicidas,
carrascos do povo,
libertinos,
caluniadores,
malfeitores, ingratos,
traidores do bem e
viciados de todas as
procedências, reunidos
conforme o tipo de falta
ou defecção a que se
renderam, se examinados
pelos cientistas do
mundo, apresentariam à
Medicina os mais
extensos quadros para
estudos etiológicos das
mais obscuras
enfermidades. Deduzimos,
portanto, que todos os
redutos de sofrimento,
situados no além-túmulo,
não passam de largos
porões do trabalho
evolutivo da alma, à
feição de grandes
hospitais carcerários
para tratamento das
consciências
envilecidas.
(Obra citada, cap. XXIV,
pp. 158 e 159.)
Texto para leitura
145. Pensamento e
obsessão – O
estudo da obsessão,
conjugado à mediunidade,
se realizado em maior
amplitude, abrangeria o
exame de quase toda a
Humanidade terrestre.
Expressamos tal
conceito, à face do
pensamento que age e
reage, carreando para o
emissor todas as
fecundações felizes ou
infelizes que arremessa
de si próprio, a
determinar para cada
criatura os estados
psíquicos que variam
segundo os tipos de
emoção e conduta a que
se afeiçoe. Enquanto não
se aprimore, é certo que
o Espírito padecerá, em
seu instrumento de
manifestação, a
resultante dos próprios
erros. Esses desajustes,
como é natural, não se
limitam à comunidade das
células físicas, quando
em disfunções múltiplas
por força dos agentes
mentais viciados e
enfermiços. Estendem-se,
muito especialmente, à
constituição do corpo
espiritual, a
refletir-se no cérebro
ou gabinete complexo da
alma, aí ocasionando os
diversos sintomas de
perturbação do campo
encefálico, acompanhados
dos fenômenos
psicossensoriais que
produzem alucinações e
doenças da mente.
(Cap. XXIV, pág. 156.)
146. Perturbações
morais – Não nos
propomos analisar aqui
as personalidades
psicopáticas, do ponto
de vista da Psiquiatria,
nem focalizar as
chamadas psicoses de
involução, ou as
demências senis,
claramente necessitadas
de orientação médica;
recordaremos, contudo,
que na retaguarda dos
desequilíbrios mentais,
sejam da ideação ou da
afetividade, da atenção
e da memória, tanto
quanto por trás de
enfermidades psíquicas
clássicas, como, por
exemplo, as
esquizofrenias e as
parafrenias, as
oligofrenias e a
paranoia, as psicoses e
neuroses de multifária
expressão, permanecem as
perturbações da
individualidade
transviada do caminho
que as Leis Divinas lhe
assinalam à evolução
moral. Enquanto se
mantém internada no
instrumento físico
transitório, até certo
ponto ela consegue
ocultar no esconderijo
da carne os resultados
das paixões e abusos,
extravagâncias e
viciações a que se
dedica. Assim vive na
paisagem social em que
transita, até que,
arredada de semelhante
vaso pela influência
decisiva da morte, não
mais suporta o regime de
fantasia, obrigando-se a
sofrer, em si própria,
as consequências dos
excessos e ultrajes com
que, imprevidente, se
desrespeitou. Torturada
por suas próprias ondas
desorientadas, que
reagem incessantes sobre
os centros e mecanismos
do corpo espiritual, cai
a mente nas desarmonias
e fixações consequentes.
E, porque o veículo
perispiritual que a
serve, depois da morte,
é extremamente
influenciável, ambienta
nas próprias forças os
desequilíbrios que a
senhoreiam,
consolidando-se-lhe,
assim, as inibições que,
no futuro,
dominar-lhe-ão
temporariamente a
personalidade, sob a
forma de fatores
mórbidos, condicionando
as disfunções de certos
recursos do cérebro
físico, por tempo
indeterminado. (Cap.
XXIV, pp. 157 e 158.)
147. Zonas
purgatoriais –
Entendendo-se que todos
os delinquentes deitam
de si oscilações mentais
de terrível caráter,
condensando as
recordações malignas que
albergam no seio,
compreenderemos a
existência das zonas
purgatoriais ou
infernais como regiões
em que se complementam
as temporárias criações
do remorso, associando
arrependimento e
amargura, desespero e
rebelião. Na intimidade
dessas províncias de
sombra, em que se
agrupam multidões de
criminosos, segundo a
espécie do delito
cometido, Espíritos
culpados, através das
ondas mentais com que
essencialmente se
afinam, comunicam-se
reciprocamente, gerando,
ante os seus olhos,
quadros vivos de extremo
horror, junto dos quais
desvairam, recebendo, de
retorno, os estranhos
padecimentos que criaram
no ânimo alheio. Embora
comandados por
Inteligências
pervertidas ou
bestializadas nas trevas
da ignorância, esses
antros jazem
circunscritos no Espaço,
fiscalizados por
Espíritos sábios e
benfazejos que dispõem
de meios precisos para
observar a transformação
individual das
consciências em processo
de purificação ou
regeneração, a fim de
conduzi-las a
providências compatíveis
com a melhoria já
alcançada. Semelhante
supervisão, no entanto,
não impede que essas
vastas cavernas de
tormento reeducativo
sejam, em si, imensas
penitenciárias do
Espírito, a que se
recolhem as feras
conscientes que foram
homens. Aí permanecem
detidas por guardas
especializados, que lhes
são afins, o que nos faz
definir cada “purgatório
particular” como
“prisão-manicômio”, em
que as almas
embrutecidas no crime
sofrem, de volta, o
impacto de suas
fecundações mentais
infelizes. Tiranos,
suicidas, homicidas,
carrascos do povo,
libertinos,
caluniadores,
malfeitores, ingratos,
traidores do bem e
viciados de todas as
procedências, reunidos
conforme o tipo de falta
ou defecção a que se
renderam, se examinados
pelos cientistas do
mundo, apresentariam à
Medicina os mais
extensos quadros para
estudos etiológicos das
mais obscuras
enfermidades. Deduzimos,
pois, que todos os
redutos de sofrimento,
além-túmulo, não passam
de largos porões do
trabalho evolutivo da
alma, à feição de
grandes hospitais
carcerários para
tratamento das
consciências
envilecidas. (Cap.
XXIV, pp. 158 e 159.)
Glossário
Hipnose
– Psiq. Estado mental
semelhante ao sono,
provocado
artificialmente, e no
qual o indivíduo
continua capaz de
obedecer às sugestões
feitas pelo
hipnotizador. Fig.
Modorra, sonolência,
torpor.
Organismo
fisiopsicossomático
– Refere-se ao
conjunto do organismo
físico e psicossomático
ou perispiritual.
Psicossoma
– Corpo espiritual ou
perispírito, na
linguagem espírita.
Psicossomático
– Pertencente ou
relativo,
simultaneamente, aos
domínios orgânico e
psíquico. Diz-se das
perturbações ou lesões
orgânicas produzidas por
influências psíquicas
(emoções, desejos, medo
etc.). Pertinente ao
corpo espiritual ou
perispírito.