MARIA ANGELA
MIRANDA
mangela@sucessolondrina.com.br
Londrina, PR
(Brasil)
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Fora da
caridade
não há
salvação
O
amor e a
caridade são o
complemento da
lei de justiça,
pois amar o
próximo é
fazer-lhe todo o
bem que nos seja
possível
Caridade é um
processo, ela
nos transforma
de ser egoísta
para ser
amoroso. O
egoísmo é o
oposto de
caridade, é uma
forma de
comportamento na
qual temos um
desejo de estar
bem, e nesta
busca para estar
bem não
percebemos a
diferença entre
o estado de
espírito em
estar bem e
em ser
bem. Ser não é
possuir. Estar
não é ser. Viver
por viver gera
insatisfações.
Viver para estar
bem gera lacunas
em nossa alma,
não é
possível estar
bem o tempo todo
e, nestes
momentos,
abrimos a porta
de nossa alma
para as
síndromes, para
as paranoias,
para a
infelicidade.
Perdemos tempo
demais em
vivências
egoístas e só
começamos a
ampliar nossa
visão da
felicidade
quando começamos
a perceber que
dependemos do
outro para
sermos felizes,
quando começamos
a sentir a fome
das crianças
abandonadas, o
desespero dos
desempregados, o
medo dos
sem-teto, a
falta de sentido
da vida dos
viciados, a
necessidade de
atenção do
idoso, a
importância do
consolo para
aquele que
sofre. A
construção do
amor em nós deve
ser amadurecida
em todas as
camadas do nosso
psiquismo, das
mais
superficiais às
mais profundas,
somente assim
entenderemos o
sentindo de ser
bem. A caridade
é a ferramenta
que nos
auxiliará nesta
construção.
Podemos
utilizá-la em
todas as fases,
quando
distribuímos
nossas sobras,
seja de
dinheiro, de
comida ou até
quando passarmos
a dividir nosso
dinheiro, nosso
tempo, nossa
comida, nosso
consolo, de
forma
automática, sem
reservas,
simples como o
próprio ato de
respirar.
Kardec questiona
aos luminares
superiores n’O
Livro dos
Espíritos,
questão 886, e
pergunta qual o
verdadeiro
sentido da
palavra
caridade, como a
entendia Jesus?
“–
Benevolência
para com todos,
indulgência para
as imperfeições
dos outros,
perdão das
ofensas.” Allan
Kardec
esclarece: “o
amor e a
caridade são o
complemento da
lei de justiça,
pois amar o
próximo é
fazer-lhe todo o
bem que nos seja
possível e que
desejaríamos nos
fosse feito. Tal
o sentido destas
palavras de
Jesus: Amai-vos
uns aos outros
como irmãos. A
caridade,
segundo Jesus,
não se restringe
à esmola,
abrange todas as
relações em que
nos achamos com
os nossos
semelhantes,
sejam eles
nossos
inferiores,
nossos iguais ou
nossos
superiores. Ela
nos prescreve a
indulgência
porque da
indulgência
precisamos nós
mesmos, e nos
proíbe que
humilhemos os
desafortunados”.
A vida nos
oferece as mais
variadas
possibilidades
de atuação no
campo da
Caridade. No
amparo material,
através do pão
que alimenta; do
abrigo que
acolhe; do
agasalho que
ameniza o frio
ou do recurso
financeiro que
suaviza a
penúria
–
é a caridade
material. Na
intimidade do
ser sob a forma
do perdão
silencioso que
enobrece; da
prece íntima que
revigora ou do
amor verdadeiro
que liberta. São
atitudes mentais
que, em primeiro
lugar, nos
favorecem, e,
lançadas no
espaço,
certamente
beneficiarão
todos a quem se
dirijam,
encarnados ou
desencarnados
–
é a caridade
mental.
Nas palavras que
proferimos.
Muitas são as
tragédias
íntimas e
coletivas que
podemos evitar
pela palavra
que, quando
sábia, orienta e
edifica; quando
suave, sufoca o
pranto; quando
indulgente,
atenua a culpa;
quando
consoladora,
dissipa o
sofrimento;
quando plena de
amor, rompe o
ódio ou, quando
em forma de
oração, nos
aproxima de Deus
–
é a caridade
verbal.
Quando
silenciamos ante
uma ofensa
provocada pelo
desequilíbrio ou
nos calamos para
ouvir um
desabafo de quem
por tantas vezes
não encontrou
quem o fizesse
–
é a caridade
passiva. No
afago paternal
que envolve uma
criança; em um
beijo carinhoso
que aproxima as
almas ou em um
aperto de mão
que faz brotar o
sorriso num
rosto antes
amargurado
–
é a caridade
gestual. Na
mediunidade,
como recurso
precioso de
auxílio a
encarnados e
desencarnados,
praticando a
solidariedade
através das
faculdades
mediúnicas de
que dispusermos
–
é a caridade
mediúnica.
Assim
continuamos a
transformação
lenta e gradual
do orgulho e do
egoísmo, o que
só é possível
através da
prática da
Caridade, em
suas múltiplas e
divinas
manifestações.
Fora dela,
conforme a
máxima
eternizada pelo
Espiritismo, não
há salvação;
salvação que
representa para
nós, espíritas,
a inevitável
purificação
espiritual —
única finalidade
de nossas
sucessivas
existências.