A leitora Sandra G. Magalhães, de Belo Horizonte, MG, em
carta publicada na edição
passada, escreveu-nos o
seguinte:
“Gostaria de entender fatos relacionados com mortes violentas de
namorados, ao decorrer da
vida, impossibilitando
chegar a uma união cível e
religiosa. Perdas de todos
os parentes por parte de pai
e mãe, amizades sinceras e
queridas que partiram
prematuramente, situação que
obriga a pessoa a se isolar,
são pagamentos por terem
cometido faltas em vidas
passadas, e nesta, viver
parte da vida só?”
Com base nos depoimentos de Espíritos que passaram por
situações como as descritas,
vê-se que os motivos que
determinam esses casos
variam de pessoa a pessoa.
Há momentos em que a prova
ou a expiação tem por alvo o
desencarnante e outros em
que o familiar, ou
familiares, é que são o
alvo.
A morte é, como sabemos, um acontecimento previsto na vida
de todas as pessoas. O que
caracteriza sua natureza
como prova ou resgate é a
forma ou o momento como ela
se dá.
De fato, a morte de uma pessoa que é retirada da existência
corpórea momentos antes do
seu casamento, ou da
conclusão de um curso
universitário, causa uma
comoção bem diferente da que
é produzida pelo falecimento
de uma pessoa de 90 anos.
Nesse sentido, seria interessante que a leitora, quando isso
for possível, lesse as
mensagens que compõem o
livro Jovens no Além,
obra psicografada por Chico
Xavier em 1975 que apresenta
o relato individual de 4
jovens que faleceram em
pleno vigor da idade:
Augusto César com 25 anos,
Carlos Alberto com 17 anos,
Jair Presente com 25 anos e
Wady Abrahão com 17 anos.
De duas espécies, diz Allan Kardec, são as vicissitudes da
vida, ou, se assim o
preferirmos, promanam de
duas fontes bem diferentes.
Umas têm sua causa na vida
presente; outras, fora desta
vida.
Entre as causas anteriores das aflições, o Codificador do
Espiritismo menciona a perda
de entes queridos e a dos
que são o amparo da família.
(Cf. O Evangelho segundo
o Espiritismo, cap. V, item
6.)
Encontraremos, portanto, no passado, seja qual for o
objetivo da ocorrência, a
causa verdadeira dos fatos
mencionados pela leitora, os
quais não podemos,
evidentemente, atribuir a um
simples acaso.
Se todo efeito tem uma causa, tais acontecimentos são
efeitos que hão de ter uma
causa e, se admitimos que
Deus é justo e bom, essa
causa há de ser justa.
Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que
fez, nem pelo mal que não
fez, se somos punidos, é que
fizemos o mal. Se esse mal
não o fizemos na presente
existência, tê-lo-emos feito
noutra. Essa é uma conclusão
lógica a que ninguém pode
fugir.
Feitas as considerações precedentes, Kardec assim concluiu
as explicações pertinentes
ao tema ora em foco:
“Os sofrimentos devidos a
causas anteriores à
existência presente, como os
que se originam de culpas
atuais, são muitas vezes a
consequência da falta
cometida, isto é, o homem,
pela ação de uma rigorosa
justiça distributiva, sofre
o que fez sofrer aos outros.
Se foi duro e desumano,
poderá ser a seu turno
tratado duramente e com
desumanidade; se foi
orgulhoso, poderá nascer em
humilhante condição; se foi
avaro, egoísta, ou se fez
mau uso de suas riquezas,
poderá ver-se privado do
necessário; se foi mau
filho, poderá sofrer pelo
procedimento de seus filhos,
etc.
Assim se explicam pela
pluralidade das existências
e pela destinação da Terra,
como mundo expiatório, as
anomalias que apresenta a
distribuição da ventura e da
desventura entre os bons e
os maus neste planeta.
Semelhante anomalia,
contudo, só existe na
aparência, porque
considerada tão só do ponto
de vista da vida presente.
Aquele que se elevar, pelo
pensamento, de maneira a
apreender toda uma série de
existências, verá que a cada
um é atribuída a parte que
lhe compete, sem prejuízo da
que lhe tocará no mundo dos
Espíritos, e verá que a
justiça de Deus nunca se
interrompe.”
(O Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. V, item
7.)
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