PAULO OLIVEIRA
psdo2010@gmail.com
Santos, SP
(Brasil)
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Eis aqui a serva
do Senhor!
“Disse então
Maria: Eis aqui
a serva do
Senhor;
cumpra-se em mim
segundo a tua
palavra.”
(Lucas, 1:38)
Convidamos o
leitor amigo a
fazer uma
viagem. Vamos
retornar no
tempo. Estamos
indo em direção
a Nazaré, um
pequeno povoado
na região da
Galileia, onde,
em uma casa
humilde, está
uma jovem de
nome Maria, que
está ocupada com
seus afazeres
domésticos,
ajudando sua mãe
Anna.
Aproxima-se o
crepúsculo com
suas aragens
típicas daquele
período do ano
e, tocado por
especial brilho,
naquela tarde
longínqua e
especial,
transmite paz ao
coração daquela
jovem. Absorta
ela canta, em
seu espírito,
louvores ao
Criador da vida,
em agradecimento
por ter uma
família que a
ama ternamente,
bem como pela
felicidade de
existir. Seu
coração
transborda raios
de luz safirina,
transmutando o
ambiente com
suas vibrações
harmoniosas.
Parecia que em
seu íntimo
pressentia que
não estava só.
Percebia em sua
alma sensível
que aquele
momento era
especial e
único,
tornando-se mais
alegre e
esfuziante. Não
havia razão
aparente para
aqueles
sentimentos que
partiam de seu
coração
iluminado e
doce.
Continuava sua
oração
silenciosa, e
quando suas
preces ao Senhor
da vida
atingiram
patamares de
pureza
incomparável,
com tal
profundidade de
sentimento,
tocando-lhe
todas as fibras
da alma,
fazendo-as
vibrar em
uníssono como o
Universo, ela
sente que se
aproxima uma
luz, embora
pequena,
extremamente
alva e
brilhante. Para
por um instante
e põe-se a
observar o que
se passava e a
interrogar sobre
o que seria
aquilo. No
entanto, segura
da sua conexão
com o Criador,
presta mais
atenção ao
fenômeno que
ocorria diante
de seus olhos.
Repentinamente,
aquela pequenina
luz se agiganta
e inunda aquele
ambiente
simples, que se
transformara,
num átimo, em um
castelo
luminescente de
tom esmeraldino
com pontos de
luzes douradas
que circulavam
em todas as
direções,
retornando
àquela figura
que se postava
diante dela
naquele
instante.
O coração de
Maria tornou-se
um tanto
apreensivo, e
obedecendo
automaticamente
ao impulso de
buscar sua mãe,
que se
encontrava em
outra
dependência da
casa, percebeu
que não
conseguia
movimentar-se.
Estava como que
paralisada,
envolvida pelos
eflúvios daquele
que a visitava.
Sua voz começava
a perder-se na
garganta, e a
emoção
tomava-lhe
integralmente, a
exteriorizar-se
naturalmente em
pequenas
lágrimas simples
e puras, a cair
de seus olhos
amendoados e
brilhantes, como
se fossem
pequenos
diamantes a
rolar-lhe pela
face.
Nesse misto de
alegria, júbilo
e inquietação,
por não saber
exatamente o que
se passava
naquele
ambiente,
prostrada de
olhos voltados
para o chão, ela
pensa:
– Meu Deus,
auxilia-me neste
momento!
Nesse exato
instante,
contudo, ela
escuta a voz
doce e suave do
divino emissário
a dizer-lhe:
“Nada temas,
Maria!
Encontraste
graça junto de
Deus. Alegra-te,
cheia de graça,
o Senhor está
contigo!”
Aquela voz
imensa, e no
entanto singela,
tocava-lhe não
só os ouvidos,
mas toda a sua
alma,
envolvendo-a em
vibrações do
mais puro amor,
e diante de tal
sentimento que
lhe invadia
inteiramente,
ousou dirigir
seu olhar para
aquela figura de
luz, que a
fitava com
inexcedível
carinho e
respeito.
Sorriso largo,
mostrava-se, o
enviado divino,
aos olhos de
Maria, como uma
estrela que
caíra do céu e
que assumira a
forma humana,
sem perder,
porém, seu
maravilhoso
brilho.
Maria, um tanto
aturdida com o
acontecimento,
não conseguia
atinar com o
porquê de tal
saudação. Do que
falava o
emissário
celestial? Seus
pensamentos
procuravam
incessantemente
o significado de
tais palavras,
quando seu
visitante
iluminado voltou
a falar:
“– Eis que
conceberás no
teu seio e darás
à luz um filho,
e o chamarás com
o nome de Jesus.
Ele será grande,
será chamado
filho do
Altíssimo, e o
Senhor Deus lhe
dará o trono de
Davi, seu pai;
ele reinará na
casa de Jacó
para sempre, e o
seu reinado não
terá fim”.
Diante de tais
palavras, seu
coraçãozinho
acelerou-se e
com o semblante
a suplicar
esclarecimentos
maiores,
necessários ao
seu entendimento
humano, começou
a questionar-se
mesmo sem emitir
uma só palavra,
pois aquele a
quem via diante
de si, como um
sol a espraiar
seus raios em
todas as
direções,
merecia-lhe
respeito e
acatamento, no
entanto, as
notícias que lhe
trazia eram
preocupantes.
Como poderia ela
conceber um
filho se ainda
encontrava-se em
período
pré-matrimonial,
tendo somente
formalizado um
compromisso com
José, seu noivo.
O ingente anjo
percebendo seus
pensamentos e
dúvidas
esclarece que
Deus tem os seus
planos
devidamente
traçados, e que
tudo ocorrerá
conforme seus
desígnios.
Explica-lhe quão
grande é a sua
missão e que ela
teria por
responsabilidade
conduzir os
passos do
Messias, até que
pudesse ele
próprio conduzir
toda a
humanidade
através das
veredas de luz,
da verdade e do
amor. Reafirma
que Deus está
com ela, e que
ela não
duvidasse e
seguisse em
frente
confiante,
demonstrando
toda a fé
naquele que é o
nosso Criador.
Nessa troca de
fluidos etéreos,
Maria acalma-se
mesmo diante de
uma das mais
difíceis e
importantes
missões que já
se teve notícia:
ser a mãe do
Mestre de todos
nós!
Enternecida e
reconhecida por
ter sido
escolhida como
instrumento da
vontade de Deus,
Maria, com toda
a sua alma
voltada para o
Altíssimo,
dirige ao
querido amigo
espiritual, que
se incumbira da
missão de trazer
o anúncio da
vinda do
Messias, a
demonstração de
sua total
submissão e
aceitação da
missão que lhe
estava sendo
confiada, e com
toda a coragem e
pureza do seu
coração, afirma:
“Eu sou a serva
do Senhor;
faça-se em mim
segundo a tua
palavra!”
Essa cena tantas
vezes descrita,
de formas tão
diversas, é uma
das mais belas
dos registros
evangélicos,
pois nos traz o
momento exato em
que se anuncia a
vinda do
Messias, que nos
traria as lições
de libertação
pela prática do
amor.
Que possamos
sempre ter viva
essa mensagem em
nossos corações,
e que ela possa
nos inspirar a
também perceber
que Jesus se
anuncia, a todo
momento, em
todas as
situações de
nossa vida,
ensinando-nos
sempre que somos
filhos do Deus
Altíssimo que
nos quer com Ele
por toda a
eternidade, e
que, juntamente
com Maria de
Nazaré, possamos
dizer do fundo
de nossos
corações, em
todos os
momentos de
nossa vida:
“Eis aqui a tua
serva, Senhor!;
faça-se a Tua
vontade!”